terça-feira, 30 de agosto de 2022

Deixa-me - ITANIRA SOARES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Deixa-me espreguiçar em teu corpo nu numa volúpia de gozo e carinho, como quem quer medir, pesar, avaliar tua performance, tua virilidade, teu vigor.
Deixa-me ser bailarina mesmo que ainda em rodopios e na ponta do pé, meu corpo tome conta do teu, tonta de prazer, enroscando-me freneticamente em seus braços longos e fortes sobre os meus esvoaçantes e macios.
Deixa-me tomar conta de ti com sentimento de criança quando descobriste o brinquedo que te deu prazer ao esconderijo de tua alma.
Deixa! Deixa eu te dizer que os arrepios dos meus dias adolescentes eram beijos solfejados de desejos, eram músicas assoviadas de lânguida ternura.
Deixa a juventude voltar contente sem mágoa, sem choro, sem angústia.
Chega devagarinho como quem ser feliz novamente.
Abraça meu corpo como quem tem fome e sede de carinho, como quem pede sem pedir, quer sem querer e reforça a força do amor enfraquecido.
Deita e sente a temperatura da minha pele onde os poros suam emoções acumuladas.
Vem com sede ao pote.
Vem que ainda há tempo para sermos felizes um dia.

EM - PELOS CAMINHOS DO MEU UNIVERSO - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Gênero e Imigração (excerto 18) - MARIA CAROLINA VIEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sabe-se que nos grupos de brasileiros/as do Facebook há um grande alcance de pessoas e que neles é possível encontrar muita informação sobre regularização e entidades de apoio a imigrantes aqui em Portugal. Contudo, mas diante dos relatos, percebemos que essas informações passam por vários ruídos e que as experiências individuais colaboram para dúvidas e paralisação, principalmente das mulheres, por medo de não fazerem o procedimento correto e acabarem ficando expostas ou atrapalhando a situação delas no país.
O alcance da Rede Solidária da Plataforma Geni se deu em sua maior parte online, mas sua parte offline expôs a realidade de várias mulheres imigrantes em Portugal na qual a internet, informações e direitos enquanto imigrantes não é algo tão acessível e simples quanto parece. Diante disso passamos a olhar com um olhar ainda mais sensível e empático para essas mulheres, afinal todas saíram do Brasil com o sonho de uma vida melhor, mais segura e mais próspera e a pandemia da Covid-19 expôs algo que muitas ainda nem tinham consciência que é a falta de informações e acesso às estruturas básicas e necessárias para iniciar uma nova vida com mais qualidade e ciente de seus direitos e deveres.

EM - GÊNERO E IMIGRAÇÃO - PLATAFORMA GENI - IN-FINITA

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Espiritismo no mundo (excerto) - PEDRO SILVA

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Por mais que procuremos, as evidências ao espiritismo na Antiguidade não mais muito concretas. Existe um esforço actual de integrar algumas frases e noções bíblicas com a doutrina espírita mas quanto a nós temos pouco a que nos agarrar de forma muito concreta.
Mas, ainda assim, as palavras de Moisés, no Antigo Testamento, levantam algumas questões que não podem ser escamoteadas. A dada altura refere, aos seus ouvintes, que o verdadeiro Deus lhes pede para não recorrerem a adivinhadores, a mágicos ou a quem fale com os mortos. É aqui que nos vemos confrontados com uma confirmação de que, à época, o espiritismo, a comunicação com o além e a adivinhação eram fenómenos incontornáveis da sociedade.
Também por isso alguns teólogos vislumbram no surgimento, e forte impacto, da religião cristã como fruto de uma grande descrença das comunidades da época em fenómenos difíceis de confirmar, em serviços prestados por pretensos profetas, burlões de então. Havia um clima de cansaço moral, até mesmo de enfartamento de crendices populares e o cristianismo simplificou imenso as coisas, tornando a visão mais estreita, dando um caminho e uma fé renovada aos seres humanos.
Apesar de o espiritismo considerar o estudo da Bíblia à luz dos seus princípios, como fonte fundamental, defendem que a palavra de Deus não está na Bíblia, mas sim uma certa transmissão dos acontecimentos, do passado, entrando em confronto directo com os cristãos. Nada disso, no entanto, inibe o espiritismo de acreditar que Deus é eterno, imutável e o todo-poderoso.

EM - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DO MUNDO - PEDRO SILVA - IN-FINITA

sábado, 27 de agosto de 2022

Lições do alto mar (excerto) - ANANDA LIMA

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O físico também requer cuidados. Então, buscar um profissional nutricionista para orientar uma alimentação saudável faz parte desse processo, atividade física também. Confesso que, nesse aspecto sou bastante relapsa, mas tenho estabelecido uma luta íntima para me disciplinar. A caminhada me atrai, dá sensação de liberdade, aproveito o momento para pensar questões do cotidiano e para conversar com o meu anjo guardião.
Essa vivência me fez constatar a existência de alguns desertos durante a jornada. Esses desertos são momentos específicos, temos consciência de que poderemos ter todo o amparo familiar e de amigos, mas a vivência é nossa. Ninguém poderá viver por nós, passar pelo que precisamos passar. Podem nos acompanhar, mas não podem nos substituir. Então, essa tomada de consciência é muito importante para nos fortalecer e encorajar diante do medo e da incerteza, para trazer confiança às pessoas que estão cuidando da gente e, principalmente, para contribuir com o tratamento. Podemos ter os melhores médicos, os melhores recursos, mas se não contribuirmos com o nosso emocional, nossa postura, ficaremos pelo caminho. Em muitos momentos, tive medo, não conhecia os procedimentos, não sabia das reações, como reagiria. Mas ia com medo mesmo, confiando na ciência e em Deus.

EM - 2020 PARTINDO PARA ALTO MAR - ANANDA LIMA - IN-FINITA

A namorada do diabo (excerto) - TEREZINHA PEREIRA

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Eulália era moça direita, rezadeira. Fazia novena a Santo Antônio, puxava terço nas festas dos três santos, rezava ladainha no mês de maio e via-sacra na quaresma, ia em romarias a Aparecida. Passava dos quarenta anos. Sua falta de formosura era remediada pelo seu zelo com as coisas da casa, do trabalho e da igreja. Não perdia festas: bailes, quadrilhas, barraquinhas. Quase sempre, dizem, tomava chá-de-cadeira.
Certa vez, como todas as moças casadouras da cidade, passou o dia inteiro se preparando para o “Baile da Primavera”, na época, a festa mais concorrida. Emperiquitou-se toda. Chegou a dizer às amigas que, naquele baile, arranjaria um par. Nem que fosse o diabo.
Foi realmente um grande baile. Uma orquestra de sucesso, “Cassino de Sevilha”, tocava os famosos boleros da época. O salão permaneceu, tempo todo, cheio de casais dançando com animação. Muitos rapazes das redondezas participavam da festa. Meio a tantos desconhecidos, surgiu um galã alto, moreno, olhos verdes. (Disseram ser parecido com o Robert Taylor, ator famoso, dos mais belos.) Dissimuladas, as moças caminhavam por perto do bonitão, falavam mais alto no intento de serem notadas e então, convidadas a uma dança. O que não imaginavam era que a escolhida fosse a Eulália. A própria. Aquela que, em toda festa, quase nunca arranjava sequer um par. Reboliço no salão:
− A Eulália? Como é que pode? O “Robert Taylor” a dançar com a Eulália? Com a Eulália! Não é possível!

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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

A indiferença fez a diferença - ITANIRA SOARES

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Você não coube no meu coração e deixou-o vazio enquanto transbordava amor por aí afora.
O meu coração era um pequeno grande órgão exorbitante de amor que não tinha lugar para você.
Você saiu pela mesma porta que te deixou entrar escoltado pela indiferença de ali ficar.
Você não soube amar o meu amor. Não soube querer o meu querer. Desperdiçou desejos, jogou fora prazeres, banalizou o que de mais belo e profundo existia dentro de mim.
Não foi bom ver-te lento e trôpego voltar caminho.
Não foi bom soltar tua mão e dar-te um basta e hoje ver-te preso a um bastão em tuas mãos trêmulas.
Confesso entre as paredes do meu coração que ainda captura teu olhar lá atrás com alguns respingos de dor molhando a pele do meu rosto transtornado, petrificado, angustiado e também envelhecido.
Não foi bom esse resgate de memória que me veio à tona.
Minha verve tremeu quando meu olho não conseguiu parar para segurar tua mão buliçosa e escrever junto o poema da nossa vida.
O cerne da minha alma e do meu coração se tocaram de dor e se estremeceram de agonia.
Foi um toque mágico no olhar, foi um choque elétrico no sentir, foi luz se esvaindo sobre nossas vidas quando a indiferença fez a diferença naquele fatídico dia de nós.

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O cubo (excerto) - STEPHANYE CALIXTO

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A porta imensa abriu, quis sair correndo, mas a estrutura de vidro exigia que os passos dados para fora fossem cautelosos e calculados, há meses vivia num cubo. Não um cômodo, um cubo. De vidro, sem portas e janelas, fazendo com que visse o mundo levemente ofuscado, participando vez ou outra interagindo com o lado externo, entretanto sem senti-lo... sem toque, cheiro ou qualquer sabor, nem sequer lembra exatamente quando e como foi parar ali dentro.
Tudo pareceu natural como se o cubo fosse sua verdadeira casa desde sempre, nada era tocado e tudo que não era sua própria existência ali dentro era plano distante e intocável. Em certas manhãs despertava de sonhos em que o cubo havia sido quebrado sem que os estilhaços cortassem sua pele, noutros visualizava a si mesma do outro lado e tentava quebrar o vidro com socos cada vez mais violentos que lhe arrebentavam as mãos. Comunicava-se aos gritos como se ninguém nunca escutasse direito o que dizia, fingia agradecer a sorte que tinha por estar protegida dos possíveis riscos do exterior, chorava afogando-se nas próprias lágrimas e de uma forma sombria sentia cada vez mais apego pelo vidro pois era o que lhe restava. Esforçava-se ajoelhada como se implorasse um milagre, mas nada nunca acontecia. Ouviu dizer que mercúrio voltará ao seu movimento normal e quem sabe assim um milagre, um beijo.

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Gênero e Imigração (excerto 17) - MARIA CAROLINA VIEIRA

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Todas as transações e prestações de contas foram feitas na base da confiança e com o intuito real de ajudar quem mais precisava, também houve quem não tivesse como contribuir financeiramente mas dividiu alimentos com a pessoa mais próxima de si, houve quem se prontificou a ouvir e apoiar as mulheres que precisam apenas desabafar, houve as trocas de informações que foram muito importantes pois toda vez que alguém sabia de algo que pudesse ajudar sempre mandavam no grupo e compartilhavam a informação para que todas tivessem acesso, aumentando assim a chance de todas conseguirem sair da situação de vulnerabilidade. Algumas mulheres viraram amigas, descobriram que moravam próximas, outras trouxeram amigas de fora e quem não teve acesso ao formulário e assim, nesse clima de sororidade e solidariedade, a Rede Solidária da Plataforma Geni se manteve diariamente por quase 4 meses.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Sou apenas um banco de Amburana (excerto) - SIMONE SANTOS GUIMARÃES

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Observo os que por aqui passam e percebo em seus olhares e corpos curvados e cansados, a vontade de sentar. Não sentam, têm pressa.
Se pudesse, lhes diria: sentem-se aqui, usufruam de um tempo de descanso no banco da praça, a vida passa tão rápido, efêmera como uma flor.
Sim, muitos sentam em mim.
Sinto o peso de seus corpos, a fadiga da respiração e o suspiro de alívio quando se recuperam. Em outros, sinto o cansaço sem fim…
Alguns são jovens e sentam para namorar, ouço suas juras de amor, o estalar de minhas ripas ao vibrar da energia que pulsa do desejo — os que amam são os meus preferidos — não percebem a minha presença, fecham os olhos e se beijam. O beijo me faz relembrar como é bom ter alguém para amar.
Sim, sou um banco de praça, mas já amei.
Amei quando nem árvore era e percebi que alguém diariamente me alimentava, molhava a terra onde eu, ainda semente, germinava; a cada metro que eu crescia, ela comemorava.

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O que são lendas urbanas? (excerto) - PEDRO SILVA

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A própria noção do termo “lenda” remete-nos, de forma automática, para o campo da fantasia. Ou seja, estamos a tratar de algo que não podemos considerar uma realidade factual, a menos que alguém consiga provar o contrário. Ainda assim, não deixa de ser curioso sentir que todo este conjunto de lendas urbanas, das quais iremos referir uma selecção em seguida, tenha uma implantação tão forte junto da população em geral.
Para um autor, referir estas lendas, sem que as mesmas sejam tratadas textualmente, serve o propósito de dar ao leitor uma maior aproximação à fonte primária. Poderíamos tratar do assunto de uma maneira mais rebuscada, imprimindo uma versão mais trabalhada, mas isso tornaria a própria essência da lenda urbana como algo mais artificial.
Grosso modo podemos considerar que as famosas lendas urbanas, que são passadas oralmente, normalmente em um círculo de amigos, familiares ou, de forma mais ampla, dentro da comunidade onde nos inserimos, representam um conjunto de histórias que, à partida, podiam valer para várias pessoas, em determinadas situações, e que comummente são adaptadas à realidade de quem as conta.
Não é, como tal, raro que as lendas urbanas, ao serem contadas, comecem com o introito: “certo dia, meu pai (ou minha mãe, irmão, amigo, etc)…” ou, em alternativa, “um taxista (ou outro qualquer condutor) ia a guiar, calmamente, na estrada quando…”.

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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Ancorando no porto (excerto 2) - ANANDA LIMA

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Certa noite, um mês depois de retornar para casa e ter terminado as sessões de rádio, senti uma dor intensa na mama direita. Em seguida, uma sensação de queimação interna, parecia lavas de um vulcão descendo e queimando. Fiquei assustada. Tentei manter a calma para não deixar a família em pânico, mas interiormente, comecei a pensar, o câncer voltou e agora veio pior. Pedia a Deus para estar errada.
Ao ir na médica, constatamos que foi uma reação da radioterapia. A médica explicou que é comum ter reações, apesar de pouco se falar. Normalmente, fala-se muito da quimioterapia. Em alguns pacientes é comum ter algumas reações após às sessões de rádio.
Fiquei muito aliviada após o exame e as orientações da médica. Entendi que passaria a viver com certo medo e sobressalto em relação ao meu corpo e a qualquer alteração.
Por outro lado, sentia-me ancorando no porto. Estava de volta ao meu lar, junto da minha família, livre do tumor. Realizados os principais procedimentos para o tratamento, agora era seguir e deixar que o tempo sinalizasse percursos. Sabia que vez ou outra seria levada para a embarcação, seja para fazer acompanhamento médico, seja a insegurança natural de quem teve um câncer.

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domingo, 21 de agosto de 2022

Jogo de xadrez (excerto) - SARA TIMÓTEO

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A tua mão repousa sobre o rebordo do cinzeiro enquanto me explicas o que se passou contigo durante estes anos de ausência. A verdade é que fomos namorados de adolescência e agora não sabemos como dirigir palavra um ao outro. Os teus olhos são inacreditavelmente azuis e o teu rosto parece esculpido a cinzel. Miguel Ângelo não te desdenharia como modelo para a Capela Sistina. Contudo, tu és moreno, não loiro. Não possuis aquela beleza robusta e musculada. És esguio e ágil. Moves-te de um modo predatório.
Tornaste-te num homem perigoso. Tens negócios em várias partes do mundo e investes na Bolsa. Decidiste que querias ver-me e, se te agradasse o que vias, ter-me mais uma vez ou quantas quisesses. Agora, para ti, trata-se de uma questão de tempo.
Eu faço o que sempre resultou contigo: abro as narinas e cheiro a tua pele. Fixo os teus olhos. As tuas pupilas expandem-se numa questão de segundos – as minhas também. Depois, digo-te não existir qualquer esperança para nós. Já passou muito tempo desde a última vez e eu estou apaixonada por outra pessoa.
Rimo-nos ambos à gargalhada. Trata-se de um jogo de xadrez – e funciona connosco.

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sábado, 20 de agosto de 2022

Vida - ITANIRA SOARES

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É a vida uma imensa roda gigante. Gangorra que sobe e desce. Altos e baixos pesando dúvida, incerteza. Balança de pesos e medidas. História de carochinha pensando verdade. Ciranda da dança infantil que tropeça os sapatinhos e vai!

É a vida passando numa brincadeira sem fim, em uma verdade sem par, uma correria desenfreada burlando as leis da vida de um coração sem norte, na busca da sorte.

É a vida abrindo e fechando os olhos quando a verdade e a mentira se agridem tentando descobrir o que vem, o que vai, as idas e vindas, as chegadas e as partidas, arfando inevitavelmente, corrida incessante sem paradas, sem estradas, a mercê de espaço, de luz de tudo.

No desejo de abraços, no afã do querer, marcas de bem viver se riscam, se arriscam, se chocam, se bordam, se rasgam, se costuram, se desenham, se pintam, se fazem, se refazem, se desfazem, se constroem, se reconstroem, se destroem, se formam, se reformam, se transformam.

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Gênero e Imigração (excerto 16) - MARIA CAROLINA VIEIRA

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O formulário da Rede Solidária da Plataforma Geni continha as opções de escolha para os pedidos de ajuda, eram eles: apoio psicológico, social e jurídico; conforme as necessidades de cada uma elas eram encaminhadas aos grupos de apoio específicos, como já informado, foram formados grupos de whatsapp com a sororidade como guia. Através do grupo de apoio social vimos a necessidade de ajudar financeiramente outras mulheres com alimentos, fraldas, produtos de higiene e até gás de cozinha e novamente esbarramos no problema maior da pandemia da Covid-19, como ajudar se não podíamos estar próximas e novamente recorremos à internet para isso. Informamos a situação nos grupos e fizemos “vaquinhas” usando um aplicativo onde era possível enviar e receber dinheiro na conta no momento do uso e ainda gerar um código para que a pessoa pudesse retirar o dinheiro na hora em qualquer multibanco (caixa eletrônico).
A recolha de doações em forma de dinheiro também foram feitas através de transferências bancárias para famílias necessitadas, que nos enviavam a nota fiscal para prestar contas às mulheres que ajudaram doando as quantias. Vale lembrar que as doações nunca tiveram valor estipulado e cada uma doava o que conseguisse. No meio da pandemia da Covid-19 a Rede Solidária recebeu uma doação de 200 euros de um coletivo feminista em Lisboa e que nos ajudou a apoiar 10 famílias naquela mesma semana.

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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Atlântida – uma ilha mítica ou factual? (excerto) - PEDRO SILVA

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Em primeiro lugar, extraíam da terra todas as substâncias sólidas e fundíveis. (…) Havia abundância de madeira para o trabalho dos marceneiros e alimento bastante para os animais domésticos e selvagens. Havia, além disso, na ilha enormíssima quantidade de elefantes.
(…) Os perfumes que agora existem na terra, de raízes ou ervas ou madeiras ou essências destiladas de flores e frutos, todos eram ali produzidos e fornecidos. Também os frutos moles ou duros que nos servem de alimento, os legumes que usamos na comida, os frutos lenhosos que nos dão bebida, alimentos e unguentos, como ainda os frutos que, usados por jogo e por deleite, depressa se estragam e aqueles que usamos como estimulantes contra a saciedade no final da refeição, todos aquela ilha sagrada debaixo do sol produzia, belos e maravilhosos e infinitos em número.
Seja como for, enquanto obtinham todas estas coisas da terra construíam templos, palácios reais, portos, arsenais e embelezaram toda a região.
(…) Revestiram de prata todo o exterior do templo excepto os acrotérios, que foram revestidos de ouro. No interior, a abóbada era toda em marfim, matizado de ouro e auricalco, enquanto toda a parte restantes das paredes, das colunas e do pavimento estava coberta de auricalco. Ali se colocaram estátuas de ouro: o próprio deus de pé no carro, guiando seis cavalos alados, tão alto que com a cabeça tocava na abóbada; e em volta cem Nereidas sobre delfins, pois tal era o seu número para as pessoas daquele tempo. No interior do templo existiam além disso muitas estátuas oferecidas por particulares.

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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Mãe, bênção e missão (excerto) - ROZANA NASCIMENTO

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Mãe, não queria te cantar como um bolero, mas como se fosse um samba-enredo; pois não dá para falar de ti, sem arte, sem alegria, sem dor, sem medo.
São muitos sentimentos e valores que envolvem nossa relação de mãe e filha; é individualidade e complemento; é nascimento, crescimento e vida.
És sempre nossa primeira residência, nossa arquiteta: és criadora e criatura; nesse mundo de realidade tão dura, tão crua, ainda te lanças nessa aventura.
És nossa indústria alimentícia, primeiro com o sangue e outros nutrientes; depois leite, cuidados, remédios, noites acordadas, conselhos e tantos ensinamentos!
Por isso, te digo obrigado por me permitir existir como parte de ti; pois sei que gerar, criar, cuidar, exige muito amor, desprendimento e renúncias; mãe não é só parir.
És águia, leoa, és bicho do mato, enfermeira, advogada, és camaleoa; em inimaginável altruísmo, és capaz de dar a própria vida para salvar a quem, às vezes, tanto te magoa.

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Ancorando no porto (excerto 1) - ANANDA LIMA

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Quando estamos muito tempo em alto mar, o que mais queremos é ancorar num porto seguro. A vacina foi se mostrando como um antídoto eficaz para lutar contra o vírus da COVID-19. O Brasil, timidamente, inicia o processo de vacinação, mas com interrupções frequentes por falta de insumos para elaboração de mais vacinas ou falta de vacinas vindas de outros países. O conflito de interesses leva o país ao caos. Constatamos que, nossos governantes não governam para o povo, mas para seus próprios interesses.
Enquanto isso, vivemos um misto de emoções. A esperança da vacina que já era realidade em muitos lugares. O medo de novas ondas de contaminação, bem como de novas cepas, visto que onde ocorreu foi ainda pior que a primeira experiência.
Os estudos acerca do vírus eram incipientes, não se tinha entendimento pleno de sua ação, variações e as sequelas por ele deixadas. Seguíamos com esperança diante do avanço da ciência em garantir vacinas em tempo tão hábil.
Tive que atravessar o estado, em média, umas dez vezes durante esse ano para fazer o tratamento mais intensivo. Exigiu muito de nós, em todos os sentidos. Era uma travessia em tempos atípicos, permeada de melindres.

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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Verdades e mentiras (excerto) - ITANIRA SOARES

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Onde encontrar verdades se em cada respirar gotículas matam, sepultam um corpo apodrecido, intoxicado, despejado em valas que contaminam mentiras?
Muitas histórias sem histórias, vidas sem vida, sem começo, meio, apenas fim.
De tudo nada terá resultado. De toda pergunta nenhuma resposta. De todo problema nenhuma solução. Nenhum unguento extraído da planta braba do sertão vai avaliar e aliviar imensa dor. Nenhum copo d’água vai matar a sede acelerada e dilacerada dessa síndrome de angústia respiratória.
Peito apertado por onde respirar?
Olhar suplicante quem, para acudir?
É muita aflição gritante!
Aflorados estão todos os sentimentos que me mantém em pé para socorrer, de joelhos para implorar, de palavras para refletir, de coragem para combater o medo.
Verdade? Mentira?
Eu já não sei!!!
Sei da minha ânsia que povoa o mundo.
Sei das terras por onde meu pensamento vagueia e desnorteia a geografia do mapa que minha emoção insiste invadir, o que meu cérebro traçou e foi barrado por cada entrada delimitada pelo poder da palavra, pelo poder do poder como já dizia Ítalo Rovere em seu poema O Poder da Palavra.

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Gênero e Imigração (excerto 15) - MARIA CAROLINA VIEIRA

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Para Crossley (2015), as amizades na rede social Facebook são divididas em duas principais categorias: os laços fortes, que seriam responsáveis por cultivar o sentimento de comunidade e organizar ações coletivas; e os laços fracos, que criaram oportunidades para expandir bases de recrutamento e atingir um grande número de pessoas com as quais eles não entram em contato em suas vidas off-line. Portanto, Crossley (2015) atesta o terreno propício da internet para o nascimento de inquietações sociais.
Essas inquietações sociais são comprovadas em casos com o uso das hashtags que expressam a empatia e sororidade com outras mulheres, além de dar espaço para que outras compartilhem suas experiências como nos casos #metoo #primeiroassedio #ondedoi e #elenao. Todas estas campanhas construídas e engajadas por mulheres nos mostraram que a internet tem um amplo espaço para se debater o feminismo e que o apoio à luta tem cada vez mais saído da internet e ocupado o mundo real.

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domingo, 14 de agosto de 2022

O colar de Pérolas (excerto) - ROSA FONSECA

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Sempre que o pôr do sol se debruçava sobre os nossos olhos, surgias em festa no teu vestido florido de miosótis. Vislumbrava o teu pescoço esguio adornado com o colar de pérolas e aquele tempo rosáceo em que flutuavas pelos salões nobres nos braços de um príncipe encantado.
Era assim que me contavas a história. Sentadas a saborear o horizonte que se ia esbatendo.
“… E um dia o pescador mais belo daquela praia, onde eu passava férias, olhou os meus cabelos negros e a minha pele morena e segredou a um búzio que cobriria todo o meu regaço de pérolas dos mares mais profundos. Guardei o búzio durante muitos anos e continuei a fazer daquele sítio, o meu estuário.”
É nesta passagem da história que o teu sorriso se aclara e o teu olhar se expande. E de novo voltas à areia quente e branca, às pegadas a par, aos corpos bronzeados enleados de um amor que floriu.

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O Graal em livros polémicos! (excerto) - PEDRO SILVA

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Aproveitando a oportunidade, gostaríamos de analisar o Graal e a sua hipotética relação com Maria Madalena e Jesus Cristo. A nossa base de investigação, neste caso, foi um conjunto de dois livros, um no campo da ficção e outro de ensaio. Parece-nos que, actualmente, o chamado best-seller "O Código Da Vinci" é o título mais apoiado e criticado entre todos. Em relação ao título "Maria Madalena e o Santo Graal", cujos editores afixaram, na capa, que "foi o livro que inspirou «O Código Da Vinci»", trata-se de uma obra mais antiga no tempo, em termos de publicação original, trazida à ribalta pelo sucesso da controversa obra de Dan Brown.
Doravante, para melhor identificação, usaremos a sigla CDV para "O Código Da Vinci" e MM para "Maria Madalena e o Santo Graal".
Em CDV, há, como em todos os romances do género policial, um crime inicial. A partir daí, a trama é desenvolvida numa sequência alucinante, ou não fosse o seu autor um especialista neste género literário. No entanto, de quando em vez, há pistas simbólicas que nos vão sendo referidas e abordadas, de uma maneira mais ou menos sucinta. Em MM, a autora descreve-as mais detalhadamente. Tentaremos, de alguma maneira, fazer um paralelismo. Nas ocasiões em que não seja possível fazer coincidir uma obra com a outra, ficará a versão mais descrita.

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sábado, 13 de agosto de 2022

Olhares de encontro (excerto) - RITA QUEIROZ

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Todos os dias ela olha para as cicatrizes. Desliza as mãos, sente as nervuras, os relevos altos e baixos, as profundas filigranas.
Todos os dias, olha-se no espelho e busca a menina sonhadora, a atleta de ponta, a bailarina inventiva, a musa das aquarelas nuas.
Todos os dias, vê a vida usurpada por aquelas mãos, aqueles olhos, aqueles gritos que a assustam.
Todos os dias, olha para as crias, sente remorsos, se desespera, mas naqueles olhinhos que a fitam, está a esperança de virar o jogo, de vencer as batalhas, de rodopiar como a primeira bailarina.
Um dia, criou coragem e foi à luta. Denunciou os maus tratos, a vilipendia, a arrogância, a intolerância, a violência moral e física. Não foi fácil. Mas era preciso virar o jogo, ser dona das próprias rédeas, dar um basta nos absurdos.
Carregou as crias, mudou de cidade, refez a vida. Deixou para trás uma vida de aparências, de enganos. Para quem não vivia o seu drama, tinha uma vida perfeita. Morava em uma bela casa, confortável, com todos os bens materiais indispensáveis. Mas sobravam ali muitos dejetos, emergidos dos esgotos daquele ser ignóbil.

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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Tudo que é demais (não) passa... (excerto) - RITA FURTADO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Útero acolhedor de treze filhos, dona Júlia exalava silêncios e cuidados. Mas seu silêncio tinha um propósito maior: elaborar as coisas do mundo. Exímia observadora, seu silêncio elaborava tudo que recolhia ao escutar sonoridades das palavras e dos gestos. E sua sabedoria, como a do doutor Breuer, de Brecht, não residia no fato de dominar muitos saberes, mas no fato de ser sábia a ponto de capturar e acolher os saberes fundamentais e extrair deles a essência do humano. Poucas palavras e sempre condensadas mais no olhar do que na voz. Poucas palavras e muito mais submersas no gesto do sorriso largo do que nas sonoridades vocais. Poucas palavras que exalavam o perfume na cor de seus olhos, de um verde ímpar. No enigma de seu silêncio também residiam ações solidárias (quase) invisíveis. No enigma de seu silêncio habitavam as histórias não reveladas, as dores sublimadas e as alegrias contidas. No enigma de seu silêncio morava a resiliência impulsionadora. No enigma de seu silêncio presentificavam as lições da fé inabalável num Deus divino, humano, alegre, atencioso, prestativo e, sobretudo, amigo.

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Traçando novas rotas (excerto) - ANANDA LIMA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O ano de 2020 se colocava como desafiador. Para a grande maioria das pessoas era a primeira vez a viver uma pandemia, até então, apenas estudada em livros. Ninguém nunca imaginou que um dia poderíamos viver algo assim, que aquele vírus, noticiado em dezembro de 2019 na China, iria ocasionar tantos malefícios.
Mas o que fazer com tudo aquilo que estávamos a viver? Iríamos continuar apenas como expectadores, a reclamar? Teríamos condições de ressignificar aquele momento?
Muitas pessoas se redescobriram durante a experiência de 2020. Mudaram de atividade profissional, se aperfeiçoaram profissionalmente estudando mais e se reinventaram. Algumas enxergaram coisas que estavam cotidianamente diante dos seus olhos, mas não viam. Seja a graciosidade do companheiro(a), seja a grandeza dos filhos que estavam a lhes dar grandes ensinamentos. Descobriram o verdadeiro sentido da palavra lar, que transcende a casa. Outros, se autoconheceram e estavam a si lapidar, como diamantes.

EM - 2020 PARTINDO PARA ALTO MAR - ANANDA LIMA - IN-FINITA

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Gênero e Imigração (excerto 14) - CAMILA FRANCO HENRIQUES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Assim, os movimentos feministas devem ser estudados para que se compreenda os atuais contornos e a diversidade dentro deles. Os feminismos94 nos permitem olhar a realidade a partir de outras lentes, de perceber o mundo de forma diferente e plural. Mas deve ser sempre visto e pensado a partir de um viés crítico, para acompanhar as mudanças e funcionar como real instrumento de transformação social.
Para finalizar este tópico, trazem-se dois breves relatos de agradecimento recebidos após o auxílio nos casos acima referidos. Agradecimento da mulher mãe de dois filhos: “(sic) Sim, depois disso tudo passar quero muito encontrar uma forma de vos agradecer.. Nossa, foi um divisor de águas p mim ter encontrado vcs”. Agradecimento da mulher mãe de uma filha: “(sic) Muito obrigada, viu? Você não tem noção do bem que você está me fazendo. To muito agradecida mesmo, à você, à psicóloga [...] que também falou comigo. [...] Que Deus dê em dobro tudo o que vocês estão fazendo por mim e fazem pelas pessoas. [...] Deus te abençoe!! Obrigada, pois no ultimo mês foi a fase mais solitária da minha vida... Beijinhos”. 

EM - GÊNERO E IMIGRAÇÃO - PLATAFORMA GENI - IN-FINITA

Um domingo na casa de Voita - ITANIRA SOARES

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Histórias que ele me contou ontem.
Lobo mau, barco, tubalão, zacalé e comendo pipoca que VOITA não deixa faltar.
Vem VOITA bincar!
Como dizer não!
Lúdico brinquedo maternal de Vó! Parque da alegria que se ergue dentro de mim e entro na roda, dou cambalhotas de acordo com o permitido, enceno historinhas, sou protagonista da imaginação dessa criança. Imito, canto e me encanto nesse cenário infantil, aquarela de luz que em nossos olhos brilham, mundinho criança que no carrossel da vida a vida me embala.
ARTUR é o meu pilates, a minha Yoga, a minha academia...
_ Aploveita VOITA! Enquanto etimulo teu côpo, fotaleço tua muculatura, explolo a sua diponibilidade que tem só pala mim e pala pleencer seu tempo me aploveito do teu queler bem, poquê o meu é bem maior, pulo e vedadelo.
Amor em dose dupla!
Prognóstico para o meu bem estar!
Ciclo de vida que na vida me completa o giro iluminado pelo doce olhar de meu netinho, vindo do amor, para o amor e no amor viver AMOR.
ARTUR! VOITA TE AMA!!!

EM - PELOS CAMINHOS DO MEU UNIVERSO - ITANIRA SOARES - IN-FINITA