terça-feira, 31 de março de 2020

Em tempos de quarentena - MARIA LUCIRENE FAÇANHA


23 de março 
lembra Horácio Didimo 
lembra literatura infantil 
lembra poesia 
mas o que vem, o que está posto?
corona  - coroa de espinhos a nos fustigar 
Galeano diz:... "Os ninguéns. Os nenhuns... que não são seres humanos, são recursos humanos... que não aparecem na história  universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local. os ninguéns  que custam menos dos que a bala que os mata"
neles que penso nessa hora
por eles choro 
por eles me isolo.

Maria Lucirene Façanha


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Em tempos de quarentena - LENICE FERREIRA


NÃO TEMOS TEMPO

TRABALHO
FAMÍLIA
ESCOLA
MARIDO
ESPOSA
NAMORADA
NAMORADO
COMPANHEIRO
COMPANHEIRA
O TEMPO SEMPRE CORRIDO
RELIGIÃO
PROJETOS
AMIGOS
NÃO TEMOS TEMPO
CONTRA ELE CORREMOS
NÃO LEMOS
NÃO BRINCAMOS COM OS FILHOS
NÃO VIAJAMOS EM FAMÍLIA
NÃO JANTAMOS JUNTOS
NÃO VEMOS TV
CADA UM NO SEU QUADRADO
E ULTIMAMENTE,
CONECTADOS
NO MUNDO VIRTUAL
TRABALHO/CASA
CASA/TRABALHO
REDE SOCIAL
EU POR MIM
VOCÊ POR VOCÊ
NEGÓCIOS
DÍVIDAS
DESESPERO
PESADELOS DO COTIDIANO
EXAUSTIVO
DE REPENTE O PERIGO!
CAOS INSTAURADO
PRÓ MÉDICO
GARI
PROFESSOR
ENFERMEIRO
ADVOGADO
DO LAR
ESTUDANTE
DIARISTA
DENTISTA
ARTISTA
PAROU TUDO
E O TEMPO?
AH O TEMPO
NOS FOI DADO
E NÃO SABEMOS O QUE FAZER
TEMPO NOS SOBRA
E SENTIMOS FALTA DE QUÊ?
DE CORRER?
NÃO O APROVEITAMOS
DA MANEIRA QUE É
PRA SER
PELO BEM COLETIVO
CADA UM CUIDAR DOS SEUS E DE VOCÊ
CURTIR AS CRIANÇAS
VER TV NO SOFÁ DA SALA
COZINHAR SEM PRESSA
LER
OUVIR UMA BOA MÚSICA
TOMAR UM VINHO A DOIS
NOS PERMITIR USUFRUIR DESSE TEMPO
QUE TALVEZ NÃO O TEREMOS DEPOIS

LENICE FERREIRA


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segunda-feira, 30 de março de 2020

Em tempos de quarentena - ELSA RODRIGUES


Este nosso mundo

Num mundo de vaidade
Que tudo parecia mito
De repente virou tempestade
Agora anda tudo tão aflito.
E há aquele que ignora
Com medo, lá no fundo 
E outro tanto implora 
Pela normalidade neste mundo.
Colhendo o que semeamos
Nesta grande incompreensão 
Recebemos o que damos
De caras agora nesta situação. 
Perdeu se a confiança
Neste nosso persistir 
Vivendo na esperança 
Juntos vamos conseguir...

Elsa Rodrigues


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Em tempos de quarentena - REGGINA MOON


Crônica para uma manhã de Março ( I )

Contrair o vírus COVID-19 não é uma sentença de morte, a maioria se recupera, o que morre hoje, de certa forma, é a liberdade de ir e vir, a alegria de estarmos próximos uns dos outros, os beijos e abraços. Os compromissos adiados, a falta da cura, o isolamento social, que não sabemos como lidar, os noticiários, as previsões em gráficos detalhados do caos, a contagem dos suspeitos e dos óbitos, perfeitamente ordenados por continentes, tudo isso invadindo o emocional, principalmente dos mais sensíveis e empatas. Tudo o que era inadiável há 15 dias ou uma esperada conquista, ficou em "stand-by". Nos comunicamos via aplicativos e redes sociais para diminuir o impacto. A tal da curva do contágio e o seu pico, quarentenas, alertas, parecem vindos de um filme de ficção científica, só que agora fazemos parte dele, sem sermos consultados. Quantos restarão para contar a história, quantos de nós ainda estará aqui em três meses ou um ano, como proteger nossa família e filhos, que não podem ir ao parque, a escola, ao cinema, namorar ou jogar bola, o que restará deste cenário, afinal? Estamos na urgência de algo salvador da ciência, de governantes competentes, não de abutres mercenários, falsos salvadores, comercializando seus milagres em busca de dízimos, atrapalhando a verdade, debochando da fé. Com certeza, esse novo invasor não vencerá a todos, mesmo que eu seja vencida, tudo bem, saberei que a humanidade ficará mais forte e unida. Tudo irá continuar. O sol, o mar, as noites de luar, a música, a poesia, os monumentos do mundo serão preservados, pois não existem bombardeios, só silêncios. A natureza, as artes, as flores, as catedrais e belas cachoeiras, o Cristo Redentor, o amor e as quatro estações do ano, sempre permanecerão...!

BRASIL, SBC/SP - 22.03.2020
REGGINA MOON

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domingo, 29 de março de 2020

Em tempos de quarentena - RUTE PAULO


Sou a Filha da Esperança...

Sou filha da Esperança
E trago em mim uma Força
Que nem este bichinho pode matar
Pode até fazer-me cair
Mas não irá conseguir apagar
A força que me faz mover.

Sou filha da Esperança
E rezo que Paciência seja minha aliada
A Paciência para esperar
Que Primavera seja Primavera
E que esta Força em mim
Não me abandone e me continue a abraçar.

Sou filha da Esperança
E quero acreditar que este pesadelo
É um pesadelo que nos vai conduzir a uma realidade
Onde tu e eu possamos unir a magia
De um sorriso, de uma mão que finalmente se toca

Sou filha da Esperança
E é com esta Esperança que te vamos conquistar.

Rute Paulo


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Em tempos de quarentena - CLÁUDIA GOMES


Inimigo (In) visível

Vivemos em guerra
Isso é fato
Jornais, poesias e redes sociais
Abordam temas que são bem reais
Mas o homem
Que se sente imponente em seu trono poderio
Não consegue perceber
Ou simplesmente não quer ver
Que todos precisam mudar!

A lama já provou que daqui do chão
Muita coisa é ilusão
O fogo se alastrou
E o tempo dos homens quase nada salvou
A água inundou
Casas bairros e com lágrimas se misturou
E o que mudamos?
É preciso acordar
Pois toda ação consequência  trará!
Ele chegou e nem o amor ele perdoou
Está beirando nossas casas
Nossas vidas
E após sentir o nosso medo
Em busca de vidas ele está
É um inimigo silencioso
Que está custando a passar
Por isso é necessário a união afirmar
É uma luta coletiva
E todos precisam ganhar!

Cláudia Gomes


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sábado, 28 de março de 2020

Em tempos de quarentena - CLÓVIS SANTOS


Pais da luta e esperança 

Pai do cientista que luta
Que vai em busca da cura
Da vacina gloriosa
Que sara a pneumonia dolorosa
Uma esperança faz nascer...
Pai do enfermeiro, do intenso contato
Da linha de frente como um grande soldado
Ajuda o médico, no caminhar frenético 
Coloca o soro, aplica os remédios 
Um alívio faz crescer...
Pai do médico um lutador incansável 
Traz de volta seu paciente saudável 
Ganha algumas, outras se mantém forte
Na sua luta de vida ou morte
Já não querem mais perder...
Pai daquele que chora ou na alegria
Do que vivencia ou mantém imune a família 
A luta e a esperança é também de todos os pais
Esse vírus já não pode infectar mais
Pai de todos os filhos que neste momento
Nos socorrem, nos apoiam, trazem seu alento
Que clamemos em oração ao nosso grande Pai:
Trazei a cura e a nossa outrora paz !!

Poeta Clóvis Santos - Ferraz de Vasconcelos - SP


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Em tempos de quarentena - GRAZIELA BARDUCO


Sei que estou em meu limite
Tão mais torpe desta vez 
Antes que eu desacredite 
Me desnudo em acidez 
Ainda que eu me interdite
Puxo o fio da lucidez.

Graziela Barduco (São Paulo - SP)


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sexta-feira, 27 de março de 2020

Em tempos de quarentena - ISABEL BASTOS NUNES


Faz frio
Nestas manhãs de Março
Um frio gélido
Maligno
Como tentáculos
Crescendo invisíveis
Apanhando até os mais cautelosos.

Esconde-se nos sorrisos
E nos gestos mais descurados.

Parece um jogo das escondidas…

Não adianta procurar
Onde está escondido
Não adianta pensar
Que não o vimos
Que podemos ter sorte
Ele está a espreitar-nos
Esperando um descuido nosso
Por isso tanto se morre.

Mas convém ter esperança
Ela é a nossa arma de arremesso
Contra este demónio.

Fomos sempre lutadores
E neste poema
Onde quero relevar a palavra coragem
Não desisto…
Descobri uma nova verdade
Portugal ergue-se solidário
Nesta grande adversidade.

Mesmo que nas pedras da calçada
Só oiças o som dos teus passos
Não caminhas sozinho
Levas contigo todos os abraços
Porque todos os Portugueses
Estarão contigo!

Isabel Bastos Nunes


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Em tempos de quarentena - PAULA COSTA


Enclausurado!

Enclausurado nesta reclusão
Tamanho tormento
Angústia e solidão!
Vieste ceifar vidas
Causar dor e sofrimento
Vivemos num tormento!
Causador de momentos difíceis
Vidas de sofrimento
Este desconhecido
Causador de tanto desalento!
Mas a tormenta vai passar
Como passa uma tempestade
A força da união é poderosa
Unidos juntos em polvorosa!
Numa batalha contra o tempo
Esta guerra iremos travar
Lutando juntos iremos vencer!
Porque o amanhã irá chegar
E o sol voltara a brilhar
Viveremos um novo recomeço
Unidos recomeçaremos uma nova história
A história de um povo unido
Lutando rumo á vitória!

Paula Costa


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quinta-feira, 26 de março de 2020

Em tempos de quarentena - MARIETE LISBOA GUERRA


É a palavra que fica

nas imprevistas portas fechadas
a pele asseada e ajuizada,
o resto ninguém sabe o porquê
do monstro que se move
pelas cidades desertas.

Na ausência de abraços,
invejamos os pombos que bicam e saltam.

A calamidade, a morte sem medicamento,
veneraremos o renovar, a luz do brilho do sol,
a paz que o mundo pede.

"Autoclismem" o que não presta!.

Mariete Lisboa Guerra

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Em tempos de quarentena - MARIA JOÃO HORTA PARREIRA


Horizontes de cor,
Salteados de amor,
Pincelam ideias inquietantes,
Transmutadas em medos pedantes.

No processo criativo natural,
A tela vazia mental,
Sofre a necessária combustão,
Enraizando a dor e sua ablação.

O estímulo da melodia,
Transporta a serena energia,
Em ondas empáticas,
Promovendo ligações telepáticas.

No contexto artístico,
O conjunto linguístico,
Da sensibilidade colectiva,
Manifesta a fome supressiva.

A condição do parecer,
Bloqueia o fluido ser,
E a sadia nutrição do sistema,
Digere a solução do teorema.

Cheiros, sons, sabores,
Roda de letras e cores,
Na argamassa universal,
Equilibramos o essencial.

O ciclo de vida e sua alquimia,
Expressa com força a alegria,
E a luz da humildade,
Converte o complexo em simplicidade.
Eternidade.

(escrevi em 2012, Maria João Horta Parreira)

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