segunda-feira, 30 de maio de 2022

Vem ser a minha namorada - VÍTOR PAIVA DUARTE

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Anda cá, vem ser a minha namorada.
Sabes, tu és aquela que me faz ficar acordado até de madrugada, que me faz ficar com a respiração acelerada, e se não ficas comigo eu fico sem nada... e sem companhia para fazer da vida a minha estrada!
Se fores a minha namorada eu fico feliz e dou-te tudo e o coração, dou-te beijos até mais não, e transformo a tua vida fria, num tórrido verão!
Vem daí namorar comigo, ouve o que sem falar te digo, sente que posso ser o teu abrigo... e basta que me tragas um beijo e um sorriso e me dês o teu calor, que eu, com desejo e sem aviso te darei o meu amor!

EM - POETIZAÇÔES EM PROSA - VÍTOR PAIVA DUARTE - IN-FINITA

domingo, 29 de maio de 2022

Os mil reflexos de uma solidão (excerto) - VÍTOR COSTEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Estava cansada, notava-se, e as sobrancelhas, a precisar de mais atenção, mostravam-se ligeiramente arqueadas numa interrogação brusca daquele momento. Acima delas, começava a desenhar-se um traçado orográfico identificador de preocupações constantes, de decisões eternamente adiadas, de felicidade diluída e perdida de esperança em esperança.

Franzindo, agora, mais o sobrolho, tentava perscrutar o que lhe podia ir na alma, uma vez que, dizem, os olhos são o seu espelho, mas não o conseguiu, pois encontrou uma barreira tenaz, como se ela lhe dissesse: “Aqui, não entras, pois já nada mais me resta, para além da (pouca) dignidade!”.

Endureceu-se-lhe, momentaneamente, o semblante depois desta tentativa, quase imoral, de querer entrar num templo proibido, sem autorização nem convite, e ter acesso à sua arca dos segredos, onde tinha guardado momentos e recordações dos quais já nem ela própria se lembrava! Tinha que assim ser, depois de ter perdido, constantemente, parte de si, por todos os caminhos e pessoas que fora percorrendo. Ser mais uma mulher, é fácil; difícil, pois, é ser Mulher, e esta dificuldade paga-se caro e escreve-se em traços profundos e definitivos, como cicatrizes, na face e na alma!

EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

Santa Rita de Cássia (excerto) - PEDRO SILVA

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Igualmente natural da Itália (local onde os estigmatizados parecem surgir com maior profusão), nasceu Rita de Fogliano (apesar de alguns a apelidarem de Rita Lotti), no ano de 1381, mais concretamente a 22 de Maio.
Antes do seu nascimento, já a sua vida estava marcada por fenómenos místicos, contando-se que os seus idosos pais receberam a visita de um Anjo (tal e qual como na Anunciação) informando que iriam ser abençoados com uma criança o que, naturalmente, já não acreditavam ser possível.
Tal como São Bernardo de Claraval, que era considerado um santo doutor melífluo, pelo facto de ter sido alimentado por abelhas, também Santa Rita foi cuidada por um enxame de abelhas brancas (símbolo da pureza), que a alimentaram, na boca, com mel, sem, no entanto, lhe dar a mínima ferroada, o que é condizente com os antecedentes místicos de alguns santos da iconografia cristã.
Conta-se que o papa Urbano VIII, ao encontrar-se com Santa Rita, que andava sempre acompanhada do enxame de abelhas, segurou em uma delas e a marcou, colocando-a em local diferente das demais. Estranhamente, a mesma em breve regressou ao enxame, como se fosse essa a sua missão. Esta é uma bonita lenda que pretende transmitir a ideia de espiritualidade forte impregnada na jovem italiana.

EM - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DO MUNDO - PEDRO SILVA - IN-FINITA

sábado, 28 de maio de 2022

Grinalda de emoções (excerto 12) - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Na chaminé, tinha um quadro muito antigo, cujo pintor o teria oferecido ao meu avô, embora o nome já esteja irreconhecível… nunca soube quem ele era. Esse ficaria onde estava. As paredes, mais pareciam de uma exposição de vários pintores, com seus traços diferentes e bem definidos. Fiz uma escolha, mas a dificuldade era mesmo essa: como escolher, se todos eram maravilhosos e tão diferentes. Sim, mas eu não queria uma galeria de arte na minha sala, portanto, um sim, um não, e reduzi a metade o número de quadros, telas e pinturas. Numa outra volta, faria o mesmo, um sim, um não, e aos poucos iria transformando a galeria, na minha sala. Mudei a posição dos sofás e dos cadeirões. De frente para a lareira, ficou o cadeirão onde gostava de me sentar, para ler ou simplesmente para sonhar. O outro em pele de búfalo, ficou perto da janela que dava para o jardim, aí gostava de me sentar a escrever, com a claridade natural, vinda do exterior. O meu, o meu cadeirão, ficou no mesmo sítio, de modo a ver o corredor que dava para a porta da entrada principal. O sofá grande, forrado a veludo lavrado, em tons dourados, pus encostado à parede grande junto à estante envidraçada, onde ainda estavam guardados os livros lidos pelos meus antepassados. Nunca a tinha aberto, fazia parte de um passado onde não queria entrar; não sabia bem o porquê, mas não sentia vontade alguma de o fazer. Limpei os vidros das portas, com cuidado e mantive-a fechada.

EM - GRINALDA DE EMOÇÕES - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Aos horticultores do mundo - ITANIRA SOARES

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É vasto o campo, onde o agricultor resolve de pronto obter a renda fatídica de sua subsistência. Terra árida e bem arada, covas desenhadas, bem estruturadas, prontas para receber as sementes vivas, batizadas de cenoura, alface, batata, couve, tomate, repolho as mais variadas existentes.
Daí então os cuidados constantes. Lagartas, fungos, formigas, são as visitas incômodas.
Olho grande na colheita, ganância na abundância do que plantou e nos cifrões que irá lucrar. E haja agrotóxicos! Maior retorno ao bolso.
Qualidade de vida é encher o prato de legumes, folhas, frutas e a propaganda no ar, nas telas de TV, nos consultórios médicos, nas feiras livres.
“Alimentos Saudáveis” (entre aspas) escondidos no veneno alimentar que lhe encharcaram. E haja agrotóxicos! E coma agrotóxicos! E iluda-se com sua horta!
A propaganda exibida na feira, numa brechinha de luz da consciência grita: Abre os teus ouvidos para a minha fala conscientemente vibrante de atos bondosos e fecha teus olhos para minhas ações nefastas.
Prove e prova-se da essência que exala da minha boca. Perdão aos horticultores.
Cuspa e fuja da excreção que expurgo ao mundo. Pedido de perdão no íntimo dos horticultores.

EM - PELOS CAMINHOS DO MEU UNIVERSO - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Médico à força (excerto) - LUÍS VASCONCELOS

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Tal como já referi a minha mãe, consumida com preocupações causadas pelos meus anormais comportamentos, lá conseguiu levar um médico a casa. Eu não estava à espera, mas, ao contrário do que toda a gente receava, não reagi agressivamente! Não me senti traído ou enganado. Se calhar, inconscientemente, eu só estava à espera que alguém tivesse a iniciativa de fazer aquilo que não conseguia fazer por mim mesmo. Na verdade, estava exausto daquela vida que levava: isolado, escondido, enclausurado, por iniciativa própria, mas também por força das circunstâncias, dentro da minha própria casa, à espera de um milagre divino, que, no fundo eu sabia que não iria acontecer. Depois tudo foi decorrendo naturalmente. Aquele médico de clínica geral pediu-me: “Luís, não te importas de ir amanhã ao meu consultório para te poder examinar melhor? Hoje vim aqui apenas para conversar contigo, de homem para homem. Quero que vejas em mim não só um médico, mas sobretudo um amigo que te quer ajudar!”.

EM - NINHO DE CUCOS - LUÍS VASCONCELOS - IN-FINITA

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Em terra firme (excerto 4) - ANANDA LIMA

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Chorei por algum momento. Senti um afago de quem acolhe, acalenta. Permaneci ali naquela energia silenciosa por alguns minutos até que outras pessoas chegassem sem nada perceber. Realizei as atividades propostas e ao término, fiz o comunicado do que estava acontecendo. Percebi um certo susto, mas nem eu estava entendendo direito tudo o que estava acontecendo e, por isso sentia dificuldades de ser clara.
Nesse mesmo dia recebi a ligação de um médico amigo, trazendo orientações e palavras que me acompanharam em todo o percurso “Você não está sozinha!”– disse ele. O final de semana foi desafiador, pois tinha algumas atividades assumidas anteriormente, mas ao mesmo tempo, soava como oportunas para dialogar com as pessoas, cientificá-las da minha situação. Consegui conversar com os grupos envolvidos sem me emocionar e assim me afastar de algumas atividades.
Na segunda-feira, fui à escola conversar seriamente com meus alunos e falei a respeito da necessidade de me afastar. A partir daí, fui em busca de meios para a realização do tratamento. Com certa dificuldade, mas ainda conseguia me sentir em terra firme, ainda que sem muita noção do amanhã.
Hoje, refletindo com distância dos acontecimentos, percebo que inicialmente minha preocupação era com os outros, a família, os amigos, as atividades assumidas. Morrer não me afligia, mas pensar em deixar a família me preocupava bastante. Era uma sensação que tinha coisas a serem feitas, que as pessoas precisavam de mim. Fico refletindo se neste pensamento não havia um tom de prepotência da minha parte, no sentido de me sentir o eixo familiar.

EM - 2020 PARTINDO PARA ALTO MAR - ANANDA LIMA - IN-FINITA

Um paradigma eco-ético social (excerto) - JOAQUIM SILVA

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O novo modelo de sociedade deve refazer o tecido social a partir das múltiplas potencialidades do ser humano e da própria sociedade. Trabalho e lazer, produtividade e a dimensão lúdica (o lado do sonho e da imaginação, da emoção e do símbolo). Uma tarefa essencial reconstruir ou refazer a aliança destruída entre o ser humano e a natureza, assim como uma Unidade (na diversidade) entre as pessoas e os povos, para a construção da solução das Crises Múltiplas, a Híper fraternidade Eco Social, dos Povos, participando todas as tradições culturais que valorizam o Ser e o Cidadão, e os valores do Respeito e da Dignidade, da Ética fundamental. Unir as Religiões da paz, por uma ética da Compaixão Universal.

EM - A VIA DA SÍNTESE III - JOAQUIM SILVA - IN-FINITA

quarta-feira, 25 de maio de 2022

A natureza do homem (excerto) - VALQUÍRIA IMPERIANO

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Blasfemando!
Se olharmos a natureza a nossa volta percebemos as transformações que nela ocorrem. O verde passa ao amarelo, o amarelo vira vermelho e o vermelho vira marrom quando a seiva deixa de alimentar sua vida. Essas mudanças podem afetar nosso o humor, não o humor da natureza porque a natureza consegue sempre renascer das próprias cinzas. O nosso humor. O humor do homem. O homem não consegue viver com o cinza da natureza, com a falta do sol, com o tempo fechado, esse tempo cinza, deixa-nos tristes, tira nosso sorriso do rosto, deixa-nos abalados. Não somos como a natureza porque não conseguimos renascer das cinzas, não conseguimos nem renascer de nós mesmos.
Cada folha amarela que aparece na nossa cabeça, ou seja cada acabelo branco, é um sinal de avanço no tempo. Um sinal que a nossa natureza está deixando a juventude em direção ao amadurecimento. Não temos temporadas, não temos estações como a natureza: o inverno, o verão, a primavera e o outono! Nossas estações não têm volta. Somos bebes, crianças, adolescentes, adultos, velhos e morremos.
Passamos de uma estação para outra sem volta. Eu acho que entristecemos nossa alma quando vemos a natureza transformando-se porque isso nos lembra que a natureza renova-se e nós somos conscientes, ou seja, temos a consciência consciente de que não voltaremos para trás. Estamos sempre avançando, dizem, para o futuro, mas eu não considero isso um futuro. Eu acredito isso como um futuro acabado.

EM - INTUIÇÃO - COLETÂNEA - IN-FINITA

Não é por ser sábado - VÍTOR PAIVA DUARTE

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E não é por ser sábado que os teus lábios não irão rasgar caminhos na pressa de chegar aos meus beijos derramando neles todo o doce que nasce no fundo de tantos desejos, como se a tua boca fosse uma flor e eu te roubasse todo o mel, e os corpos, meu Deus, os nossos corpos sentem-se a entrar numa vertigem desenfreada entre vontades de veludo e liberdades que comem tudo, e entregam-se na refrega da paixão, confessando amores impossíveis com palavras impercetíveis outras ofegâncias indizíveis!

EM - POETIZAÇÔES EM PROSA - VÍTOR PAIVA DUARTE - IN-FINITA

terça-feira, 24 de maio de 2022

Os mil reflexos de uma solidão (excerto) - VÍTOR COSTEIRA

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Foi, perante este rápido pensamento, então, que ela retomou a postura inicial, ligeiramente altiva, e ergueu os olhos para a mulher que a fixava de frente, lhe estudava os gestos e apreendia os sinais. Tentava, por seu lado, descodificar os traços físicos e psicológicos daquela figura que a enfrentava tão minuciosa quanto curiosamente. Podia dizer-se, até, que se estudavam mutuamente.

Aquela não era uma mulher de quem se pudesse dizer que era velha, ainda muito longe disso, mas dava a sensação de que se queria mostrar como tal ou, pior, não se importava nada em parecê-lo e havia gritos de tristeza e amargura riscados fundo na sua pele ligeiramente flácida. No geral, tinha traços firmes que eram de uma beleza comum, avessa a grandes alardes ou demonstrações públicas daquilo que sabia serem as suas melhores características.

Olhava-a de frente e, sem ponta de desdém ou inveja, achava que aquele cabelo já passara por melhores dias. Estava desalinhado, sem gosto e com as pontas quebradas. Vários trilhos em contraste indicavam a presença alarmante de precoces cabelos brancos e, talvez, precisasse mesmo de algum cuidado diário.

A esta observação, respondeu-lhe um olhar triste magoado… aqueles olhos tinham ausência de brilho, de mensagem. Já tinham tido, muito provavelmente, uma existência diferente mas, por ora, apenas transmitiam a imagem de um deserto noturno, vazio e distante.

EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

São Francisco de Assis (excerto) - PEDRO SILVA

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Aparentemente, foi esta a primeira personagem na História que, comprovadamente, viu o seu corpo marcado pelas chagas de Cristo, como referimos acima. Nascido em Assis, na Úmbria (Itália), a 26 de Setembro de 1181, renunciou ao mundo em 1206, penitenciando durante dois anos e pregando sempre da forma mais humilde possível.
No ano de 1209 criou, junto com doze discípulos, um pequeno grupo pregador acolhido pela Ordem de Cluny, tendo viajado por grande parte do mundo, sempre espalhando a mensagem divina. Fundou a Ordem dos Frades Menores e a Ordem das Clarissas.
Até chegar à parte da existência em que se dedicou à vivência monástica, S. Francisco terá vivido com todo o luxo possível, filho de abastados comerciantes, compreendendo que havia uma diferença enorme entre os pobres e os ricos. A partir do momento em que recebe um chamamento divino, aparentemente após um período de grave enfermidade.
Foi já no final da sua vida, muito cheia de dificuldades e reconhecidamente em prol dos mais humildes do planeta, que no Monte Alverne, em 1224, é cravejado com as chagas de Cristo, que não mais o largaram.
Tal como todos os estigmatizados, sofreu bastante das dores que as feridas provocavam e estava sempre em constante sobressalto espiritual, lutando internamente para assegurar a sua crença e auto-justificar a presença de tais feridas no corpo. Foi já no sepulcro que terá curado enfermidades de várias pessoas que estiveram presentes no local, mais um acontecimento que contribuiu para a sua canonização.

EM - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DO MUNDO - PEDRO SILVA - IN-FINITA

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Grinalda de emoções (excerto 11) - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Com as idas e vindas, pelas ruas da minha vila, descurei os cuidados da casa. Assim sendo, hoje, resolvi pôr tudo limpo, lindo e no respectivo lugar.
A cozinha precisava de uma volta de 360 graus, apesar de ter todas as comodidades que lá deixáramos antes de ter rumado à casa de onde agora eu tinha vindo. Aos poucos, fui pondo e tirando a louça na máquina de lavar, entretanto, limpei os armários e as prateleiras exteriores, onde ficam os pratos antigos, relíquias de vidas passadas. Lavei as portadas e as janelas e o chão também ficou limpo e a brilhar. Depois de arrumar a louça nos devidos lugares, pus a jeito aquilo que me iria fazer falta, para trás ficaram os tachos e panelas grandes, as travessas e tijelas onde outrora, cheias, ornavam a mesa onde todos nos sentávamos para as refeições familiares. Os electrodomésticos também foram arrumados consoante a necessidade que, supostamente, iria ter deles. Enfim, a cozinha ficou linda e cheirosa, com tudo arrumadinho nos devidos lugares.
A casa de banho, a pequena, que escolhi para mim, já estava a meu jeito, com tudo onde fazia falta. O champô, o gel, os perfumes, os cremes, enfim, toda a higiene estava assegurada, dentro daqueles móveis antigos, de uma casa de banho de outros tempos.

EM - GRINALDA DE EMOÇÕES - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

domingo, 22 de maio de 2022

Alguém chora junto comigo - ITANIRA SOARES

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Quem comigo chora desmancha dores que mancharam as vestes que cobriam nossos corpos e nos deixaram nus vestidos de solidão.
Nossos rostos lavados como se lama fosse, a maquiagem que ocultou tristeza no espelho de nossas almas e destilou nos reservatórios da alma a embriaguez fascista de quem bebeu o etílico balbucio da palavra fé.
Costurou fantasias dos carnavais onde foram escondidos todos os risos que esperavam alegria pulsar naquele salão colorido de arlequins, pierrôs e colombinas.
Seduziu corpos inertes, mortos na guerra do amor, entregues à boémia, sedutor de beijos roubados, inconsistentes, inconscientes, ébrios, frios...
Quem comigo chora dividiu carícias em flores que meu jardim não cultivou mas carpiu serenas dores orvalhadas nas pétalas dobradas que se escondiam de ciúmes hostis, se enchiam de mentiras, se vestiam de palavras jocosas e espinhosas, fechavam-se fugindo da dor que lá fora ardia em brasa nossos sentimentos.
Quem comigo chora tem a arma que luta pela vida no riso e na dor, na fé e na coragem, na fome e na sede das vontades desmedidas do meu porvir, do que não viveu, do que perdeu, do que desprezou, do que deixou se ir sem volta pelos caminhos do amor.
Ainda hoje chora comigo e para o mar desagua essas lágrimas que nos leitos sangrentos do nosso amor sem amor, lá se encontrarão e com amor por amor deixarão de serem rios e ondularão serenos nos mares bravios desse amor que tentou vida em nossos corações.
Quem comigo chora desliza lágrimas no leito do rosto e desagua beijos em minha boca pálida, inerte, sem sedução.
Amor desigual, desequilibrado, desestruturado, sem consolo e sem abrigo, divide comigo o eco do que foi bom, do que foi dolorido, do que foi abundante e hoje é cheio de um vazio que enche e esvazia dois cântaros de uma paixão irrevogável.
Hoje choramos juntos nessa caçada sem fim do amor.
Eu caçador de mim.
Ele caçador dele mesmo..

EM - PELOS CAMINHOS DO MEU UNIVERSO - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Confidente secreto (excerto) - LUÍS VASCONCELOS

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Meu pai é a ti que me dirijo neste preciso momento. Não sei, se onde estás me consegues ouvir. Uns dizem que sim. Outros que não. Já não sei. Mesmo assim, e talvez por isso, vou acreditar que me ouves. se tu estivesses vivo nessa altura, tudo teria sido bem mais simples e rápido. Tu, como homem terias facilmente constatado que o meu desenvolvimento físico estava atrofiado. Terias entrado naquele quarto, e terias tido uma conversa não só de pai para filho, mas sobretudo de homem para homem. E eu ter-me-ia abraçado a ti, e por entre lágrimas de raiva, desespero e súplica teria dito: “Pai, por favor ajuda-me! Não aguento mais sofrer calado, chorar em silêncio. Quero ter um corpo de homem! Quero ser um homem de verdade!”. Mas tu não estavas lá! O teu corpo estava em decomposição no cemitério da cidade. Não tive tempo para aprender a amar-te, nem tu tiveste tempo para mostrares o quanto me amavas, e me ajudar em tanta coisa que eu necessitava. Que pena! Foi ali junto à tua sepultura, no silêncio daquele cemitério que eu tantas vezes te busquei para chorar. Foi ali, que pela primeira vez na minha vida, te demostrei e me apercebi o quanto sentia tremendamente a tua falta, meu pai!”.

EM - NINHO DE CUCOS - LUÍS VASCONCELOS - IN-FINITA

sábado, 21 de maio de 2022

Só por amor e compaixão mulher (excerto) - ANA MENDES

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Embrenhada nas matas dos pesadelos, onde tinha sido ceifada toda a sua coragem e vontades. Entorpecida, dobrada pela fatiga, já nem lágrimas lhe acompanhavam. E dos golpes e coices do mundo, pouco ou nada desconhecia e silenciosamente resignada viveu. O mundo era tão pequeno e duro e feio e das suas paredes escorriam dores e surro de lamentos e terrores que lhe infligiam ao corpo. E ela, pequena, delicada, abandonou-se enfim ao descanso. Das coisas que mais conhecera, estas eram as mais doces. Esferas brancas que lhe libertariam um pouco ou de tudo...definitivamente. Como era agora doce o seu tempo, o seu estar...
Libertou-se dos enredos, na penumbra da noite enluarada, perdeu os medos. Mergulhou numa nascente límpida de um sonho, integrou a madrugada de mansinho, encantada e nadou em águas frescas e revigorantes. Eram ideias de liberdade que se apoderavam dela ensonada. E como por magia, num instante. E do nada viu tudo e sentiu-se presa e revoltou-se de tantas amarras cravadas em seu corpo e seu ventre. Vivia alimentada por infundadas amarras dementes. Prisioneira da violência. E no sofrimento do corpo e na liberdade da alma abandonou-se feliz.

EM - PELO FIO DE ARIANA - ANA MENDES - IN-FINITA

Em terra firme (excerto 3) - ANANDA LIMA

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Os dias se passaram e o mar tinha ficado distante. Viajamos mil quilômetros desde o centro do país só para reverenciá-lo. Agora era hora de retornar à normalidade da vida. Voltamos ao cotidiano com trabalhos, estudos, atividades sociais e religiosas. Eram as terras firmes do Oeste.
Os primeiros dias do novo ano corriam dentro da normalidade. Vez ou outra, era noticiado mais casos do novo vírus na China, mas continuamos não dando importância. A vida seguia.
Final de janeiro, a sensação de incômodo na mama se repetiu. Em fevereiro novamente. Antes que o mês finalizasse, fui diretamente à mastologista. Ela, após escutar-me atentamente sobre o que sentia, fez o exame apalpando minhas mamas. Indicou a necessidade de se fazer uma mamografia. Dias depois, o exame foi realizado e o laudo constatou uma alteração que precisava ser investigada. Solicitou uma ultrassonografia da mama que foi feita no mesmo dia. Então, no dia doze de março, a médica confirmou algo que desconfiava estar acontecendo comigo.
Enquanto estava deitada na cama para o exame e a doutora me examinava com aquele aparelho, algo em mim dizia que aquilo iria mudar a minha vida, que eu me preparasse. Veio uma vontade de chorar, mas tentei segurar. Observei um certo silêncio por parte da médica e seu olhar clínico, investigativo na condução do exame, como se buscasse certeza do que via.

EM - 2020 PARTINDO PARA ALTO MAR - ANANDA LIMA - IN-FINITA

Um paradigma eco-ético social (excerto) - JOAQUIM SILVA

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Porque os problemas fundamentais são planetários, conforme Lazlo (2000) nos transmite, a resposta aos mesmos tem de ser articulada planetariamente, numa vasta rede de organizações supra nacionais. A disseminação das tecnologias modernas perturba, completamente, o equilíbrio demográfico das sociedades tradicionais (Lazlo, 2000). O aumento da esperança de vida, provocou na zona Asiática do Globo, assim como em África, um aumento demográfico tão significativo (India e China 2 biliões de habitantes!!), que os recursos de géneros essenciais escasseiem, e dificultem a capacidade de o próprio Planeta continuar a ser capaz de alimentar esta imensa “espécie”, O Humano. Os problemas dos recursos alimentares é uma das questões que a Bifurcação de caráter económico e social no Planeta Global, coloca, com o dramatismo tão intenso, quando associada a outras como, por exemplo o da energia.

EM - A VIA DA SÍNTESE III - JOAQUIM SILVA - IN-FINITA

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Se eu um dia te perder - VÍTOR PAIVA DUARTE

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Se eu um dia te perder, o meu mundo acaba. Já sabes, um dia, mais tarde ou mais cedo, todos acabamos por morrer. Uns morrem por velhice e outros por doença. Há uns que morrem simplesmente porque deixam de viver. Também há os que mesmo antes de morrer já não estão vivos. Mas eu não. Eu só morro se te perder. Morro de “perdi-te”, simplesmente porque a vida sem ti não é vida e não existe.
Claro que posso ficar a chorar. Ou a rir. Ou ficar mudo ou gritar, mas também posso fazer tudo isso sem te perder, contigo até a dor me faz viver e, sem ti todas as alegrias causam sofrimento porque não as posso partilhar contigo.
Sabes, acho que desaprendi de viver sem ti. E nunca te esquecerei. Porque não quero, porque não posso e porque não sei.
Talvez não estejas a perceber o que te quero dizer, mas sabes, há tantas maneiras de dizer "gosto de ti"... e esta é apenas uma delas!

EM - POETIZAÇÔES EM PROSA - VÍTOR PAIVA DUARTE - IN-FINITA

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Reptos (excerto) - VÍTOR COSTEIRA

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Então, resolvi utilizar um estratagema que, dizia-se, resultaria na sua plenitude: assim que as provas físicas fossem realizadas, eu não as faria, evitando, desta forma, ser avaliado e, pensava eu, poderia destacar para outra arma que não aquela…

Se bem imaginei, com aquela ajuda alheia, melhor o fiz: evitei todas as provas e, no fim da manhã, lá estava eu, feliz da vida, no fim da tabela de valores dos Monitores de Educação Física da Escola (não consigo, agora, lembrar-me, infelizmente, quem eram eles), com traços em vez de algarismos quantitativos: uma maravilha, um feito enorme, um orgulho de esperteza!

Nem tudo na vida é justo ou célere e, muito menos, ambos ao mesmo tempo mas, naquele dia, as forças que nos dominam estavam todas viradas contra mim (passe a injustiça daquilo que acabo de escrever) e a justiça foi célere, personificada na figura e na voz daquele homem com uma tira dourada grossa e uma outra estreita em cada ombro. Acercou-se de mim, sereno e consciente da desproporção gigante existente entre nós, que a autoridade militar e a experiência lhe proporcionava, e perguntou-me:

– “Então, rapaz, porque é que não efectuaste nenhuma prova?”

EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

Uma visão histórica do fenómeno (excerto) - PEDRO SILVA

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Grosso modo, o termo “estigmatização” significa, ao comum mortal, o fenómeno de pessoas que sangram sem razão aparente, em feridas que não saram. No entanto, este acontecimento deveras misterioso, está muito para além desta simples definição. Por isso, a inclusão deste capítulo numa obra sobre os mistérios da Humanidade não deixa ninguém com a menor dúvida em relação à sua importância.
No entanto, esta palavra é, hoje em dia, mais utilizada no sentido de “exclusão social” de alguém, marcado por uma doença ou por um cadastro. Tem-se entendido que ninguém deve ser estigmatizado pela sociedade. Não deixa de ser curioso que, quer tratemos de uma ou outra significação da palavra, a verdade é que o que retém é alguma “marca” de distinção, a “diferença”, exactamente aquilo que se supõe ser a estigmatização religiosa ou mística de alguém.
Basicamente, aquele que fosse impresso com as chagas de Cristo em qualquer parte do seu corpo – pés, mãos, flanco ou frontal – estaria marcado por alguma razão. Qual? Supõe-se que transmitir uma mensagem à Humanidade, relembrando o sofrimento do Messias na Cruz, pregado em mãos e pés, e condenado à morte, dando a sua vida em prol de todos nós. Esta é a teoria de teologia.

EM - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DO MUNDO - PEDRO SILVA - IN-FINITA

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Grinalda de emoções (excerto 10) - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Já era a segunda vez, em tão pouco tempo, que adormecia no sofá. Ora bolas, não me lembrava de ter sucedido antes. Nem me lembrava do gato, quando olhei a lareira e o vi, enroscado e a ronronar, sorri feliz, já não estava só. Fui para a cama, adormecendo de imediato.
Tal como no dia anterior, acordei cedo e depois do pequeno-almoço, fui arrancar ervas, sem antes dar o leitinho ao meu companheiro. Tinha que me despachar mais cedo pois precisava ir à loja comprar comida para felinos, o coitado não podia estar só a leite e água. Reparei que olhavam mais para mim e me cumprimentavam com um ar mais caloroso e percebi logo que havia conversa da Paulinha… afinal a estranha, era a neta da menina Rosinha. Mesmo quem não se lembrava da menina Rosinha, bastava a forma como o nome era pronunciado, para se aperceberem que era gente fina, da terra.
Dia após dia, fui limpando o quintal e, na mesma proporção, fui criando amizades nas gentes da minha terra. O gato, o Faísca, trouxe-me alegria e companhia, já não estava só, na terra e na casa que me vira nascer.

EM - GRINALDA DE EMOÇÕES - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

terça-feira, 17 de maio de 2022

Bunker (excerto) - LUÍS VASCONCELOS

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Depois de concluir os meus estudos no ensino secundário, entrincheirei-me em casa. Por lá ficava, entretinha-me no meu, tudo menos solitário e bem mais seguro mundo onde me refugiava. Muita BD, muito Michel Vaillant, Ric Hochet, Asterix, Lucky Luke, muito Homem Aranha, Capitão América muita F1, muito Nelson Piquet, Muito Benfica, muita Seleção Nacional, muitos relatos de futebol ou corridas de F1 imaginados por mim, muitas séries e filmes de ficção na tv, muito Bruce Springsteen, Brian Adams, Dire Straits, Pink Floyd enfim, ali dentro quem mandava era eu. Os outros não me podiam agredir nem atingir! Ali eu sonhava com um Luís, que desejava tanto ser, e que no fundo eu sabia que não era. Podia por instantes esquecer-me de mim mesmo, pois ninguém me podia atirar à cara aquilo que viam!

EM - NINHO DE CUCOS - LUÍS VASCONCELOS - IN-FINITA

Assim chegando ao pódio - ITANIRA SOARES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Chegando no septuagésimo degrau da vida. Para mim um pódio de mil medalhas.
Encharcada de emoções.
Transbordante de fé.
Cheia de gratidão.
Com um look sempre transparente, maquiagem perfeita do todo dia, abençoada por mãos divinas, assim amanheço e adormeço o meu cada dia.
Em cada olimpíada vencida uma bandeira hasteada de sabedoria.
Em cada momento vivido medalhas de bronze, de prata, de ouro. Medalhas essas que bronzearam, pratearam, douraram minha caminhada.
Atinjo essa década sem cansaço. O olhar caminheiro foca longe e alto. Pisa firme e leve e vai.
E vai assim... sem queixas, sem manhas, sem arrependimentos. E vai assim...livre, leve e solta pelos caminhos do ainda.
Latitude e longitude sistemas e referências a atingir o grau mais certo da hora.
Carrego nos ombros um amontoado de passos que pesam um pouco os pés sem danificar meu chão.
Na memória muitas palavras, resumidos escritos, salutares momentos, ganhos fabulosos, perdas irreparáveis, renúncias, sonhos, devaneios, tudo bem dosado a medida exata da minha fé.
Aguerrida subo ao pódio cheia de gratidão no Deus que acredito ser a fonte inesgotável que insaciada bebo diariamente na minha vida.

EM - PELOS CAMINHOS DO MEU UNIVERSO - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

segunda-feira, 16 de maio de 2022

A fraqueza que despi (excerto) - ANA MENDES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sempre na postura de guerreira, combativa, mesmo de peixeira, revolucionária. A cada embate que a vida me dava, levantava a cabeça e depois o corpo, claro. Eram prendas que não pedia, mas a cada manhã as encontrava. Faziam fila à porta da minha vida. Guardando o silêncio, praticava a resistência.
Algumas tirava-lhes o embrulho e outras lançava-as fora tal e qual as encontrava. Por muito que fossem lindos os envelopes e enfeites, o meu instinto alertava-me. E com muita força e energia que me pedia esta seleção, eu não cedia...e sofria as consequências. Mas antes assim e de companhia guardava a minha mais profunda convicção.
Por vezes, fingia não sofrer das vinganças atentadas contra mim, ser pequenino e ainda frágil, mas engolia as vontades de gritar e de chorar. Fechava as comportas das águas quentes e salgadas que teimavam em me molhar. Sim também cedi a elas...em várias ocasiões, mas sempre em segredo e bem distante daqueles que as provocavam, que as acordavam daquele sono jamais profundo, mas sono mesmo assim. Talvez lhe chamem torpor...E insistia para que a minha vontade fosse respeitada, que a minha voz fosse ouvida, mas esquecia nessas horas algumas condições primordiais!

EM - PELO FIO DE ARIANA - ANA MENDES - IN-FINITA

Um paradigma eco-ético social (excerto) - JOAQUIM SILVA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Uma das escolhas essenciais é conseguir que novas formas de cooperação Eco-Socio-Económicas, baseadas na cooperação, ou seja conseguir níveis de organização transnacionais, reunindo Estados/Sociedades, unidos por fatores geográficos/culturais/económicos e ou outros, mas que permitam sobretudo, evitar a urgência da disputa, pela emergência de uma Economia Transnacional, Cooperativa e Suficiente. Novas organizações que partilham, e criam redes internas de comunicação rápida, gestão da energia, água, recursos alimentares. Urge a criação pois de um paradigma de estrutura orgânica organizativa que supere a noção de identidade nacional, por uma base de identidade supra nacional (por exemplo Europa; ou a Lusofonia em países de língua portuguesa). Um país, mesmo poderoso, depressa deparará com o malogro total se quiser mudar a forma como funciona a “máquina mundo sócio-económica e política”, devido ao poder dentro da máquina mundo que “a cultura agressiva do lucro e da ação meramente instrumental/individual”, possui colocando os “rebeldes” no plano da exclusão, sejam indivíduos e ou nações.

EM - A VIA DA SÍNTESE III - JOAQUIM SILVA - IN-FINITA