segunda-feira, 26 de julho de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... SIGRIDI BORGES

Agradecemos à autora SIGRIDI BORGES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Tudo o que está preso na minha garganta. Não sou uma pessoa extrovertida. Consigo me expressar através da escrita. Mas nem sempre foi assim. Com o passar do tempo, fui mudando, aprendendo e criando...  Amadureci.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

Necessidade. Preciso escrever, isso me faz bem.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

A espontaneidade vem primeiro. O cuidado com a escrita, correções e adequações são importantes, mas precisam ser trabalhados depois que a ideia já está colocada no papel.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Lírico, com certeza. Gosto de sonetos clássicos, de trovas e de haicais. Acredito que, por eu ser matemática, acabo misturando as letras com a métrica dos versos. Gosto de contar as sílabas para formar as frases. Às vezes pode parecer um pouco engessado, mas discordo. Escrevo com prazer e tento obedecer à estrutura. Ainda acho o haicai mais difícil de ser criado: poucas palavras para dizer tudo o que se deseja. Um desafio.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Depende muito da inspiração. Ela surge sem eu perceber. Acredito que o estado emocional colabora. Basicamente são mensagens de fé, de esperança, de carinho, de persistência, observando o cotidiano daqueles que me cercam.

6 - Quais as suas referências literárias?

Cora Coralina, Mário Quintana e Paulo Bomfim.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

A interação com outros autores, participação de concursos literários, a mídia. Principalmente leitores. Precisamos de leitores.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

Tenho dois livros infantis que surgiram durante conversas em família. Ainda tenho mais alguns deles para publicar. Tudo a seu tempo. O que ainda quero alcançar? Talvez trabalhar numa editora, numa biblioteca.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

Acredito que o escritor consegue uma maior divulgação de seus trabalhos quando participa de projetos com talentos diversos. Ele passa a ser mais conhecido no meio literário, aprende com os colegas, divulga seu talento, mostra o que gosta de fazer. E fazer com dedicação.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Você gostaria de ainda ser criança? Responderia sim.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

DEZPERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... ZENÓBIA MELO

Agradecemos à autora ZENÓBIA MELO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

A alma.  Nos meus escritos, me desnudo.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

Necessidade.   Em muitos deles, me desabafo, fico mais leve.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

O mais importante é me fazer entender, em um linguajar simples, todavia, não descuidar na grafia correta das palavras.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Conto. Minha imaginação viaja que é uma beleza...

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Muita filosofia de vida, conselhos tirados da própria experiência e da dos outros.

6 - Quais as suas referências literárias?

Na adolescência, livros que me ensinaram a crescer, a amadurecer: Saint Exupéry, (Pequeno Príncipe), Eleanor H. Porter, (Pollyanna), Dale Carnegie, (Como Evitar Preocupações e Começar a Viver), Ariano Suassuna, Jorge Amado, enfim, sou fã dos escritores e poetas nordestinos.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Exposição em lugares muito frequentados e não se esquecer de que “a propaganda é a alma do negócio”.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

Editar livros. Sinto um vazio por não ter escrito ainda um romance.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

Por mera casualidade ao receber convites para tal.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Está feliz com o decorrer da sua vida, desde o seu nascimento até os dias atuais?

Responderia Sim. Porque o se não existe para mim. O que passou, o presente e o futuro, foi , é e será o que tem de ser. Exemplo: corre-se tanto atrás de um sonho que nunca acontece, enquanto outros, quando menos se espera caem de pára-quedas em nossos braços... São os mistérios da vida...

domingo, 11 de julho de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... HUMBERTO CELLUS

Agradecemos ao autor HUMBERTO CELLUS pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Tempo e concentração em busca do melhor pro bem da Poesia e da escrita

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

Uma enorme necessidade que se torna em instantes um passatempo agradável e responsável.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

A espontaneidade.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Gosto de penetrar nos costumes e dizeres da Literatura de Cordel.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Indicar a não presença do amor e suas consequências.

6 - Quais as suas referências literárias?

Aos versos encontrados na Literaturas de Cordel.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Os recitais de poesias que revelam seus títulos e autores.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

A participação em ANTOLOGIAS e a construção de uma autobiografia.

9 - Porque participar em trabalhos colectivos?

É a grande relevância para o escritor ter a oportunidade de parceria.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Como se faz um poema?

Com a força da alma nas batidas do coração.

sábado, 10 de julho de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... CECÍLIA SOUSA

Agradecemos à autora CECÍLIA SOUSA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Quando estou escrevendo esqueço de tudo ao meu redor, me entrego por inteira e me isolo para me concentrar.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

Criar textos é como está dando vida ao imaginário, é um passatempo que se faz necessário, ou seja, não vivo de fazer texto, então faço porque gosto.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Os cuidados linguísticos devemos ter sempre, para quem ler isso fará muita diferença, ou seja, a forma como escrevemos é a forma como o leitor nos ver e tudo fica mais interessante quando junta os cuidados e a espontaneidade, sinto necessidade de passar para o papel os meus sentimentos e pensamentos.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

O gênero lírico, por ser uma pessoa romântica. A poesia, sem sombra de dúvida, nela deixo viajar/ fluir meus pensamentos e sentimentos , é na poesia que me acho.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Procuro escrever o que vem do coração, sempre positiva em tudo que escrevo, que a vida deve ser vivida da melhor forma possível, então em minhas poesias eu me dedico com toda emoção para que meus leitores gostem de ler.

6 - Quais as suas referências literárias?

As minhas referências literárias são a Cora Coralina, Cecília Sfalsin, Cecília Meireles, Raquel de Queiroz, Mia Couto, Mário Quintana etc. Mas tudo que escrevo tem muito de mim, ou seja, coloco minha alma nas poesias.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Hoje divulgar é muto fácil, temos vários meios de divulgação acessível. Eu prefiro as antologias que participam vários autores de cidades, estados  e até países diferentes e com isso o seu trabalho chega em toda parte.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

O que me concretizou foi as publicações em várias antologias e por ter organizado a I antologia da Academia de Letras do Sertão Pernambucano – ALESPE.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

O trabalho coletivo nos possibilita compartilhar saberes, nos permite ver e ser vista por muitos outros autores até ter coragem que publicar o seu trabalho solo.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Uma pergunta que se me perguntassem eu não saberia responder, mas gostaria mesmo assim que me fizessem: “Se não houver amanhã, você é feliz hoje?

sexta-feira, 9 de julho de 2021

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... CELÊNE IVO JUNQUEIRA BACELAR

Agradecemos à autora CELÊNE IVO JUNQUEIRA BACELAR pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Poesia, prosa ou conto, por quê?

Poesia. Porque a poesia é parte de mim, está na alma. Quando estou escrevendo isolo-me no meu eu, entrego-me totalmente àquele momento. Os pensamentos vagueiam criando o meu mundo de fantasias. Envolta pelo véu da criação, extravaso o que sinto, penso e, muitas vezes, transporto para mim o exterior.

2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?

O tempo dedicado à criação. Como fomos obrigadas a ficar em casa, as ideias fluíram com mais facilidade.

3 - O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projectos em tempos tão restritos?

Como sou aposentada, continuei a escrever sem interrupção. Mesmo por que para não ficar absorvendo o sofrimento do próximo.

4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita.

Positivos. Participei da primeira Coletânea em 2019. Um Concurso Brasileiro de Poesia, com tema específico, promovido pela farmácia Pague Menos. Nesse período de crise que, infelizmente, ainda não terminou, tive a oportunidade de participar de nove, entre Coletâneas e Antologias. Cinco da In-Finita.

Negativos. Devido à pandemia, precisei adiar a publicação do meu segundo livro, já que os amigos esperam um evento presencial para o lançamento.

5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades?

Acho ótimo. É um meio de estar com pessoas diferentes e conhecer a maneira de pensar de cada uma.

6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?

Acredito que vai continuar por mais tempo, mas não permanente. As pessoas gostam de confraternização, partilhar ideias.

7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria ?

Por falta de experiência, a publicação do meu livro de poemas foi feita sem nenhuma divulgação. Hoje faria diferente.

8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou.

Gosto muito de Cora Coralina, com quem me identifico um pouco, Carlos Drumond de Andrade e Cecília Meireles. Na verdade nenhum livro me inspirou. Se eu escrevesse romance, dentre tantas leituras inspiradoras, poderia indicar “O Perfume da Folha de Chá” de Dinah Jefferies.

9 - Quem é Celêne Ivo Junqueira Bacelar no reflexo do espelho ?

É uma pessoa com qualidades e defeitos, sobressaindo mais as qualidades. Fé em Deus, determinada, corajosa, gosta de buscar o novo, sempre com pensamentos positivos.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Qual sonho, em sua vida literária, gostaria que fosse realizado? É realmente um sonho. Sucesso e ser reconhecida.

Celêne Ivo Junqueira Bacelar, professora aposentada, licenciada em Letras Vernáculas pela UFBA, casada, reside em Feira de Santana, Ba. Tem publicados um livro de poemas, Amor e Vida, textos e poemas em jornal desta cidade. Participação em Coletâneas: 2019, de um concurso literário brasileiro de poesias, 2020, Pandemia de Palavras, Ecos do Nordeste, Toca a Escrever da In-Finita-Porugal e da Antologia Lírica Urbe da Editora Edições & Publicações.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... JOSELMA NOAL

Agradecemos à autora JOSELMA NOAL pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Poesia, prosa ou conto, por quê?

Se tenho que escolher um, escolho o conto, pois tenho uma especial afeição pelo gênero narrativo breve por sua concisão e impacto. Sou leitora de poesia e de prosa. Embora não escreva poesia, busco ter sempre uma linguagem poética na minha escrita.

2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?

Minha rotina mudou bastante, não tenho viajado para deslocamento ao trabalho como fazia em tempos de ensino presencial, razão pela qual consegui organizar melhor meu tempo para o fazer literário. Em tempos de pandemia tenho produzido bastante, com uma rotina de horário para escrita e com fixação de prazos para projetos literários.

3 - O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projectos em tempos tão restritos?

Sou professora e no ensino remoto a demanda de trabalho é grande, com organização de aulas online, correção de tarefas semanais, envio de feedbacks aos estudantes. Além disto, há reuniões, projetos de pesquisa, ensino e extensão, então tenho organizado muito bem meu tempo para dar conta da docência e da escrita literária. E, sim, tenho me mantido produtiva nas duas áreas.

4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita.

Pontos positivos: Atuar como professora e ter contato com o literário também na minha atuação profissional. Ter feito oficinas literárias muito jovem e ter formação na área de Letras (licenciatura, mestrado e doutorado)

Pontos negativos: Ter demorado a me considerar escritora e, em virtude disto, não ter divulgado tanto a minha escrita no começo da carreira.

5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades?

Considero Lives e vídeos excelentes recursos para a divulgação das atividades artísticas e culturais.

6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?

Penso que pós pandemia vamos conviver mais com o online, mas sem dispensar o presencial que será, inclusive, muito mais valorizado e comemorado do que antes de termos vivido uma quarentena. Nada ocupará o espaço dos saraus e dos lançamentos literários presenciais quando for possível, pois seguido de um autógrafo sempre há o abraço e a foto, cujo valor afetivo ultrapassa o cruzar de braços em torno do próprio corpo e o print da tela.

7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria?

Teria feito uma divulgação mais efetiva do meu livro de estreia. Hoje tenho consciência de que me faltou ousadia e autoconfiança.

8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou

Difícil mencionar somente um livro, mas pensando na minha formação como leitora e como escritora destaco Laços de família da Clarice Lispector.

9 - Quem é Joselma Noal no reflexo do espelho?

Uma mulher que já tem mais de cinquenta anos, mas segue se enxergando menina.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Por que escrever? Escrever para entender mais o ser humano e a si mesmo, para emocionar-se e emocionar o outro, escrever porque a arte salva, traz alento e consolo nestes tempos de pandemia e sempre.

Joselma Noal nasceu em Porto Alegre em 1969. Autora dos livros Aroma Hortelã (contos - Editora Movimento, 2008) e Duzentos (minicontos - Editora Kazuá, 2018). Participou das seguintes coletênas: Contos de Oficina 8 (Livraria Editora Acadêmica, 1992), Vitrais Contos do Invitro (Mundo Moinho, 2015), Condomínio Saint-Hilaire (Quinhentos e Cinquenta, 2018), Festschrift para Assis Brasil (Editora Bestiário, 2015)

quarta-feira, 7 de julho de 2021

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... T. M. GRACE

Agradecemos à autora T. M. GRACE pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Poesia, prosa ou conto, porquê?

A minha aventura no "Reino da Literatura" começou efetivamente pela poesia, embora curiosamente os meus três primeiros livros editados tenham sido na vertente de Romance/Conto.

Apesar de amar a poesia, a minha mente está sempre em ebulição e surgem-me ideias para novas histórias com alguma facilidade, daí dar preferência aos contos.

2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?

Em ano de pandemia, praticamente não estive parada. No mês que por obrigatoriedade estive em layoff, fechei um projeto literário infantil que já tinha começado, mas que por falta de tempo ainda não tinha tido a oportunidade de concluir em termos de ilustração. Por incrível que pareça, o ano de pandemia foi para mim um ano bastante ativo, apesar de ter reservado tempo para estar comigo e para deixar a vida fluir conforme ela se me apresentava, lancei dois livros, um livro de romance "Ao Alc@nce de um Click", um livro infantil "Qual é o valor da amizade?", concluí um novo romance e estou a lançar o "benjamim da família" que é um livro de poesia. Por isso realmente não me posso queixar, só tenho mesmo a agradecer e abençoar a minha jornada.

3 - O que tem feito para se manter produtiva e dar continuidade aos projetos em tempos tão restritos?

No meu caso é colocar literalmente as mãos na massa, ou seja, se estamos à espera de que a inspiração surja, ela por vezes faz greve... Faz hoje, amanhã, além e por aí fora, mas quando nos dispomos todos os dias a desligar todas as interferências exteriores nem que seja por dez ou quinze minutos, sentarmo-nos diante do computador, inspirar profundamente e ir transcrevendo pensamentos, ideias, etc. mesmo que não esteja exatamente de acordo com o trabalho que temos em mãos no momento, a inspiração acaba por nos visitar.

4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita.

Os pontos positivos são imensos: Fazer algo que gosto, isso só por si, já é fantástico. Colocar a mente em funcionamento, isso sem dúvida. O cérebro é um músculo que quanto mais se treina, mais ele trabalha a nosso favor. Hoje em dia há aquela tendência para o comodismo e o imediatismo, tanto no falar como no escrever e muitas vezes nem se faz um pequeno esforço para pensar muito bem o que se está a fazer, não se lê, se escreve ou se pensa com a devida atenção. A tendência do "consumo imediato" está em tudo e se não estivermos atentos, é algo que nos começa a tirar aquele gosto de pegar na cana de pesca e ir pescar, até que a determinada altura, se deixarmos de pescar, desaprendemos, estaremos à mercê de quem o saiba e se esforce por o fazer. É mais fácil ideias e opiniões pré-concebidas do que ter as suas próprias ideias e opiniões, vale tudo desde que nos sintamos satisfeitos no imediato. Nada contra e de vez em quando não vai daí tanto mal ao mundo, desde que não se entre nessa espiral de forma contínua porque acredito que a longo prazo, terá as suas consequências.

Para mim, a escrita inverte a tendência de me acomodar, quanto mais leio e escrevo mais procuro conhecimento para o continuar a fazer. A escrita faz-me pensar, repensar, observar tudo, rever, procurar, questionar, investigar, mas tudo a seu tempo, não como forma de matar "a fome" no momento.

5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades?

Eu tenho uma frase que me tem regido ao longo da vida que é: "árvores que vergam, não partem". Devemos adaptar-nos às mudanças, ser flexíveis a elas e perceber quais se enquadram ou não no fluxo da nossa vida. Não é por haver imensas pessoas o fazerem algo que vamos todos fazer igual, mas se for uma ferramenta que irá facilitar e impulsionar as nossas atividades e negócio, não vejo inconveniente nenhum nisso. Temos de ir acompanhando as novas realidades, desde que sejam coerentes com aquilo em que acreditamos, com a nossa forma de ser e estar, além de que "as ferramentas" terão sempre a utilidade que lhe dermos, nada é bom ou mau por si só.

6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?

Acredito que poderá ser uma tendência sim, embora eu não acredite no "permanente". Tudo está sempre em constante evolução. Daqui por dez ou quinze anos, não sabemos se haverá algo de novo que venha tirar o lugar a esta realidade que damos agora por adquirida e inevitável. Quanto a mim, o contacto humano é algo que continuo a privilegiar sempre que tiver essa oportunidade, nada é mais gratificante para um escritor do que ter esta proximidade com quem lê e é impactado positivamente pelo nosso trabalho. Quando deixar de haver o contacto humano em toda a sua essência, a humanidade deixará de se chamar humanidade.

7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria?

Todos os acontecimentos que foram surgindo na minha vida literária, foram os que me trouxeram até aqui, com todo o conhecimento e legitimidade de escrever sobre o que escrevo, por isso nesse aspeto não mudaria absolutamente nada. Só reduziria um pouco as dificuldades que os escritores que não são conhecidos do grande público têm para divulgarem o seu trabalho e serem reconhecidos por ele.

8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou

Foram tantos... A cada momento específico da nossa vida, acredito que há sempre um que se destaca quer pela experiência que vivemos num determinado momento, quer pelo conhecimento que em determinada fase da vida necessitamos de absorver. Por isso seria injusto citar apenas um e se fosse a citar todos os que me inspiraram, não caberiam aqui.

9 - Quem é T. M. GRACE no reflexo do espelho?

T. M. Grace é um ser humano, que faz o que está ao seu alcance para se tornar a cada dia um ser melhor e que tenta deixar o mundo melhor à sua passagem e se eu estiver a conseguir esse feito, mesmo que em determinada altura não tenha total consciência disso, acho que já é um reflexo razoável de se ver.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

"O que acha que poderia fazer mais enquanto escritora, para tornar o mundo, num mundo melhor?"

Continuar a colocar à disposição  o meu dom da escrita para escrever sobre temas e situações que se passam no mundo e que em nada dignificam o ser humano, para que todos possamos sair da "redoma em que vivemos" e tenhamos uma visão mais conscienciosa do que se passa na realidade e que a minha escrita toque os corações de forma a que todos olhemos à nossa volta e se comece, cada um à sua maneira, a fazer algo para mudar para melhor.

É algo ambicioso, eu sei, mas tudo é possível.

Biografia T.M. GRACE

T. M. GRACE é filha de emigrantes portugueses, nasceu em Lisieux – França e demonstrou desde cedo interesse pelas artes. A sua formação centrou-se na área de design e desde os 16 anos exerce profissões não só no design gráfico mas também em outras vertentes. Tem trabalhado até aos dias de hoje em várias empresas do ramo das artes gráficas. Exerce a profissão de designer, terapeuta e de escritora. Marcam o seu percurso profissional como escritora, algumas obras tais como: "Atrevo-me a Amar-te", "Jangada de Cartão", "Ao Alcance de m Click", Várias participações em coletivos de poesia, cartas de Amor, etc. e por último "Qual é o valor da Amizade?" que é a sua estreia como escritora de literatura infantil, livro este, que conta também com as ilustrações a seu cargo.