Agradecemos ao autor MANOEL BARBOSA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 – O livro
SANGUE E BLUES foi lançado em 2018. Conte-nos um pouco sobre o livro e todo o
processo até a sua produção.
O
livro “SANGUE E BLUES” é resultado de uma seleção de textos escritos ao longo
de alguns anos. Alguns desses textos foram escritos com o foco não em publicação
de livro impresso, mas a interpretação em um espetáculo teatral performático que
produzi para minha atuação solo. Outros textos ao contrário eram para
publicação em livro. Juntando esses textos para formar o repertório, pesquisei algumas
editoras quanto à condição para publicação através delas, então decidi que faria
uma publicação independente. Eu, autor editor e as parcerias de afinidade para
as devidas etapas da produção que resultou nessa obra que já está circulado
desde 25 de julho de 2018.
2 – Os poemas
apresentados é um resgate de sentimentos e percepções pessoais ou mera criação
do autor?
É
um mesclado de ambas as situações, pois alguns poemas foram escritos a partir de
minha constante observação dos fragmentos da vida cotidiana em diversos
seguimentos da sociedade, outros como forma de expressar algumas de minhas
ideias e sentimentos pessoais. Quanto ao imaginário, ah, esse está sempre latente
e com ele muitas das composições contribuirão para formar o repertório do livro.
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– Quem é Manoel Barbosa?
Ator,
escritor, poeta, dramaturgo e também diretor e produtor teatral. Brasileiro de Minas
Gerais, residente em Belo Horizonte desde a infância, nascido em 06 de outubro de
1964 - Central de Santa Helena.
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– Esteve em Lisboa para divulgar o livro, conte-nos um pouco sobre essa
trajetória...
Muito
favorável! Foi a “temporada Europa 2019” segundo semestre na qual consegui o aproveitamento
de diversos eventos e boas parcerias. Cito alguns iniciando pelos promovidos
pela “IN-FINITA” em parceria com “Zénite Bar Galeria”, sendo encontros semanais
para “Leitura de A a Zénite” e os saraus aos domingos no Palácio Baldaya, ambos
possibilitando um excelente intercâmbio entre os autores de todos os gêneros literários
e uma valiosa oportunidade de contato com os apreciadores. Também o “Festival
de poesia de Lisboa” com diversas atividades incluindo sarau e lançamentos de
livros, “Tertúlia Poética América Miranda” realizada no Palácio Baldaya e coordenação
do poeta Frassino Machado. Para encerramento da temporada tive a apresentação
do recital poético “Manoel Barbosa - poesia e fragmentos performáticos” no Zénite
Bar Galeria.
5 – Quais as
diferenças mais significativas que encontrou na divulgação do livro no Brasil e
em Portugal?
Foram
quanto aos saraus. Já apresentei minhas interpretações poéticas em saraus de
diversas cidades do Brasil e quase todos são realizados uma vez ao mês e mesmo
em Belo Horizonte, cidade na qual resido, por várias vezes em função do meu trabalho de
ator e produtor teatral eu não consigo disponibilizar-me nas devidas datas e
isso implica em não realizar nessas fontes uma divulgação presencial dos livros
já publicados. Se fossem realizados mais vezes ao mês, possibilitaria em alguma
das datas estar presente e também prestigiar outros autores.
Em
Portugal essa situação foi diferente com relação aos saraus e outros eventos, pois
além da continuidade e por serem realizados semanalmente, ainda que não me fosse
possível comparecer numa semana, mas em outra sim. Isso favorece à divulgação, intercâmbio
com outros autores e o público apreciador de literatura.
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– O que espera do mercado e o que acha que seja importante para um autor e o
seu livro?
Espero
que continue tendo os autores e produtores comprometidos com esse grandioso
propósito de manter vivo o movimento literário de todos os gêneros.
Acho
importante a assessoria literária prestada por uma empresa como a “IN-FINITA” que
se compromete com a divulgação de um autor e o seu livro principalmente em
Portugal, mesmo sem a presença do autor. Também, todos nós, autores e
produtores atentos para desenvolver ações que cativam e aproximam o público
apreciador de literatura aos autores e aos livros e assim ampliando as
possibilidades de circulação e venda.
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– Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita nos dias atuais?
Como
pontos positivos eu vejo as oportunidades. Toda essa diversidade de
possibilidades para publicação, tais como; as coletâneas impressas, redes
sociais, os grupos na web que sempre acolhem tantas publicações. Tendo em vista
que produzir um livro solo, impresso ou digital tem custo bastante
significativo principalmente para o autor em início de carreira, quase sempre
sem experiencia, sem algumas informações primordiais, tomado pelo entusiasmo
fica vulnerável a investir e não obter um produto com resultado satisfatório, até
mesmo frustrante. Vejo as formas alternativas de publicação como tempo de
oportunidade para amadurecimento da escrita, consciência quanto ao propósito e
realidade de mercado.
Como
pontos negativos ainda insisto nas questões quanto aos custos para publicação de
livros como autor independente e sem patrocínio, custos que também são inevitáveis
para manter uma boa divulgação que resulte em circulação e venda do produto.
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– Em tempos de pandemia, reavaliou os seus projetos, acredita que haverá alguma
mudança na forma de se trabalhar a escrita e quais as suas impressões para um
futuro próximo?
Sim!
Reavaliei. Acredito que realmente haverá mudanças não só na forma criativa quanto
à tendência atual que estará predominante, mas também nas estratégias de
mercado que provavelmente exigirá muito mais empenho para produzir, divulgar,
circular e vender. “Vender! Isso é sem dúvida imprescindível em questão
profissional”.
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– Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.
A
curto prazo cito a publicação de mais uma edição do livro “ATMOSFERA”, também
de poemas do qual foi produzido anteriormente apenas uma pequena remessa e
vendido muito rápido.
Como
projeto a longo prazo posso citar a publicação de três novos livros, sendo eles:
Uma coletânea poética bilíngue em formato impresso e digital com alguns textos
de cada livro de minha autoria já publicado. Também um livro de contos e um de romance.
Já trabalho intensamente nesse projeto para tê-lo compondo o legado para esse
tempo que me está sendo permitido viver.
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- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
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– Pergunta: O que você ambiciona quanto ao universo da escrita?
Resposta:
Continuar trabalhando com essa atividade que para mim é profissão e sendo capaz
de proporcionar a apreciação, reflexão e transformação para o bem entre as
pessoas através da escrita literária e dramatúrgica!
Manoel Barbosa é escritor, poeta, ator, performer, e dramaturgo. Também é diretor e produtor teatral.
Nasceu em 06 de outubro de 1964. É brasileiro de Minas Gerais. Já publicou os livros de poemas:
“SANGUE E BLUES”, “ATMOSFERA” e “UIVOS URBANOS”. É coautor em diversas coletâneas
publicadas no Brasil, Portugal e outros países.