sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Gênero e Imigração (excerto 24) - WANIA MELO

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Embora a crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 tenha fomentado desemprego em massa e transformado profissões de modo generalizado. As mulheres, especialmente as mães de crianças pequenas, foram as mais afetadas. Colocadas em situações limites nas empresas ou não encontrando formas de conciliar o trabalho com o cuidado com os/as filhos/as. A pandemia da Covid-19 escancarou um problema que antes era individual: o desequilíbrio nos cuidados com as crianças e a invisibilidade dessas tarefas perante o mercado de trabalho. Muitos dizem: ‘ah, não tenho culpa que ela quis engravidar’. Mas não se questionam como seria um mundo em que as mulheres não cuidassem mais das crianças? Não valorizam a importância desse trabalho de construir o futuro da sociedade. Se queremos adultos saudáveis, precisamos que essa conversa saia da esfera individual e vá para o coletivo. As pessoas precisam enxergar o papel social da mãe.

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domingo, 25 de setembro de 2022

Gênero e Imigração (excerto 23) - GLAUCIMARY NASCIMENTO TEODÓSIO

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O texto traz a reflexão autobiográfica de uma estudante de doutoramento brasileira em Portugal, com ênfase no período inicial da pandemia da Covid-19 no país. Como experiência específica, particular, pode também ser considerada uma amostra de uma situação maior e mais complexa, a de estudantes em mobilidade internacional, que optam por realizar integralmente um curso superior em outro país e, portanto, vivem também a condição de ser migrante. Trata-se de uma reflexão de como esse período particular aprofundou algumas questões já existentes, impactando inclusive nos estudos e na vida em geral.
O texto traz ainda como a rede de mulheres brasileiras em Portugal criada pela Plataforma Geni se configurou como um processo amplo de solidariedade e sororidade, com partilhas e apoios diversos, reduzindo os efeitos causados pela pandemia, especialmente quanto ao isolamento social. Com minha participação na rede, pude perceber como essas mulheres, que ofertaram e receberam apoios de diversos tipos, fortaleceram a ideia de que é possível encarar realidades complexas com ideias simples e que a coletividade fortalece os laços e dá novos sentidos ao viver. 

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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Gênero e Imigração (excerto 22) - LUANA C. DE SOUZA BASTOS

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Migrar é um fenômeno presente desde os primórdios, no entanto, os agentes impulsionadores foram sofrendo metamorfoses. A socióloga Saskia Sassen em seu artigo «A Massive loss of habitat» (2016) alude sobre a perspectiva das pessoas migrantes serem expulsas dos territórios que viviam, contudo premeditado por uma lógica econômica excludente e perversa devido à expansão da mineração, agricultura, disputa de água e expansão das cidades. Essa visão trazida por Sassen é importante para manifestar o que é ocultado pelos Estados e organizações quando desenvolvem ferramentas sociais e econômicas que não abrangem a realidade macropolítica e, por conseguinte, negam a complexidade do fenômeno da migração.

O fluxo migratório para Portugal tem suas características e a segunda maior população imigrante no país é brasileira. Desde 2006 a sociedade portuguesa está a receber altos números de pessoas imigrantes brasileiras comparado aos anos anteriores, tendo queda em 2010 e novo aumento em 2016 (Portugal, 2017). As pessoas imigrantes brasileiras deixaram o país de origem por ausência da sensação de segurança, expectativa com a economia até então próspera em Portugal e desejo por melhoria da qualidade de vida. Ademais, o atual perfil do fluxo migratório brasileiro é composto pela feminização (12,46% são mulheres dos 20,26% de pessoas imigrantes brasileiras em Portugal) (Portugal, 2017), pessoas imigrantes com alto nível de escolaridade, pessoas empreendedoras, estudantes e pessoas aposentadas (França e Padilla, 2018).

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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Gênero e Imigração (excerto 21) - CAMILA LAMARTINE

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É durante a década de 1990 que se conhece o termo ciberfeminismo. Sua primeira atribuição se faz à a filósofa Sadie Plant, que o utilizava para apontar a relação entre mulheres, máquinas e as novas tecnologias numa espécie de aliança (Timeto, 2019). Como Plant referia, as mulheres sempre foram peças da cultura masculina, e, conforme a tecnologia avança, elas vão se libertando das amarras patriarcais e garantindo acesso social à opinião pública.

O termo ainda é atribuído ao coletivo artístico australiano VNS Matrix, devido à publicação do Manifesto Ciberfeminista, numa homenagem ao Manifesto Ciborgue de Donna Haraway (1995) que propôs a quebra de binarismos no mundo informatizado e digital. Para elas, a internet funcionava como uma verdadeira ferramenta de desmistificação e libertação feminina.

Estas ativistas expuseram, pioneiramente, a relação entre tecnologia e mulher a partir da ficção científica e da arte num questionamento acerca da dominação e do controle do espaço digital. Suas intervenções incluem revistas, eventos, instalações e cartazes, como o da figura abaixo, que apresenta o próprio manifesto

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sábado, 10 de setembro de 2022

Gênero e Imigração (excerto 20) - CAMILA LAMARTINE

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Com o boom da internet a comunicação se descentraliza no que compreende os grandes meios de comunicação, sendo, portanto, a primeira vez que se percebe uma apropriação de ferramentas comunicacionais da Web Social, o que reformulou possibilidades de transformações sociais (Galindo, 2016). Dessa forma, a internet passa a ocupar um espaço híbrido de interação e organização social, influindo diretamente no modo de comunicação dos indivíduos, tornando-os sujeitos da sua própria vida (Castells, 2013).

Esta relação desenvolvida virtualmente foi ponto de partida para o surgimento das redes sociais digitais que se constituem a partir da relação entre atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas próprias conexões (interações ou laços sociais) – elementos pré-definidos, já que, “a abordagem em rede, tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar atores sociais nem suas conexões” (Recuero, 2009, p. 24).

O ciberespaço garantiu à comunicação uma denotação de horizontalidade, alterando e redefinindo a maneira como as interações comunicacionais e informacionais eram anteriormente firmadas, ainda mais no que tange o espaço e o tempo. Isto, especificamente no caso do feminismo, permitiu uma maior pulverização das ideias e ideais para o debate das mulheres, constituindo em si própria uma nova epistemologia feminista que vem a questionar as diversas desigualdades de gênero e as relações da mulher com a cultura eletrônica, com a ciência e com a tecnologia (Martinez, 2019).

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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Gênero e Imigração (excerto 19) - MARIA CAROLINA VIEIRA

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Pela falta oportunidades no mercado de trabalho e a necessidade de ter uma forma de levar comida para casa várias mulheres se arriscam a empreender mesmo estando ainda irregulares no país e isso pode acabar por ser perigoso, pois afinal coloca essas mulheres a mercê de chantagistas e pessoas que podem usar de má fé. Um caso que acompanhamos de perto foi o de uma mulher que tinha acabado de abrir um pequeno salão de beleza próximo à casa dela com o intuito de fazer unhas e revender produtos cosméticos. Era apenas uma sala com uma porta para a rua e se pagava 300 euros de renda mensal direto para o proprietário, sem contrato de aluguel. Com a pandemia de Covid-19 ela fechou o espaço e explicou que não conseguiria pagar a renda do mês, porque não estava mais podendo trabalhar e pediu que aguardasse até a situação se normalizar minimamente para que ela pudesse acertar os meses em atraso. O proprietário não aceitou e ameaçou invadir o lugar e colocar as coisas dela na rua. Após algumas orientações em relação ao decreto do governo que suspendia os despejos, ele se predispôs a esperar até que ela resolvesse tudo.

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