quarta-feira, 9 de julho de 2025

Pensamentos literários 35 - Emanuel Lomelino

Pensamentos literários 

35

Os escritores são seres camaleónicos, quase trapezistas, que deambulam, em equilíbrio precário, na ténue linha que separa a realidade da ficção.

Tanto vestem as suas cores como outras peles, de acordo com a sensibilidade que têm ou desejariam ter, numa busca incessante da perfeição que sabem não existir.

Percorrem trilhos de convicção, por vezes contrária aos seus princípios morais, apenas para dar humanismo às suas letras e ficarem mais próximos das verdades daqueles que os leem.

Os escritores são personagens com múltiplas caras e outras tantas esquizofrenias, em benefício da criação, em nome da obra, em prol da literatura, em proveito próprio.

Afirmo. Por mais que se consigam interpretar os textos, é impossível conhecer um escritor através das palavras. Até se pode identificar a origem de algumas feridas ou detectar cicatrizes, mas nunca a essência das escaras.

EMANUEL LOMELINO

Depois (excerto 2) - Daniele Rangel

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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“Depois” era uma palavra já familiar. Observando essa mãe, fico pensando se maternidade é sinônimo de anulação. Nasce uma mãe e parece morrer uma mulher que preexistia a esta versão. Será que esse luto vem no combo? Será que todas as versões precisam mesmo morrer? Será que não é deixar muito peso para a maternidade essa falta de tempo para tudo? Observando esta mãe, penso nas roupas do guarda-roupa. Sim, vou construir uma metáfora, me acompanhe.

EM - TUDO SOB CONTROLE - DANIELE RANGEL - IN-FINITA

terça-feira, 8 de julho de 2025

Prosas de tédio e fastio 71 - Emanuel Lomelino

Prosas de tédio e fastio 

71

Esgotou-se-me o sono, como acontece em todas as madrugadas de preguiça, e fico aqui, estaticamente deitado, a observar o silêncio aleatório da noite alta.

Na fluorescência dos pensamentos, que roem as sobras da modorra corporal, dou por mim a vaguear entre sonhos esbatidos, convicções dormentes, desejos impertinentes, certezas dúbias e outras leviandades do espírito, que só o próprio poderia explicar se fosse essa a sua vontade (que nunca é).

No meio desta sessão de tramas tão absurdas quanto despropositadas – porque a clareza das ideias nocturnas hão de esbater-se nos labirintos do mundo real – oiço o início da sinfonia piadora das aves, empoleiradas nos inexpressivos salgueiros, como estivessem a culpar-me pela sua insónia.

Abeiro-me da janela e solto um chiu mental para não acordar a vizinhança, e os pássaros, que parecem entender-me durante meio segundo, regressam às suas reclamações chilreadoras com vigor redobrado.

Perante a insolência canora, volto ao leito que esfria e sou esbofeteado pelo único pensamento lúcido que os primeiros raios solares iluminam: ainda estou de estômago vazio.

EMANUEL LOMELINO

O branco e a preta (excerto 2) - Pedro Sequeira de Carvalho

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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No dia vinte de dezembro verificava-se na loja alguma movimentação, superior aos dias anteriores. O motivo, inicialmente por mim desconhecido, era a véspera do dia 21 de dezembro, o dia de Santo Tomé poderoso. Estava na loja acompanhado do livro que estava lendo “A cabana do Pai Tomaz”.

EM - A BRANCO E A PRETA - PEDRO SEQUEIRA DE CARVALHO - IN-FINITA

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Prosas de tédio e fastio 70 - Emanuel Lomelino

Prosas de tédio e fastio 

70

Afastei-me do mundo na consciência deste egoísmo que conservo, nas coisas que me são próximas, nas ideias que me motivam, na defesa de um legado (que também carrego nos ombros, em virtude de uma paixão autoalimentada, à base de crença e platonismo assumido).

Afastei-me do mundo na convicção deste interesse que mantenho, na paz do silêncio, na tranquilidade da reflexão, no apego ao equilíbrio emocional, na estima pela herança imaterial deixada por literatos coerentes, cujas palavras (leia-se obras) conseguiram, de alguma forma, indicar-me os caminhos a percorrer até encontrar a minha voz literária.

Afastei-me do mundo para deixar de sentir incómodo pela postura ébria e circense das letras contemporâneas, que apenas existem porque as luzes e ribalta anarquizaram-se em nome de uma originalidade desordenada, que nada mais é do que oposição aos clássicos por evidente falta de capacidade inovadora.

Afastei-me do mundo, simplesmente, porque o mundo nada me diz, eu já disse tudo o que havia para dizer, e agora apeguei-me a este outro mundo que tenho entre mãos.

EMANUEL LOMELINO

domingo, 6 de julho de 2025

Prosas de tédio e fastio 69 - Emanuel Lomelino

Prosas de tédio e fastio 

69

A aspereza rústica nas dobras dos dedos, que já dificulta cerrar os punhos, mais do que embrutecer o individuo, esconde a civilidade branda do toque.

A rijeza da derme tisnada pelo sol, curtida pelo vento, esculpida pela chuva, mais do que mirrar o corpo, oculta a polidez sensível do carácter.

O olhar rubro-vítreo, com cataratas e teias bailarinas, mais do que sombrear os horizontes, mascara o discernimento da alma.

Por mais tosco e quebrantado que alguém possa parecer, nunca podemos esquecer que a própria natureza é dissimulada e um simples pedaço de carvão pode ser um diamante camuflado.

EMANUEL LOMELINO

sábado, 5 de julho de 2025

Devaneios sarcásticos 23 - Emanuel Lomelino

Devaneios sarcásticos 

23

Já perdi a conta ao número de vezes em que te falei sobre a migração das aves sazonais. Sim, aquelas que pavoneiam as dermes pintadas com as cores da moda e, quando a ilusão do estio se arrasta na imodéstia dos oásis virtuais, revelam a sua natureza necrófaga.

Pertencem a uma espécie com altos índices de propagação, têm uma habilidade ímpar para o logro e são capazes de metamorfosear-se de acordo com as necessidades e/ou conveniências.

Alertei-te também para a perspicácia destes seres que sabem “veneziar-se” sob as luzes dos holofotes enquanto as sombras albergam os seus verdadeiros rostos.    

Dito isto, e porque muitos desconhecem o carácter maledicente de papagaios, corvos, araras, gralhas, pavões e abutres, o melhor é não colocar milho nas mãos nem alpista nos comedouros, não vá algum outro passeriforme cuspir nos pratos que lhes tens servido.

EMANUEL LOMELINO

O juramento (excerto 1) - Rose Pereira

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Uma tal síndrome paralisou em pouco tempo o corpo de Marta. Começou com uma fraqueza e formigamento nas pernas que se espalharam para a parte superior. Afetou o coração e outros órgãos. Ela necessitava de atendimentos emergenciais e medicamentos específicos e onerosos, indisponíveis naquele hospital público da pequena cidade de interior. Assim, devido à falta de recursos financeiros, ou, quem sabe, de alguém que pudesse pleitear em favor de sua vida junto às autoridades locais, restou aguardar que o tempo revertesse as sequelas graves.

EM - ESTAVA ESCRITO - ROSE PEREIRA - IN-FINITA

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Prosas de tédio e fastio 68 - Emanuel Lomelino

Imagem vecteezy

Prosas de tédio e fastio 

68

São poucos, infelizmente, aqueles que têm consciência da diferença entre o que se pensa saber e a sabedoria que se possui.

Vê-se por aí tanta gente a exibir certezas absolutas sem conhecimentos básicos, como se as verdades de cada vida fossem dogmas universais.

Se só existissem rectas e vias paralelas, talvez pudéssemos aplicar uma linearidade transversal, no entanto, todas as encruzilhadas, cruzamentos, desvios, e livre-arbítrio, demonstram quão longe a humanidade está de poder considerar a vida uma ciência exacta como a matemática mais simples.

Apesar do ponto de partida e de chegada ser o mesmo para todos, sem excepção, os caminhos entre o início e o fim diferem. E tudo isto é assim porque, na contabilidade da vida, podem-se fazer muitas contas diferentes para se obter um só resultado.

EMANUEL LOMELINO

Depois (excerto 1) - Daniele Rangel

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Certa vez, a mãe desta história passou numa livraria para comprar canetinhas para os filhos, coisas de material escolar. Ao passar por uns pincéis, lembrou-se do tempo em que pintava e bateu uma saudade das telas, as tintas. Nostálgica, pensou em levar uma tela pequena, algo simples, só para dar umas pinceladas.
— Depois eu compro. Não vou ter tempo agora.

EM - TUDO SOB CONTROLE - DANIELE RANGEL - IN-FINITA

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Epístolas sem retorno 36 - Emanuel Lomelino

Fernando Pessoa
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Prezado Fernando,

A leitura, para além de ser uma actividade lúdica, em que, querendo, se aprende bastante, é um bálsamo que despenteia a preguiça de alguns neurónios adormecidos pelas desventuras das horas-trolhas e regenera as cores que se esbatem na pobreza do dia-a-dia.

Mas nem tudo são flores – pelo menos para mim – porquanto, algumas vezes (talvez demasiadas) dou por mim a barafustar com as páginas de um ensaio ou dissertação pelo uso abusivo de palavras que, apesar de lhes conhecer o significado, me travam a língua e desviam o foco.

Entre outras, porque existem muitas mais, dou como exemplo “exegese” e “procrastinar”, duas palavras que dificilmente escutamos saídas da boca de oradores (incluída a minha), mas usadas com frequência em textos críticos e filosóficos, que têm o condão de prejudicar a fluidez das minhas leituras, pela sequência silábica que encerram.

Nessas alturas, emerge em mim uma vertigem de pensamentos e, para lá da revolta pela consciência do quão fraca a minha dicção pode revelar-se, não consigo evitar lembrar-me de alguns autores, da nossa praça de insignificância, que utilizam palavras semelhantes nos seus textos quando oralmente, mal sabem pronunciar “mortadela”, “candelabro”, “álcool” ou “otorrino”.

Supérfluo

Emanuel Lomelino

O branco e a preta (excerto 1) - Pedro Sequeira de Carvalho

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Estava claro que em São Tomé eu só tinha uma qualidade, que era ser filho do Costa Marques e, talvez, um defeito, por me chamar de Carlos. Pior ainda, o Txóco não me permitia fazer nada. “O senhor não sabe ainda como que se faz isto.” Era a reação dele quando eu tomava alguma iniciativa.

EM - A BRANCO E A PRETA - PEDRO SEQUEIRA DE CARVALHO - IN-FINITA

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Epístolas sem retorno 35 - Emanuel Lomelino

Immanuel Kant
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Caro homónimo com “I”,

Compreendendo a metafísica como ciência que é, existem aspectos mundanos em que a dispenso, por inteiro, ou pelo menos na sua utilidade momentânea, porque nem todos os acontecimentos do dia-a-dia merecem reflexões profundas e detalhadas. Na maioria das vezes só preciso saber o facto, sem me deter nas causas, propósitos ou efeitos e consequências.

Posso sentir o aroma de um limoeiro, desfrutar da beleza natural de um pôr-do-sol ou deliciar-me com o chilrear dos pintassilgos, sem necessitar de justificativas elaboradas sobre os diferentes níveis de prazer. Basta-me o momento. O mesmo é aplicável a uma martelada no dedo, a uma picada de mosquito ou ao som de papel a rasgar.

Quem logra transpor este modo de estar (sem questionamentos) para situações consideradas mais complexas, como o relacionamento com os outros (plural porque são múltiplas as nuances) tem mais possibilidades de evitar dissabores. Mas deve-se ter em atenção que, aos olhos dos demais, este género de atitude nunca é bem-visto, antes é catalogado com os sentidos mais pejorativos dos adjectivos (soberba, altivez, frieza, orgulho, arrogância, egocentrismo…)

E raios partam a metafísica que, até num texto sobre a sua prescindibilidade, faz questão de marcar presença.

Irritado

Emanuel Lomelino

terça-feira, 1 de julho de 2025

Crónicas de escárnio e Manu-dizer 36 - Emanuel Lomelino

16-06-2024

Circula entre os homens uma enfermidade mais nefasta do que qualquer vírus (natural ou artificial). A sede de protagonismo acoplada à vaidade de egos exacerbados. É uma espécie de doença crónica que evolui em proporção ao mediatismo que se lhes outorga e que é tremendamente difícil de combater, mais ainda quando os enfermos se fazem rodear de claques profissionais, formadas por aqueles seres que, para temperarem as vidas insonsas com alguma agitação, aplaudem e apupam em troca de “likes” e notificações.

Qualquer um consegue identificar os viciados em holofotes. Agem como damas ofendidas quando as luzes se apagam. Têm memória curta e selectiva. Nunca contam a história toda e ocultam os seus telhados de vidro, fazendo passar uma imagem de virgem imaculada às suas plateias contratadas.

E tudo isto porque, vai-se lá saber porquê, todos eles, sem excepção, acreditam serem divinamente merecedores de vénias e adoração, como fossem messias de uma qualquer seita, e quem não se verga é filho do demo, mesmo os que, em algum momento, foram úteis mas recusaram mudar-lhes as fraldas, ou deixaram de pagar dízimo.

Infelizmente, por mais voltas que o mundo dê, parece que o único antídoto para esta maleita é esperar que o tempo resolva este género de crise de meia-idade.

EMANUEL LOMELINO

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Crónicas de escárnio e Manu-dizer 35 - Emanuel Lomelino

15-06-2024

Não me soprem fábulas aos ouvidos. Não sou vasilhame para guardar o sangue que escorre das vossas línguas bifurcadas. Tampouco serei tanque para lavar roupa suja nem cúmplice para noticiário de pasquins de esquina.

Não me cantem fados do coitadinho. Não sou depósito de letras divorciadas para armazenar os vossos arrufos de vaidade. Tampouco serei prateleira de ninharias frustradas nem varina do diz-que-disse.

Não me recitem sentenças avulsas. Não sou confessionário dos vossos linchamentos de damas ofendidas. Tampouco serei cárcere de lugares-comuns e frases-feitas nem pedra de amolar o veneno dessas facas.

Não me vendam banha-da-cobra. Não sou alguidar para escamar a beligerância fátua pescada no vosso mar de imodéstia. Tampouco serei projector de películas ficcionadas nem amplificador de cortinados virtuais.

Sou apenas um dos alvos da vossa triste existência.

EMANUEL LOMELINO

De todo mal (excerto 4) - Rose Pereira

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Marta não se deu conta de que esquecera de seus próprios remédios. Havia tempo que a gastrite se tornara a menor das dores. O controle que fazia da tireoide perdeu-se no tempo. Sofria com esses distúrbios há muitos anos, mas, para ela, nada mais tinha importância. A vida da filha era sua responsabilidade, e pensou merecer todos os castigos pelo que deixara acontecer com Geórgia.

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domingo, 29 de junho de 2025

Epístolas sem retorno 34 - Emanuel Lomelino

John Steinbeck
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John,

Como podemos justificar que a moral consiga sobrepor-se à revolta interior? Acaso nós, que nos chamamos humanos, temos réstia de santidade suficiente para nos darmos a gestos, atitudes e comportamentos beatíficos, sem que o futuro nos outorgue o remorso? Sinto dificuldade em crer nessa hipótese!

Compreendo que a ambição nascida da responsabilidade possa transformar-se em algo hercúleo, majestoso e superior, no entanto, não consigo entender que, num momento de dor extrema, o sentido ético permaneça inviolável e alguém, com o peito dilacerado pela negritude da perda, consiga resistir à tentação – termo discutível – de mandar as convenções à fava e agir no impulso da raiva; da descrença; do inconformismo; da indignação; da morte espiritual.

Não existem neste tempo – teu, meu, e que virá – os Kinos predispostos a devolver o fruto de incontáveis sacrifícios, de ânimo leve, por mais amarga que tenha sido; seja e venha a ser; a perda. Já não há valores que se sobreponham ao ímpeto da morte.

Talvez paradoxal

Emanuel Lomelino

Hoje não! (excerto 2) - Daniele Rangel

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Queria mesmo era reclamar do sol quente, do chefe que só exigia, do trânsito que não saía do lugar, do dia que não acabava, dos filhos que não ficavam quietos, do marido que não colaborava, do dinheiro que nunca sobrava e do despertador que tocava insanamente. Resolveu acordar e, no piscar dos olhos, ainda despertando, pensou: “hoje, eu não quero. Não tô a fim de nada”.

EM - TUDO SOB CONTROLE - DANIELE RANGEL - IN-FINITA

sábado, 28 de junho de 2025

Epístolas sem retorno 33 - Emanuel Lomelino

Ernest Hemingway
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Ernest,

A obsessão é uma armadilha inodora! Nenhum obcecado lhe sente o cheiro nem as manhas. E são tantos os momentos da vida conduzidos ao sabor das obsessões, que fica difícil negar a sua existência, e o quanto nos aprisiona, em qualquer uma das batalhas que travamos dia-a-dia.

Somos obcecados por seguir apenas um caminho, mas dizemos que somos teimosos. Somos obcecados por agir de uma forma específica, mas dizemos que somos perseverantes. Somos obcecados com alguns procedimentos, mas garantimos que somos coerentes. Somos obcecados por atingir determinados objectivos, mas juramos que somos obstinados. Somos obcecados por manter metas fixas, mas dizemos que somos insistentes. Somos obcecados com o sucesso, mas dizemos que somos ambiciosos.

No final, somadas todas as obsessões e medidas as espinhas que trazemos até ao cais da razão, acabamos por descobrir que, por mais adjectivos que usemos para explicá-las, elas nunca deixarão de ser engodos carcerários.

Obcecadamente

Emanuel Lomelino

A biblioteca da Sofia (excerto 6) - Fátima Santos

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O Unicórnio iria distribuir os bilhetes por todos os meninos do Mundo, sem ser visto, como se fosse o Pai Natal, quando deixa os presentes, na chaminé.
Os bonecos aplaudiram, deram umas cambalhotas, felizes por participarem neste projeto genial. O Unicórnio deu mais uma voltinha pelo céu e regressou a mastigar um pedacinho de nuvem, satisfeito por ter um papel muito importante nesta missão.

EM - A BIBLIOTECA DA SOFIA - FÁTIMA SANTOS - IN-FINITA