Livre-arbítrio
Quando Júpiter, Thor e Zeus fizeram
ribombar os céus, todas as divindades decidiram lançar, sobre a Terra, a
promiscuidade para que os humanos fossem livres como os deuses.
Mas de boas intenções, Plutão,
Hades e Hel, estavam cheios, por isso acrescentaram livre-arbítrio à enxurrada
divina, na certeza de que isso originaria conflito entre os mundos celestes e
terrenos.
Então a humanidade sublevou-se e
decidiu fundar outras religiões e dirigir os seus agradecimentos, pelos poderes
divinos, aos deuses recém-criados.
Os deuses originais enfureceram-se
e formaram o maior exército de bestialidades alguma vez reunido. Ares, Marte e
Odin eram os generais e tinham sob o seu comando Cérbero, Kraken e Minotauro,
entre outras aberrações divinas.
Mas, com o livre-arbítrio em seu
poder, a humanidade, que agora conhecia, de olhos fechados, o poder de Nirvana,
nada temeu e tratou da saúde dos deuses, um a um, através de ludíbrio, engodo,
embuste e promessa de memória eterna aos titãs Atlas e Prometeu, seus
progenitores, Ásia e Oceano, e aos semideuses Hércules, Atena, Apolo, Dionísio,
Baco e Perseu.
Muitas foram as maleitas que
acometeram os deuses primevos através das doses de humanidade venenosa que lhes
foram servidas em cópias de Santo Graal, forjadas pelos Ciclopes enganados por
Minerva.
A história é longa e contém muitas
outras histórias que não cabem aqui neste espaço. No entanto, deve ser dito
que, apesar da artimanha montada, Plutão, Hades e Hel, cujas cabeças foram
cortadas, tal como feito com Medusa, não escaparam à astúcia humana e foram
substituídos por Lúcifer, o actual senhor das trevas que nos ensombram.
EMANUEL LOMELINO