sexta-feira, 31 de agosto de 2018

DEZ PERGUNTAS A... CARMEN LÚCIA DE QUEIROZ PIRES


Agradecemos à autora CARMEN LÚCIA DE QUEIROZ PIRES a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - COMO SE DEFINE ENQUANTO AUTORA E PESSOA?

Não existe em mim a dualidade autor e pessoa, o que sou é um resultado do que herdei dos meus pais nordestinos sertanejos, dos quarenta anos como psicóloga, desvendando almas; de uma vida de hábitos simples, de alma romântica e sensível.

2 - QUAIS AS INFLUÊNCIAS DO NORDESTE NA SUA ESCRITA?

Tem uma grande influência, pois nasci e me criei ouvindo meu pai cantar Luiz Gonzaga, canções que falam da saga do povo nordestino, suas dificuldades, dos homens fortes e das mulheres guerreiras.

3 - O QUE LHE MOTIVA A ESCREVER?

As pequenas ou grandes cenas do cotidiano que me tocam e que eu faço uma leitura a partir dos meus sentimentos. Tomei o hábito de deixar fluir a emoção e se ela vem acompanhada de uma inspiração me ponho escrever.

4 - QUE BARREIRAS EXISTEM NO SEU PERCURSO COMO AUTORA?

Não sinto barreiras no meu percurso como autora. Talvez a nível pessoal onde a         timidez e a dificuldade de me fazer entender verbalmente, dificultem um trabalho mais pró ativa.  

5 - QUE IMPACTO TÊM AS REDES SOCIAIS NO SEU PERCURSO?

As redes sociais foram para mim um termômetro que me impulsionaram na divulgação do que escrevo. Antes era uma produção restrita que por vezes tinham um destino descartado. À medida que fui dando a conhecer aos amigos das redes sociais pude constatar a aceitabilidade, daí passei a ter um olhar mais confiante no que escrevia.

6 - QUAIS OS PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS NO UNIVERSO DA ESCRITA?

De um modo geral não vejo negatividade. O autor pode conquistar ou não o leitor com a expressão do seu ser! Talvez o que não seja legal é quando se escreve sobre temas controversos e polêmicos que podem suscitar críticas infindáveis levando ao desgaste da obra e do autor.

7 - O QUE ACREDITA SER ESSENCIAL NA DIVULGAÇÃO DE UM AUTOR?

O conhecimento de sua obra pelos leitores, a pertinência do tema, a criatividade além da seriedade e fidelidade do autor na abordagem dos seus escritos.

8 - O QUE TEM FEITO ENQUANTO AUTORA, PARA O ENRIQUECIMENTO DA LITERATURA NORDESTINA?

Sou na verdade uma iniciante nesse quesito, embora tenha muita vontade de interagir com autores voltados para literatura nordestina, que tanto aprecio.

9 - SUGIRA UM AUTOR E UM LIVRO DO NORDESTE?

“GERIGONÇA DO NORDESTE: A FALA PROIBIDA DO POVO” de autoria do jornalista e professor Geraldo Queiroz que nos trás uma tradução de forma muito rica da linguagem utilizada por nós nordestinos em nosso cotidiano.

10 - QUAL A PERGUNTA QUE GOSTARIA QUE LHE FIZESSEM? E COMO RESPONDERIA? 

A pergunta seria: O que me fez buscar a escrita como expressão?
A resposta será sempre: A vantagem de me expressar melhor escrevendo do que falando pela dificuldade verbal de articular alguns fonemas, além de trazer dentro de mim essa necessidade imperiosa de expressar meus sentimentos através de versos.

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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

DEZ PERGUNTAS A... SANDRA RAMOS


Agradecemos à autora SANDRA RAMOS a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autora e pessoa?

Considero-me uma pessoa activa e com interesses vários, pelo que múltiplas vezes dou por mim a tentar fazer tudo e ir a todas, como se costuma dizer. Vivo na ânsia de me realizar a vários níveis, o que faz da organização o meu fio de prumo. Como autor, gosto de partilhar perspectivas de factos comuns da vida, mas sob um prisma mais intimista, num registo pessoal, habitualmente minimalista.

2 - O que escreve é inspiração ou transpiração?

Sendo ainda muito recente a minha iniciação nesta arte das letras, para já, confesso, que é ainda muito de inspiração. Foram anos a pensar que só agora passaram a papel, há muito trabalho de casa feito. Acredito, contudo, que com o tempo, a transpiração venha a ganhar a corrida.

3 - O que pretende transmitir com a sua escrita?

Escrever é para mim um prazer, desde sempre, mesmo do tempo em que as composições escolares eram um tédio para os meus colegas, mas para mim já era a possibilidade de ser criativa. Gosto de partilhar perspetivas  e opiniões, e perceber que há pessoas que se identificam com esse raciocínio.

4 - Por que escreve poesia?

A poesia é ainda a excepção na minha escrita. Habitualmente escrevo prosa, é o registo onde me sinto mais confortável. Nesta minha recente aventura pelo mundo das letras, tenho verificado que existe poesia contemporânea tão boa, que tenho um certo pudor em escreve-la, por achar que estou muito aquém daquilo que vejo por aí. Tenho, no entanto, consciência que é um assunto em desenvolvimento.

5 - O que costuma fazer para promover a sua escrita?

Coordeno um blogue (https://escrevinharsandraramos.wordpress.com/) e uma página de Facebook: https://www.facebook.com/SR.Escrevinhar/   desde Dezembro 2017.
Participei num concurso de novos autores da Editora Cordel d’Prata, onde recebi o prémio de Menção Honrosa (“Somos mais do que Histórias”), e  participei também num Concurso de Speed Writing , o primeiro em Portugal, de onde resultou o livro “ Minutos de Historias”, que inclui 3 histórias que escrevi conjuntamente com outros autores.
Participei também em Coletâneas (5 Sentidos II, Sinfonia do Amor) e agora na Conexão Atlântica.
Sou cronista residente duma revista online - Bird Magazine - onde escrevo quinzenalmente.

6 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Têm servido como rede de difusão. Até há pouco tempo usava apenas a minha página de Facebook para partilha, o que condicionava o acesso a  amigos ou familiares. Com a criação da página e do blogue, alarguei o número de seguidores, e os contactos têm crescido exponencialmente. É muito interessante recebermos retorno dos leitores, alguns dos quais me contactam por mensagem, mostrando-se sensibilizados com algum texto em particular, como aconteceu com dois ex- sem abrigo, e também com uma enfermeira.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

É necessário conhecer o seu público, e ser direcionado nesse sentido. Importa saber avaliar o género em que se insere, ou a capacidade do autor em se alargar a vários géneros. Isso é o passo essencial. Depois é necessário promover os contactos, difundir eventos e circular no meio. O conhecimento pessoal é também importante para conhecer as especificidades e agir em conformidade.

8 - O que ambiciona como autora?

Escrever faz parte de mim, é um prazer indispensável ao meu bem estar. Para além da possibilidade de expressão, é o retorno dos leitores que me alimenta. Para já, sendo tudo tão recente, espero aumentar o meu público e divulgar os meus trabalhos. E aprender, aprumar-me, evoluir, tornar-me flexível nos géneros e iniciar-me em registos que ainda não arrisquei.

9 - Livro físico ou e-book? Porquê?

Livro físico. Não há como o contacto com o papel, o cheiro, a letra. É como comparar uma conversa online com uma conversa de café, com o olhar do amigo, o jeito do amigo. Talvez seja uma preferência romanceada, mas soa-me a maior presença. Ironicamente, escrevo sempre em computador, porque me corrijo frequentemente, e a minha letra deixa muito a desejar, nem eu me entendo…

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Faria sentido perguntarem-me porquê só agora, aos 42 anos, tornar públicos os meus textos.
Porque andei distraída, ou concentrada em fundamentar uma vida profissional e pessoal, deixando os meus interesses pessoais para depois. Tive a sorte de ter uma amiga de infância que me chamou a atenção para o facto, e me instigou a fazer qualquer coisa por mim. Foi o pontapé de saída para o Concurso de Novos Autores, e a partir daí, meus amigos, escreverei até que a mão me doa.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

DEZ PERGUNTAS A... CARLOS ALBERTO CAVALCANTI


Agradecemos ao autor CARLOS ALBERTO CAVALCANTI a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autor e pessoa?

Creio que parte de mim se mistura com o que escrevo. Talvez isso me defina como uma pessoa atraída pelas palavras e pelo que se pode fazer com elas (e elas com a gente).

2 - Quais as influências do Nordeste na sua escrita?

O Nordeste sempre se constitui numa fonte permanente de influência literária, seja em prosa ou verso. Considero que a leitura de autores que tematizam a nossa região em suas obras findam nos contagiando a também escrever sobre coisas que nos tocam tão profundamente.

3 - O que lhe motiva a escrever? E porquê a poesia?

A poesia assumiu a dianteira da minha escrita, certamente por ter lido inicialmente poesia. As motivações às vezes são intencionais e outras, nos invadem sem pedir licença.

4 - Que barreiras existem no seu percurso como autor?

Reconheço que a falta de cadernos literários nos principais jornais do Estado (Pernambuco) dificulta a divulgação de fatos literários interioranos. Geralmente os jornais cobrem apenas os grandes eventos.

5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Há maior apoio de divulgação, sobretudo com o apoio de nossos leitores e admiradores.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

A escrita tem mais pontos positivos, e os negativos talvez a questão 4 já respondeu.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

O apoio da mídia local para que as outras fontes de divulgação também percebam a presença do autor e de sua obra.

8 - O que tem feito, enquanto autor, para o enriquecimento da literatura nordestina?

Transformo a tribuna acadêmica do Centro de Ensino Superior de Arcoverde – Pernambuco, onde ensino, numa plataforma de divulgação dos meus textos e de tantos outros em prosa e verso que me chegam dos próprios autores.

9 - Sugira um autor e um livro do Nordeste!

Graciliano Ramos – VIDAS SECAS

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Por que ainda não publicou outro livro? Resposta: Tenho verbo... preciso de verba...

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

DEZ PERGUNTAS A... MANUELA FRADE


Agradecemos à autora MANUELA FRADE a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autora e pessoa?

Enquanto autora o meu processo criativo sempre teve uma forte ligação às linguagens artísticas das diferentes áreas… pintura, escultura, música e dentro do mundo literário viagens, poética e lírica. Sou uma pessoa exigente nos princípios e ética e que reivindica os direitos humanos e ecológicos universalmente… portanto sou humanista e preocupada com o SER em vez do ter.

2 - O que escreve é inspiração ou transpiração?

O que escrevo nasce da inspiração e torna-se transpiração quando partilho com os outros porque permito tocarem, sentirem, vivenciarem e até recriarem a partir da minha criação.

3 - O que pretende transmitir com a sua escrita?

Sensibilizar todos os que a lêem para o respeito pela liberdade: de SER, de PENSAR, de CONSERVAR E PROTEGER a “VIDA” na sua essência, religiosa e cultural… viver e permitir que outros também vivam com alegria.

4 - Por que escreve poesia?

Porque “ela” é a forma de expressão que se aproxima da outra que eu trabalho e eu “SOU”… a “pintura”… estas duas formas de expressão se fundem numa só e se expressão com uma força que toca as pessoas pela sensibilidade e alma.

5 - O que costuma fazer para promover a sua escrita?

Para partilhar a minha poesia utilizo a internet… tenho blogs, páginas de redes sociais, ou edições digitais que permitem edições de autor, participo em eventos coletivos de poesia quando sou convidada ou em concursos literários quando me despertam interesse.

6 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Não têm qualquer impacto… apenas funcionam como “veículo de comunicação ou partilha” entre pessoas que conheço em diferentes países e que doutro modo teria de o fazer através de carta como o fiz durante muitos anos…

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autora?

Dar a conhecer a “pessoa” e a “obra” do(a) autor(a) pois, sem isso, o que é publicado fica descaraterizado ou despersonalizado por ser uma obra coletiva.

8 - O que ambiciona como autor?

Ser “reconhecida”… penso que é aquilo que qualquer autor ou autora pretende… que a sua mensagem seja verdadeiramente sentida por que a lê ou vê… por no caso da poesia ela pode ser transmitida por imagens ou em conjunto com elas tal como eu o faço. Não foi o caso desta que apresentei porque não foi dada essa liberdade criativa… mas seria o que eu faria… juntaria à poesia uma pintura tornando-as uma só obra!

9 - Livro físico ou e-book? Porquê?

O e-book é hoje é um meio de divulgação mais ecológico e de fácil edição… permite que o autor conceba todos os aspetos do livro e a custo zero pois existem inúmeros sites que o permitem… mas havendo muitos interessados na obra o livro físico torna-se justificável e aprazível… especialmente para uma geração que não gosta nem tem apetência pelas tecnologias.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

O que importa ficar da minha obra artística para ser lembrado pela humanidade?…
O convite à procura do “eu” espelhado no feminino espelhado em toda a sua obra numa viagem levada até à abstração que se confunde na fusão da letra e da pintura ou ilustração.
Como, o professor doutor (da universidade de São Paulo, em 2015) Saulo César Paulino da Silva escreveu sobre a minha obra, escrita e pictórica: Esse “eu” não é o pronome aprisionado pela gramaticalidade da língua formal, mas é aquele marcado pela (e na) pluralidade da alma que se transfigura a cada texto e a cada interpretação pictórica.
Onde estamos? Para onde vamos? Essas quase paráfrases interrogativas, inspiradas em um de seus desenhos (Onde estão, 1994), nos leva repensar a trajetória do Ser no acordar agitado de um sono por dormir, onde encontramos o vazio num espaço inexistente.
A inquietude da alma, fustigada pela letra do poeta, teima em perseguir o intangível, lançando-se na utopia de respostas insondáveis. E por isso é poesia, cuja seiva criativa nutre o espírito da arte.
A viagem proposta pela sua obra tem início onde termina nossa racionalidade cotidiana. Durante a leitura, o desafio está em soltar as amarras do cais, deixando que o barco deslize pelas águas ora cálidas, ora agitadas desse oceano imaginário.
Uma obra que é sempre um convite a uma “sociedade humanista” promotora a felicidade através da criatividade e pensamento livres de preconceito.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

AS CRÓNICAS DA AVÓZITA... CHAMAVA-SE MARIA



Chamava-se Maria, mas não gostava que a chamassem de Maria.

Naquela época, eram tratadas por Maria, mesmo que o seu verdadeiro nome, não fosse Maria, as sopeiras, as criadas de servir, as chamadas, hoje, de empregadas domésticas.

Quem a tratava de Maria sabia bem porque o fazia. Era uma forma desprestigiante de a menosprezar. E a Maria que era menina, sentia-o. Sentia-se.

Era uma menina introvertida, envergonhada e triste.

A menina, a Maria, foi crescendo sempre com a sua autoestima muito em baixo, sentindo-se sempre inferior a quem a rodeava. Desde muito menina que lhe foi incutida essa inferioridade.

E a menina cresceu mais e aos poucos foi-se libertando desse sentimento. Custou. Custou-lhe muito mas conseguiu.

A Maria menina-mulher ultrapassou todos os seus receios, tornou-se confiante em si mesma, e hoje a Maria, chama-se MARIA.

MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

domingo, 26 de agosto de 2018

DEZ PERGUNTAS A... LAILTON ARAÚJO


Agradecemos ao autor LAILTON ARAÚJO a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autor e pessoa?

Digo sempre que sou um autor que "brinca de escrever". A vida é uma eterna brincadeira na visão dos criacionistas. No olhar mais sério dos evolucionistas, viver é deixar que o acaso se molde de acordo com as circunstâncias e o tempo. Sonho com a criação e vivo a evolução no dia a dia.

Sou um cidadão do mundo e amante da liberdade. Fico do lado dos socialistas que praticam a democracia, dividem o conhecimento e os bens materiais. Luto por um mundo mais justo, igualitário no que for mais possível, sem fronteiras e com as pontes substituindo os muros. Aplaudo as artes, a união dos povos e o sincretismo religioso. A cultura da paz deve ser praticada todos os dias. Viva e deixe o outro ser humano viver com cidadania. O planeta Terra, a fauna e flora agradecem a todos aqueles que compartilham as ideias ecológicas.

2 - Quais as influências do Nordeste na sua escrita?

Morei até os 16 anos em Sertânia - PE. Migrei para São Paulo - SP em 1976. Meus pais continuaram residindo no Sertão de Pernambuco. Após o falecimento de meu pai em 1999, minha mãe mudou-se para o Recife. Mantive sempre um laço afetivo e cultural com meus amigos, amigas e parentes no Nordeste do Brasil. Este universo nordestino de temas, cores, literatura e música estão presentes nas minhas composições em áudios (LPs, CDs e EPS - Álbuns Fonográficos) e "causos literários" na forma de contos, crônicas e críticas. As observações cotidianas de um menino sertanejo ainda continuam vivas em minha memória. Escrevo por intuição quando brinco... Aprendo sempre com outros grandes escritores! Serei sempre um eterno aprendiz...

3 - O que lhe motiva a escrever? E porquê a poesia?

Minha maior motivação para escrever, talvez seja a crítica de dentro e fora. Como é bom ouvir alguém dizer: gostei do seu texto. Ou ainda: que escrita estranha (detonando a obra-prima de forma educada)! Um bom aluno observa, escuta, analisa, absorve e aprende.

A poesia é um momento de "viagem espiritual ou amorosa". Falo para todos: não bebo,  não cheiro e não fumo... Não sou careta (apenas careca), respeito as opções de consumo e gosto da poesia como forma de expressão de um momento especial.

4 - Que barreiras existem no seu percurso como autor?

Em qualquer área da criação artística existem barreiras. Qualquer sacerdote nas artes deve encarar os desafios como missão de vida. Hoje um autor "X" morre de tédio e fome. Amanhã - passados alguns séculos - um ser humano em forma de robô descobrirá o escrito do tal "X", processará as informações e as divulgarão para outras galáxias. O "X" chorão de 2018, e que pensou em desistir da citada missão literária se tornará uma estrela. E o talento do atual autor? Depende do nível cultural, educacional, tecnológico e financeiro de quem lê, avalia, publica e critica. Quem gosta de ler e comprar um livro no Brasil? Os encontros literários deveriam ocorrer semanalmente em todas as escolas dos países e em vários idiomas... É um incentivo para quem escreve com talento ou sem este. O autor é a peça fundamental no processo da nova ou velha visão de mundo, nas várias sociedades. As pessoas aprendem a escrever lendo bastante e escrevendo até bobagens. E a sobrevivência sem "grana"? Dicas: 1. trabalhe em outras profissões para pagar suas contas e se alimentar; 2. escreva à noite para alimentar sua alma e autoestima.  

5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

As redes sociais são coadjuvantes na formação de opinião. Podem destruir a reputação ou levar um autor ao sucesso. Algumas se tornaram currais, agrupando "tribos" que perseguem os "textões" e propagam "fake news" (falsas notícias). Divulgação do bem ou mal, sempre vende algo. O autor é um produto para o mercado de mar calmo ou revolto, culto ou inculto...  

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Positivo: a liberdade de pensar e escrever.

Negativo: escrever apenas para ganhar dinheiro e fama.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Ter cara de pau; qualidade artística; trabalho de divulgação nas diversas mídias; os pés no chão; humildade; visão política bem clara (de preferência voltada para o bem da humanidade); interação com os diversos públicos consumidores; integração multicultural e racial; união entre os diversos autores; um pouco de dinheiro para se investir em alguns exemplares de um livro autoral; participação em antologias de baixo custo com ampla distribuição.  

8 – O que tem feito, enquanto autor, para o enriquecimento da literatura nordestina?

Escrevo os "causos" diários e históricos de meu povo. Canto as letras autorais das músicas nos estilos: frevo, xote, baião, afoxé, maracatu, etc. A letra da canção "Nilo Brasileiro (Rio São Francisco) (Lailton Araújo / Wanderley Araújo) já é parte integrante em 03 páginas, de um livro de geografia do "EJA - Educação de Jovens e Adultos", governo do Estado de São Paulo, com tiragem de 600.000 exemplares. A gravação foi realizada pela "Banda Moxotó" - Álbum LP Junção das Águas - Ano de 1989, relançado na forma digital em várias plataformas mundiais, no ano de 2017. 

9 - Sugira um autor e um livro do Nordeste!

Tudo é possível quando sonhamos... Utopia?

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Você é feliz vivendo sem dinheiro e fama?

Sim... Tenho o necessário para sobreviver. Posso me locomover nas cidades, ruas e campo; não gosto de luxo e ostentação; as pessoas só conhecem o que escrevo, crio e canto; não cultivo o culto à personalidade ou "cara"; sou socialista, humanista, pacifista e ambientalista; trabalho com liberdade e prazer; sou artista por opção no sacerdócio nas artes... Até "brinco de escrever". Será que já posso dizer que sou escritor, sem ficar constrangido? (rsrs)

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sábado, 25 de agosto de 2018

DEZ PERGUNTAS A... LARA BARRADAS


Agradecemos à autora LARA BARRADAS a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autora e pessoa?

Sempre fui uma pessoa introvertida e, por norma, um introvertido pensa muito e sente exacerbadamente. No entanto, nunca tive facilidade em exteriorizar essa forma peculiar de sentir. Vivo intensamente as emoções, mas é raro que alguém em veja materializá-las de forma visível. Por norma, essa materialização ocorre em momentos de recolhimento.
De resto, tenho defeitos e qualidades que se refletem também na minha personalidade enquanto autora. Penso que sou demasiado complexa para conseguir, sequer, responder a esta questão. Tenho dificuldade em definir-me, as minhas qualidades e defeitos não são estanques.

2 - O que escreve é inspiração ou transpiração?

Inspiro-me para depois transpirar. Coloco muita emoção em ambos os processos. Não sou adepta do superficial.

3 - O que pretende transmitir com a sua escrita?

A forma como sinto, nem sempre na minha pele. Um autor veste muitas vezes a pele de alguém em quem se inspirou, e encarna o momento que sonha de olhos abertos. Não é fácil transmitir e nem sempre é fácil interpretar. A maior recompensa que um autor pode ter é sentir que, de alguma forma, emociona o leitor ou lhe provoca emoções semelhantes às que sentiu ao escrever. É maravilhosa esta sintonia.

4 – Por que escreve poesia?

Comecei com o desafio de uma editora para integrar uma Antologia. Vi o poema que escrevi por brincadeira ser selecionado e ficou-me o gozo que me deu brincar com as palavras. Fui introduzindo emoção neste jogo e o resultado foi melhorando. Hoje, nada me dá mais prazer do que escrever poesia ou prosa poética. Gosto da aglutinação de um vocabulário cuidado, com o ritmo e a carga emocional típica da poesia.

5 - O que costuma fazer para promover a sua escrita?

O principal meio que uso são as redes sociais, em particular o Facebook e o Instagram. Tenho participado também em coletâneas e antologias.

6 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Um enorme impacto. Comecei no Facebook para aferir a aceitação do público porque, apesar de os meus amigos gostarem do que escrevia, sempre assumi que a opinião deles era, obviamente, suspeita. Criei uma página de autora e fui promovendo algumas publicações, com um resultado que jamais esperei. A página cresceu de forma muito rápida, atingindo os milhares de seguidores em poucos meses.
Consegui criar uma empatia muito especial com os meus seguidores e tem sido uma experiência inigualável.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Aparecer, com humildade e respeito genuíno pelo espaço dos outros. Qualquer meio é válido, com especial destaque para as redes sociais que ganharam uma relevância difícil de combater. Mas não basta aparecer, é imperativo que se tenha algumas noções de marketing digital, o que exige muita pesquisa e capacidade de análise. As editoras e entidades de apoio à edição têm também um papel muito relevante na divulgação do autor.

8 - O que ambiciona como autora?

Manter a empatia que tenho vindo a criar com os meus leitores. Escrever mais e melhor. Poderia dizer que um dos meus objetivos é publicar um romance ou um thriller, a médio ou longo prazo, mas vou trilhando este caminho sem criar expetativas. Vivo um dia de cada vez. Não sou de me deslumbrar com a visibilidade ou aspirar ao estrelato. Há muita gente a escrever bem e tenho perfeita consciência que ter um livro num escaparate é tarefa árdua e difícil de alcançar.

9 - Livro físico ou e-book? Porquê?

Livro físico. Porque um livro não é apenas o que se lê, é também tato e o olfato. Um festim para os sentidos.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Esta é fácil.
Gostarias de viver da escrita? Porquê?
Sim. Porque uma paixão que se consolida aos 40 anos, é para a vida toda.

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