domingo, 30 de abril de 2023

Estampas de outra época (excerto) - TEREZINHA PEREIRA

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Uma recepcionista tirou Rodrigo daquele momento de admiração, ao lhe dizer que ficasse à vontade, que Sebastião, o fotógrafo, estava lá no fundo, preparando uma família para uma sessão. Mostrou-lhe uma sala onde poderia escolher roupas, caso tivesse interessado em fazer uma foto, e lhe ofereceu diversos álbuns de fotografias, para que pudesse conhecer o trabalho que faziam no estúdio. O cenário que via nas fotos era de uma paisagem conhecida desde sua infância: casas da época colonial, algumas com eira e beira, outras com tribeira e outras sem nenhuma aba no telhado, edificadas em ruas estreitas, desalinhadas, cobertas por pedras grandes e irregulares. No fundo, aparecia a Serra de São José, um paredão enorme, como que revestido de verdes de diversos tons mais escuros, que envolve parte da cidade. Rodrigo espiou o estúdio por uma porta entreaberta. O fotógrafo dava os retoques finais à cena. A recepcionista fazia papel de maquiadora, cabeleireira e roupeira nos preparativos de um casal e seus três filhos para a sessão de fotos. 

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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Procurando minha turma (excerto) - DALMO MEDEIROS

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O encontro com Martinha, uma estudante de Design da Escola ESDI, me aproximei de uma turma bem mais intelectualizada do que eu e muito politizada. Ela era envolvida com grupos que discutiam política e movimentos sociais. Pessoas advindas das lutas contra a Ditadura. Eles leram tudo sobre Comunismo, Marx e o Capital, e esses eram temas de cabeceira dessa turma. Uma galera de esquerda total, como quase todo mundo recém-saído da Faculdade.

Alguns desses amigos da Martinha moravam em aparelhos clandestinos, ligados a movimentos que lutavam contra a Ditadura, imposta pelo golpe militar de 64. Existia a VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, um grupo de luta armada que visava a instalação de um governo de tendência socialista no país.

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quarta-feira, 26 de abril de 2023

12.º sinal de alerta - Desqualifiquei meu corpo - ANGELA RODRIGUES

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No dia seguinte, não resisti e resolvemos acompanhá-los a Cascais. A temperatura estava agradável e aproveitamos a companhia do nosso grupo. Só que eles decidiram ir à Sintra e o sinal de alerta desta vez estava ligado e o desliguei mesmo assim!!! Com os momentos felizes, supus que daria conta, mas não dei… e a sirene com dores absurdas me derrubou!

A ladeira íngreme e a mudança brusca de temperatura na serra me “quebraram” de vez. Fomos almoçar e, no final da tarde, o tempo virou drasticamente com temperaturas baixíssimas do inverno. Descemos ladeira abaixo às pressas e a surpresa foi que, na estação do trem, não havia nenhum espaço fechado para nos abrigarmos. Com dores insuportáveis, me deitei no banco de concreto gelado na plataforma. Quando o trem chegou, só com a ajuda do Dalmo eu saí do banco. Só não sentia dor em pé! Vá entender?!!

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sábado, 22 de abril de 2023

Os fenômenos - DALMO MEDEIROS

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Para começar a expor aqui os fenômenos espirituais que me acompanham, até os dias de hoje, é preciso dizer que esse ambiente festivo das reuniões de família foi determinante para os acontecimentos que relatarei a seguir.

Digo isso porque nas reuniões comemorativas de aniversários da família, com almoço na casa da minha avó, tio Cauby sempre pedia para mamãe cantar duas canções que ele gostava de ouvir na voz dela: “Folhas mortas” (Jamelão) e “Carinhoso” (Pixinguinha e João de Barro).

Ela arrasava nessas duas, e tio Cauby ficava emocionado vendo-a cantar.

Ao final, sempre lamentava... ”ela não deveria ter parado, seria um sucesso como cantora..” Esse fato foi o mote que propiciou a escalada de fenômenos com a canção “Carinhoso”, que acontece sempre que alguém da família faz aniversário, como veremos mais a frente.

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sexta-feira, 21 de abril de 2023

4.º sinal de alerta – Me cuidei para viajar - ANGELA RODRIGUES

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Para sair dessa vibe, criei um objetivo “saudável”: “Vamos viajar para Londres, Liverpool e Portugal e sermos novamente felizes!” Antes me preparei meses para “estar bem”. Para isso, voltei ao pilates, cuidei da lombar, fiz reeducação alimentar e novos exames. Mesmo assim, os sinais, como trombones irritantes, demonstravam que algo não estava bem comigo. Resolvi me desligar e focar em criar roteiros, sites de hotéis, dicas boas como sempre fiz. Forcei-me a viajar a qualquer preço e desqualifiquei os sinais, sem medir as consequências.

Achei que a reeducação alimentar tinha zerado a minha lombar ao conseguir ficar com menos nove quilos de excessos. Fui me consultar com a clínica geral, a ginecologista e o osteopata. Mostrei meus exames recentes de sangue e densitometria óssea. Infelizmente, nenhum deles atentou para a evidência da grave anemia e imunidade baixíssima descrita no hemograma completo.

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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Picuipinima (excerto) - TEREZINHA PEREIRA

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Picuipinima é um lugarejo cortado por um filete d’água que chamam de rio. Rio Picuipinima. Como na maioria das cidades, tem uma rua denominada Direita, onde funcionam algumas casas comerciais, armazéns, padaria e uma pequena botica. Também tem uma praça com um jardim gramado, roseiras de cores diversas e margaridas brancas, onde ficam localizados prefeitura, escola, creche, um pequeno ambulatório, moradia e consultório do único doutor. Um doutor amigo de todos que, em tempo passado, tinha dentro de seu consultório uma parede coberta de retratos de uma moça bem-afeiçoada. Esquisitice que não vem ao caso. Ou...

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Motivos para amar Lisboa (excerto) - RITA RAMOS

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Lisboa cheira não somente ao aroma da sardinha. Lisboa tem o cheiro e a fumaça das castanhas no inverno. Lisboa tem calçadas lindas que mais parecem mosaicos de um perfeito cubismo cujas formas geométricas nos traçam finitas formas de uma matemática exata em metamorfose e arte. Lisboa não é a terra do café, mas é impossível não tomar café em Lisboa. Da “bica” a “meia e leite” (o meu preferido), o café em Lisboa nos faz uma série de sucessivas confusões, há café para todo paladar. São todos fortes e muito saborosos.
Lisboa tem elétrico, Lisboa é elétrica. Há uma dinâmica em Lisboa que chega a ser paradoxal tamanha tranquilidade para uma cidade cosmopolita e inquietante. Lisboa não é barulhenta. É muda de vozes, quase não há falantes nas ruas de Lisboa, mas é ruidosa com o INEM, ruidosa com as máquinas da rua, ruidosa os pedintes no interior do metro de Lisboa com os pedidos “uma moeda para auxiliar”. Há um “pertencimento” no meu amor por Lisboa. Lisboa e Salvador para mim tem muito a ver. Salvador, a primeira capital do Brasil foi designada para ser a Lisboa da América. E assim se projeta as ruelas, as ladeiras, os becos e vielas que há no Centro Antigo da cidade do Salvador. Perguntam sempre porque não conhecer o mundo e ir sempre pra Lisboa? Só há uma resposta: Nos sentimos bem em casa...

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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Mamãe na era do rádio (excerto) - DALMO MEDEIROS

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Como eu escrevi no início, também pelo lado da mamãe, a vocação musical é riquíssima. Nas duas linhagens da família, tive bons exemplos a seguir.

Um dos primeiros parceiros de Noel Rosa, o Nonô (Romualdo Peixoto 1901-1954), pianista e compositor de talento, parceiro de Noel, tio de Cyro Monteiro e Cauby Peixoto, deixou pérolas musicais maravilhosas, tocava de ouvido e conseguia tocar de ouvido peças clássicas com orquestras.

Não seria de se admirar se mamãe, com a influência do tio Cauby, também não se aventurasse no mundo musical daquela época. Todos os Peixotos embarcaram nessa onda. Os nomes dos filhos de D. Alice foram tirados do romance “Iracema” de José de Alencar, publicado em 1865 fazendo parte da trilogia indianista do autor.

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domingo, 16 de abril de 2023

2.º sinal de alerta – Acre, fev. 2017 (excerto) - ANGELA RODRIGUES

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Dia 2 de fevereiro, voltei a Rio Branco para o nascimento da Maya Maria, minha segunda netinha. No início, foi uma delícia estar com minha filha Natália e seu lindo barrigão. Passeamos, nos bronzeamos e aprontamos todas - eu e a filhotinha.

Nesse meio tempo, recebi o telefonema do meu irmão dizendo que tinha sonhado com minha madrasta e ela me mandava um recado. Ela me pedia desculpas por só agora ter compreendido o que eu tentava lhe dizer. Ao escutar suas palavras, também reconheci o quanto foi belicosa a forma que passamos a nos tratar, cada qual com seus argumentos “consistentes”, sem o menor consenso.

Incrível como os dois recados espirituais, vindos da Dina e do meu irmão, eu recebi no Acre... Será coincidência? Ambos me ajudaram a compreender o tempo que precisei para me desarmar, ter uma visão mais ampla e contextualizada dos motivos que nos levaram a dores profundas.

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sábado, 15 de abril de 2023

Lisboa em anexo (excerto) - MARIA JOÃO NEVES

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Posso aproveitar e ficar com o resultado das análises ao meu sangue? Pode. A enfermeira revela-se querida e disponível. Vai ter alguém para a acompanhar no pós-operatório? Não. A ausência constante de amor e afeto é um problema. Sofre de afastamento familiar, talvez por causa da guerra no ultramar, talvez por consequência da morte, talvez por causa da emigração, talvez por causa da violência doméstica, talvez por causa da exclusão do lugar original de residência ou simples distanciamento afetivo. Quando a solidão é exasperante, aguenta ou tolera a dor, mas muitas vezes fica parada como uma morta a refletir sobre o tamanho da sua depressão. É real: não aguenta o isolamento. A miséria económica aliada à miséria afetiva e burocrática é como sobreviver numa vida sem autonomia. Prevalece o desespero da necessidade de amor, afeto e aceitação. E esquece-se de pedir o resultado das análises. Volta. Estive aqui ontem. Quero o resultado das minhas análises ao meu sangue. O mesmo segurança questiona: tem notificação para cá vir? Não. Só quero ir à recepção, por favor. Aguarde aí fora. Mas ela decide desobedecer descaradamente.

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quarta-feira, 12 de abril de 2023

O berço musical (excerto) - DALMO MEDEIROS

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Venho de uma família “remediada”, como se costuma dizer quando não se é nem pobre nem rico. Porém, eu diria, uma família rica, muito rica, em gente ligada à música, tanto pelo lado do meu pai quanto pelo lado da minha mãe. Sou um privilegiado por isso.

Meu pai, Geraldo Medeiros dos Santos, nasceu em 28 de novembro de 1917, na cidade de Areia, no interior da Paraíba. Veio de uma família grande. Os Medeiros eram 11 irmãos, filhos de Estelita Santos de Medeiros e José Lino de Medeiros. A maioria da família era ligada à música. Meu bisavô, João Clementino dos Santos, foi maestro de banda em inúmeras cidades do interior da Paraíba.

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terça-feira, 11 de abril de 2023

Os insights na madrugada (excerto) - ANGELA RODRIGUES

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Em novembro de 2016, minha filha Natália e eu combinamos que iria ao Acre vê-la no final da sua gravidez. Antes da partida, preparei uns presentinhos e fui levar meu carinho e apoio, conhecer minha segunda netinha Maya Maria e ainda dar uma trabalhada.

Os dias foram agitados, alegres e produtivos! Cheguei “bombando” com novidades e os acreanos sempre receptivos e generosos comigo. Aproveitei para cumprir compromissos profissionais e um deles foi a palestra sobre Design Thinking no CAU Acre (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). A surpresa foi a mudança significativa na última hora na palestra.

Dois anos depois da morte do papai e na véspera da apresentação, houve um fato impactante. Recebi o telefonema da Dina, secretária da casa do papai, dizendo ter sonhado com ele e pressentido que a mensagem estava direcionada a mim. No sonho, ela o encontrou muito triste num rochedo à beira de um rio.

Ao vê-lo, perguntou como se sentia e ele respondeu que não conseguia atravessar para a outra margem do rio. O recado foi claro e no ato me reconectei com ele. Chorei como criança de saudade, alívio e gratidão. Presumi que ele tinha compreendido o seu propósito e minhas convicções. Senti a fragilidade dele e me sensibilizei, também revisei ponto a ponto os meus propósitos e os da nossa história.

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segunda-feira, 10 de abril de 2023

Mudança (excerto) - LÉLIA BASTOS

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Num calor de 40º da Floresta Amazônica, ela caminha em direção ao boeing, para trás ficou toda a sua família, caminha com passos firmes para o desconhecido, se enche de coragem e olha para trás para o último adeus, não consegue ver mais nada, a não ser os olhos do seu filho de 10 anos, sobressaindo a qualquer outra coisa presente naquele aeroporto. Voa como uma fênix, como toda mulher brasileira, se reinventa a cada dia. Chegando a Portugal sentiu imensa falta da vegetação brasileira, para quem morou ao Norte do Brasil, há uma interação diária entre o homem e a floresta.
Começou a trabalhar na primeira semana, e foi fazer o que mais gostava, ser relações públicas de uma ONG, inserida na comunidade africana, o bairro mais temido da sua cidade, ela andava calmamente entre estrangeiros, etnia cigana, era um bairro rico culturalmente, cheio de cores, animações, danças, seus olhos via o que os outros não via e se alegrava na simplicidade.
Depois de 6 meses de mudança de país, começou a questionar a si própria sobre sua decisão de imigrar, a saudade da família era enorme, em frente ao Rio Sado escreveu longos textos, esvaziou a alma e resolveu persistir e se reinventar, voltou a estudar, percebeu que não conseguia trabalhar na área a qual era licenciada no Brasil.

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Letícia e os retratos (excerto) - TEREZINHA PEREIRA

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Palavras só saíram da boca da menina, depois de passados alguns anos de quando ali chegara. No entanto, o que ela antes havia sido e antes vivido, até o próprio nome, pareciam haver ficado submersos nas entranhas de suas lembranças. Como pessoa alguma da cidade nada lera nos jornais, que de vez em quando ali chegavam, nem ouviram ou visto no “repórter” do rádio e nem da televisão – já havia televisão em umas três ou quatro casas daquele lugar – que uma menina pequena, olhos claros e pele cheia de sardas, estava sendo procurada, deixaram por isso mesmo. Essas coisas de juizado de menor ficavam muito distantes dali e, para inteirar, os dois policiais que serviam na região não dispunham de tempo para tratar de menina aparecida. Tinham de correr atrás de cavalos fugidos, de algum ladrão de galinhas, de conter os ânimos de algum bêbado mais desordenado ou, vez ou outra, desfazer alguma desavença entre ciganos que costumavam montar acampamento nas redondezas.

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sexta-feira, 7 de abril de 2023

Flertando com fenômenos (excerto) - DALMO MEDEIROS

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A grande maioria dos relatos dos fenômenos vividos por mim foi anotada em agendas, à mão, papel de pão, cadernos, com uma caneta. À medida que escrevia, lembrei-me de outros fatos que se interligam. A partir daí, montei o quebra cabeça dos caminhos da minha vida. Portanto, não seguirei uma ordenação cronológica no livro, mesmo porque existem fatos interligados, tanto ao passado quanto ao presente. Há quem diga que no reino espiritual existe conexão atemporal entre o passado, o presente e o futuro.

O desejo de escrever surgiu após minha participação numa live do Grupo MPB4, grupo musical que faço parte desde o ano de 2004. Nessa entrevista, abordei minha história de vida, relacionando-a com os fenômenos e coincidências espirituais frequentes nos meus caminhos. A partir daí, um grande número de amigos, ou mesmo de pessoas desconhecidas, me incentivaram a escrever.

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quinta-feira, 6 de abril de 2023

Sinais de alerta e o diagnóstico – 2017/18 (excerto) - ANGELA RODRIGUES

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Considero os sinais de alerta como avisos que apontam a urgência de nos cuidarmos, antes que as doenças se manifestem e se instalem nos corpos físico, emocional e espiritual. Muitas vezes, os desqualificamos por virem da camada inconsciente que muitos desconhecem por seus códigos pouco claros.

Eles insistem para evitar que o pior aconteça. Ao negligenciarmos os sinais, passamos por um processo mais longo, doído, sofrido, que se resolverá de uma forma saudável ou penosa. Eu passei a receber sinais de alerta sobre algo estranho comigo e os desqualifiquei!

Por que os desqualifiquei? Esses sinais me provocavam dores fortes e frequentes, vinham em forma de depressão, angústia, ausência e dor da ausência de alguém falecido, falta de ânimo, vida sem foco ou me sentir fora do ar. Ou seja, saí do caminho próspero para outro que em nada parece dar certo.

Tive a impressão de estar pulando fora da vida, me vitimando ou culpando os outros pelo que a família passava, ou visualizando o que não deu certo nas nossas vidas. Esses sinais apontam para velhos e novos problemas, fatos e traumas não resolvidos que fazem o grilo falante estridular, noite e dia no nosso ouvido... Daí vem a raiva, a tristeza, a impotência e um ressentimento em grau elevado.

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quarta-feira, 5 de abril de 2023

O retorno do reprimido (excerto) - LEDA REZENDE

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Estava de férias.
Escolhera aquela região como uma espécie de presente que dava a si mesma. Estar de volta depois de tantos anos a fez se sentir muito bem. A cidade tinha evoluído, tinha se modernizado. Lojas vendiam roupas e artigos artesanais em três moedas diferentes. Surpreendeu-se.
Rapidamente retomou os códigos e o ritmo da local onde o habitual era feito sem pressa nem horário rigidamente estipulado. Não importava se em dia dito útil, feriado ou fim de semana. Não importava em qual moeda se pagava. Assim era e assim continuava. Relaxou.
A malemolência tinha um status positivo especial. O vento era quente, mas delicado e delicadamente balançava as cortinas sempre brancas das janelas também sempre abertas. O mar não se alvoroçava com ondas a ir e vir, a água morna expunha a tranquilidade de um lago. Fosse maré cheia ou maré baixa, nada provocava ondas que não fossem aquelas branquinhas espumadas e suaves, que chegam na areia lentamente.

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domingo, 2 de abril de 2023

A infância (excerto) - DALMO MEDEIROS

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Nasci em Olaria no subúrbio do Rio de Janeiro, no dia 26 de novembro de 1951. Morávamos numa casa de vila que dava frente para a rua Filomena Nunes e o quintal tinha uma porta para a vila. Essa rua começa na Av. Brasil e vai até a linha do trem da Central.

Nas memórias, guardo comigo a lembrança que minha avó paterna, D. Estelita, veio da Paraíba morar conosco. Meu pai já tinha adquirido certo equilíbrio financeiro, apesar da categoria de “remediados”, acertou com os irmãos, que poderia cuidar da mãe. Mesmo já numa idade bem avançada, ainda fazia suas costuras, roupas e consertos. Também vieram, para o Sul, sua irmã Carmem e seus filhos e o irmão Genaldo, também músico, como ele, da Orquestra Tabajara.

Lembro que vovó tinha um quarto e me trancava para me proteger das ameaças das chineladas do papai. Meu pai tinha uma “chibata” (espécie de chicote com um punhal dentro, todo de coro de vaca), ao menor sinal de alguma traquinada lá vinha ele mostrando a chibata. Nunca chegou ao ponto de usá-la.

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sábado, 1 de abril de 2023

A espera do resultado - ANGELA RODRIGUES

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No tempo em que aguardava o resultado da biópsia, fingi que nada de ruim aconteceria e, em pouco tempo, estaria livre do pesadelo. Foram dias, semanas, séculos para chegar o resultado e eu aflita! Ao ver o Dalmo sabia que daria mil voltas para me dizer o resultado, ou seja, apenas um sim ou não.
Na ansiedade e sem paciência para ouvir seus pontos e vírgulas, pedi que dissesse uma frase curta com o ponto final! Coitado, sei que estava sofrendo e passei reto por cima dele… Infelizmente, não deu para repetir a cena com o happy end...
O que eu temia se confirmou… câncer na medula óssea! Reconheço que não respeitei, negligenciei e obstruí meu caminho. “Passei direto” pelos sinais da vida e é claro que o inevitável resultado seria desagradável. Esse foi o “xis” da questão. Eu lancei a corda e me enforquei. Aprontei comigo!

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