segunda-feira, 31 de maio de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... LUCAS FLOR

Agradecemos ao autor LUCAS FLOR pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Busco entregar o que sinto no momento, que os sentimentos não sejam apenas momentos estáticos mas sentidos. Que estejam além da casualidade, que sejam sentidos.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

É uma necessidade no sentido de conversar consigo mesmo e um passatempo que revigora e tira a monotonia.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Em primeiro momento, diria a espontaneidade. Já que ela é uma abertura para que o ser possa se manifestar seja na poesia, na escrita e na vida. O cuidado linguístico é também importante e deve andar junto da espontaneidade, de modo que o cuidado linguístico não se sobreponha à espontaneidade e, da mesma forma, sem que esqueça-se dos arranjos linguísticos.

4 - Em que gênero literário se sente mais confortável e porquê?

Não sei muito o que dizer, mas acredito que poesias e versos são meus xodós na escrita. Porque me dão uma sensação de musicalidade e rima, onde consigo cruzar as linhas e palavras que formam uma bela sinfonia agradável e deslumbrante.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Mensagem da vida, do momento, que podemos perceber que a vida é tão bela, como dizia o cantor Bob Marley: “escrevo no presente para que no futuro seus olhos possam lembrar de mim, quando sua mente me esquecer”. Ou seja, transmitir aquilo que se vive e se sente na vida é também sermos eternos.

6 - Quais as suas referências literárias?

Machado de Assis, Clarice Lispector, Manoel de Barros, Samuel Barreto, entre outros.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Acredito que estabelece um cronograma para a divulgação que comece com, pelo menos, um mês de antecedência ao lançamento do livro, com post da capa do livro; criar imagens com frases do livro; criar imagens com trechos de resenhas do livro. Em como apresentar o autor, com posts com fotos deles e os apresentando, etc.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

Sempre gostei de escrever poesias, ou melhor, de escrever versos em todos os momentos. Então, participar de uma coletânea é um grande motivo de alegria e empolgação para participar ainda mais de futuras coletâneas, antologias e etc. Como uma colega me disse: poder voar por este universo.

9 - Por que participar em trabalhos colectivos?

Bom, esta é minha primeira participação em uma obra literária, fui incentivado por uma amiga minha, Giltania Nery, que foi quem me apresentou a coletânea e incentivou-me a participar.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Não sei dizer.

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... ANA SIMÕES

Agradecemos à autora ANA SIMÕES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Poesia, prosa ou conto, porquê?

Sempre gostei muito de escrever. Comecei a escrever Poesia, na fase da adolescência. Fase em que já não és menina, mas também ainda não és mulher – uma fase de definição do Ser, busca de uma identidade própria e de afirmação.

Na altura, usava a Escrita de forma terapêutica. Sentia necessidade de colocar sentimentos cá para fora e fazia-o através da Escrita.

Após a adolescência, apenas escrevia coisas mais técnicas.

Em 2020, tudo mudou.  Inscrevi-me quase por brincadeira no Minicurso “Descobre o poder da tua escrita”, com a Analita Santos. Gostei tanto que continuei a participar em cursos promovidos por ela, retomando assim o gosto pela Escrita. Estrei-me recentemente nos Contos, com a participação na Coletânea “O Tempo das Palavras com Tempo”, da Leya, cuja mentora e responsável pelo Projeto é a Analita.

A minha preferência vai para a Prosa. É mais trabalhoso e desafiante e eu gosto de desafios.

Como Escritora ainda ando à procura da minha “voz”.

2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?

Comecei a ler e a escrever mais. A frequentar cursos de Escrita Criativa e a participar em Concursos Literários.  Um escritor tem de escrever, reescrever e voltar a escrever até se tornar bom. Ninguém se torna Escritor da noite para o dia. Requer prática.

3 - O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projectos em tempos tão restritos?

Leio e faço pesquisas na Internet. Tento manter a minha sanidade mental. Nos tempos que correm é muito importante cuidarmos da nossa saúde, não só física, mas como também mental e emocional. Dependemos disso e os nossos filhos – as gerações futuras também.

4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita.

Pontos positivos: melhoria na escrita/conseguir partilhar com o “Mundo” o que escrevo; Pontos Negativos: procrastinação e não ter um método.

5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades?

Não acho mal. As pessoas foram obrigadas a se reinventar. Muitas famílias ficaram sem o seu ganha-pão. No entanto, surgiram muitos esquemas fraudulentos. Coisas desconhecidas e para as quais muitos de nós não estávamos de todo, preparados.

Talvez a minha forma de pensar seja muito “inocente”, mas continuarei sempre a pensar assim. Existe lugar para todos. Não precisamos de andar a atropelarmo-nos uns aos outros. Devemo-nos respeitar e cada um fazer a sua parte, para tentar fazer do Mundo um local melhor. Que o seja pelos e para os nossos filhos.

6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?

No meu entender, penso que o virtual veio para ficar, mas penso que podem co-existir os dois em simultâneo. O virtual encurtou mais a distância entre as pessoas. Nos Encontros Virtuais encontramos pessoas de todo o país e até de outros países, coisa que seria mais difícil e que envolveria mais recursos se fosse presencial. Muitas pessoas não participariam. No entanto, eu daria primazia aos Encontros Presenciais, pois sou uma pessoa mais de afetos, de abraços, de toque. No virtual não há isso.

7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria?

O que tenho, não posso dizer que é uma vida literária. Se o for considerar, é uma vida ainda muito curta. Ainda estou a dar os primeiros passos.  Mas seria sem dúvida, ter começado a participar em concursos literários e em cursos mais cedo. Tinha vergonha de mostrar os meus textos.

8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou.

Como gosto de ler, vários livros me têm inspirado. Cada um me cativa com uma história diferente. É-me difícil escolher um. “O 11 Mandamento” de Daniel Sá Nogueira; “Vai aonde te leva o Coração” de Susanna Tamaro, “Profecia Celestina”, de James Redfield, entre muitos outros.

9 - Quem é a Ana Sofia Simões no reflexo do espelho?

A Ana Sofia Simões é curiosa, sedenta de saber, resiliente e muito persistente. É uma Guerreira. É como um pau de bambu – dobra, mas não parte.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Como ainda estou muito “verde” neste ofício, qualquer pergunta que me fizessem sobre o mundo literário seria uma pergunta válida. Mas talvez, “Onde vai buscar a sua inspiração?” ou “O que escreve é real?” ao que eu responderia, que me inspiro nos acontecimentos da minha vida e das pessoas à minha volta.

Uma parte do que um escritor escreve, é baseado em fatos ou pessoas reais e outra parte é fantasiado.

Ana Simões é natural de Santiago do Cacém e atualmente reside em Sines.
Participou numa Coletânea e pertence aos grupos “Clube dos Writers” e “Encontros Literários - O Prazer da Escrita”, promovido pelos escritores Analita Santos e David Roque.

domingo, 30 de maio de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... RITA BENTES

Agradecemos à autora RITA BENTES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Entrego tudo! Quando escrevo o mundo pára um bocadinho para eu poder criar!

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

É uma necessidade. Escrever significa libertar-me, parar para pensar no abstrato, mas ao mesmo tempo na vida que me rodeia. Escrever liberta-me o pensamento e alivia a alma!

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

A espontaneidade, sem dúvida, mas sempre aliado ao cuidado linguístico. Escrever sem este cuidado não faz sentido para mim, pois estamos a dar-nos a conhecer e, muitas vezes influenciamos o outro com o que escrevemos, logo, para além de sermos espontâneos, temos de ter atenção à forma como escrevemos, para não influenciar quem nos lê negativamente.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Poesia. Escrevo desde que me conheço, os textos mais antigos meus que tenho são de 1994, tinha eu 13 anos, sei que já escrevia muito antes, mas os textos infelizmente foram-se perdendo. A poesia porque nos permite libertar as emoções de forma espontânea, permite-nos divagar, sermos antítese de nós mesmos.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Não penso muito nisso. Contudo, agora que ditei o meu primeiro livro “a solo”, O Descanso do Adeus, (https://poesiafaclube.com/store/rita-bentes-o-descanso-do-adeus,)e pelo feedback que tenho recebido de quem o lê, penso que o que as pessoas mais sentem são considerações sobre o que é viver, o que somos e ao que viemos, têm-me dito que começaram a pensar no sentido do ser muito mais intensamente desde que leram o meu livro. Para mim, as mensagens sempre foram de introspeção, nunca havia pensado na minha escrita como um “ensinamento” para o outro, mas mais como uma libertação para sim pois, acho que tenho escrito muitas coisas diferentes ao longo dos anos.

6 - Quais as suas referências literárias?

Vinicius, Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Cesário Verde, Gabriel Garcia Marquez (sem dúvida alguma o meu escritor favorito), entre tantos outros! E claro, o meu bisavô Emílio Costa (não tanto pelos temas mais técnicos, mas por ter sido quem foi na sociedade Portuguesa de início do século XX) e o meu avô Jaime Lami Costa, que embora nunca tenha editado, tem uma obra escrita vastíssima, que um dia ainda gostaria de ver publicada.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Apresentação das obras, participação ativa em eventos, seminários. Publicação de trabalhos em imprensa credível. A participação em eventos coletivos é também muito importante, ninguém é nada sozinho, nem suficientemente bom para não partilhar o seu momento com o outro.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

A publicação do meu primeiro livro, foi um sonho concretizado. Apesar das inúmeras participações em colectâneas, era um sonho editar um livro “a solo”. Gostaria de alcançar reconhecimento enquanto escritora, que as pessoas me lessem e se identificassem com a minha escrita, discutindo-a, por exemplo.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

Como referi anteriormente, é uma forma de mostrarmos o nosso trabalho. Para além disso, ter-se a humildade de participar num espaço comum revela a nossa capacidade de partilha. Como escrevi no meu livro: Escrever é um ato de amor que perdura no tempo.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Que legado quer deixar? A memória. Que os meus filhos cresçam com orgulho na mãe e que possam rever-me sempre nas palavras que escrevo.

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... GRAÇA MARQUES

Agradecemos à autora GRAÇA MARQUES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – Poesia, prosa ou conto, porquê?

Como leitora gosto de mais dos três gêneros, mas como escritora, é no conto que atuo como deusa das possibilidades.

2 – Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?

Toda a dinâmica social muda e nossa sensibilidade e inspiração também é afetada. Escolho para mim dois movimentos que fortaleçam meu viver e minha escrita na atual realidade: Primeiramente perceber/respeitar o ser humano na escritora, reconhecendo limites, angústias, dores e fragilidades um tempo em pandemia provoca. Enlutar quando a alma pedir, escrever sempre que não puder calar. O outro movimento é manter ativa a conexão com o universo literário nos formatos que o tempo presente oferece.

3 – O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projetos em tempos tão restritos?

Participado de cursos on-line de escritas criativas, em saraus virtuais e coletivos com desafios da palavra do dia para produção de micro contos. Me inscrito em concursos literários e lido autoras e autores que tenho como referência. Acima de tudo, tenho mantido firme a crença de que a arte é transformadora, de que a escrita é minha voz, mas também pode ser a voz de outras.

4 – Pontos positivos e negativos na sua trajetória de escrita

Vejo como negativo ter demorado me assumir como escritora devido a um padrão onde não me via representada, agravada ainda, pelas dificuldades para se publicar. Muitas histórias não colocam a cara no mundo por conta do universo literário ainda ser, na sua maioria, dominadas por pessoas brancas e grande parte delas de homens, além do mercado ser bastante fechado para quem é desconhecido do grande público. Na contramão das barreiras, foi super positivo não ter desistido da minha escrita. Ter criado publicações alternativas com livretos artesanais, exposições de postais com colagens e poesias, participado de coletivos de leituras e pesquisado sobre temas e autoras e autores que me interessam. São experiências que amadurecem meu olhar e fazer literário. Mostram que escritoras negras precisam ter mais visibilidades e que devo me somar nessa ocupação.

5 – O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar as LIVES e VÍDEOS  para promover suas atividades?

Esses recursos têm aliviado e promovido sobrevivências em tempo de tantas restrições. Com a arte e a literatura não foi diferente, talvez até de forma mais intensa devido à especificidade do setor para criar, se expressar e manter ativa as diferentes manifestações artísticas.

6 – Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?

Acredito que não. Assim como o livro físico e o digital já experimentam uma convivência harmoniosa, penso que os encontros literários também vão existir nos dois formatos. A pandemia só acelerou algo que já estava em curso. Há potência nos dois. Imagine um encontro virtual com escritoras/escritores de diferentes lugares e podermos acompanhar ao vivo da nossa sala, e ainda termos também a opção de ir a um lançamento presencial com autoras/autores e comprarmos o livro autografado. Vão caminhar juntos.

7 – Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria?

Ter-me dedicado a escrita literária mais cedo.

8 – Indique um livro que lhe inspirou.

Mulheres que correm com os lobos

9 – Quem é Graça Marques no reflexo do espelho?

Uma mulher negra em travessia que escolhe ser protagonista da sua história e da sua escrita.

10 – Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Para que público você escreve?

Escrevo preferencialmente sobre temas relacionados às questões de classe, gênero, raça e mais especificamente a situação da mulher negra na sociedade. Isso não quer dizer que escreva só para estes seguimentos. Escrevo para leitores que tenham interesse em temáticas sociais, empatia com a situação do outro, somado é claro, a quem gosta de poesia, contos e crônicas, e também, recentemente, para quem é fã dos micros contos, caminhos que tenho me aventurado.

Graça Marques, é escritora, educadora popular, mediadora de leitura e aprendiz de bordadeira. Publica em 2019 o livro Quando os olhos são livres nenhum conto é pequeno (Um passeio por cem pequenos contos que falam de lutas, sonhos e resistência no cotidiano). Ainda em 2019, é selecionada com duas crônicas para a antologia Negras Crônicas da editora Villardo de São Paulo. Uma escrita atrevida, poética e inspirada pela realidade e ancestralidade das mulheres negras.

sábado, 29 de maio de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... RITA QUEIROZ

Agradecemos à autora RITA QUEIROZ pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Entrego todo meu sentimento, minha paixão por tudo o que vivo. Me entrego de corpo e alma.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

Uma necessidade. Algo que surge sem intencionar e acontece em qualquer lugar. Muitas vezes estou dirigindo automóvel e me vem uma ideia, fico com aquilo na cabeça até poder colocar no papel.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

As duas coisas. Primeiro vem a espontaneidade, que não devemos deixar passar, para em seguida vir o burilamento do texto, o qual passa por uma revisão gramatical. O cuidado linguístico se faz importante porque o código escrito tem suas regras e as mesmas devem ser respeitadas.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Me sinto mais confortável com a poesia, mas a prosa tem me tomado e em breve lançarei meu primeiro livro de contos. A poesia para mim é todo o meu transbordamento, por isso me sinto mais à vontade. Mas ela segue com a prosa também.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

As mensagens que transmito, a depender do texto que escrevo, são de contemplação, dor, devaneios ou de indignação. A poesia diz o que os poetas estão sentindo, mesmo que não seja o que sente aquele que escreveu. A poesia é sentimento coletivo.

6 - Quais as suas referências literárias?

Entre os autores considerados canônicos, estão Cecília Meireles, Florbela Espanca, Gilka Machado, Sophia de Mello Breyner Andresen, Vinícius de Morais, Machado de Assis, Jorge Amado, Fernando Pessoa. Entre os autores contemporâneos, destaco Érica Azevedo, Conceição Evaristo, Luiza Cantanhêde, Maria Alice Bragança.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Na contemporaneidade as redes socias se destacam pela divulgação de obras e autores. Deste modo, uma boa inserção nesses canais rende bons frutos.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

O que ainda penso em concretizar é a escrita de um romance.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

A participação em trabalhos coletivos se faz de suma importância para se tornar conhecido e conhecer outras autoras e outros autores.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

O que a poesia tem feito em sua vida?

Tudo. A poesia me fez sair do casulo e voar para outros mundos.

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... BETH BRAIT ALVIM

Agradecemos à autora BETH BRAIT ALVIM pela disponibilidade em responder ao nosso questionário


1 - Poesia, prosa ou conto, porquê?


Poesia, sobretudo. Porque sem o poema a garganta devora o coração, e a alma fica perdida no limbo sem nem um vulto da Flor Azul.


2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?


Deixo o poema me tomar a cada dia mais. Ressignifiquei com delicadeza meu embate com a minha obra, relaxei a auto-crítica, assumindo que o meu dizer poético importa. E é lindo e radical vivenciar que meus poemas importam e daí, meu amor pela humanidade também importa; não há poesia sem ele. Nada de concreto armado, nada literal ou tangível, nada messiânico ou engajado, tão somente a palavra poética e minha atitude poética, destinadas ao desregramento dos sentidos de Rimbaud, situada, se preciso, no que preconiza Octavio Paz. Do contrário, nada resta. Aprendi por necessidade a criar vídeos poemas sem condições, sem produção, sem edição, sem medo. Cresço (no sentido libertário e pleno) com o confronto que temos sofrido, e com o confronto comigo mesma.


3 - O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projectos em tempos tão restritos?


Principalmente me articular com parceiras e parceiros artistas. Olhar o outro, somar, trocar. Criar junto. Impulsionar poetas. Em três meses escrevi três prefácios, todos de ex alunos; orientei publicações, fiz debates, saraus, orientei a potencialização poética de autores, graciosamente.

Isso é a minha atitude poética no mundo. Assim fico plena: fazer com e para o outro, ver poesia no mundo. E, quando sobra tempo, cuidar da minha escrita.

Por exemplo, estou iniciando a digitação de cerca de três livros prontos, datilografados, que estavam esquecidos há décadas. Iniciei também a escritura de cerca de 20 páginas para a revista Errância, da UNAM, a convite, da universidade que amo, por ser do México, de Octavio Paz, cujo país me é caro, e com quem mantenho estreitas relações, sobretudo com o Estado de Sonora e suas escritoras e escritores, há quase 15 anos. Recebi também um convite para escritura de um livro de contos de um especialista que admiro muito, e logo irei iniciar. Enfim, convites têm surgido regularmente, e isso eleva meu espírito, atenua minha falta de ar, mesmo tendo de diariamente efetivar projetos literários e teatrais muito lindos, mas mais tensos e submetidos às circunstâncias, visto terem como meta ampliar meus recursos financeiros.


4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita.


Positivos: todos, sobretudo aceitação do que escrevo, embora restrita, como ocorre com a poesia e com a leitura no Brasil. Relação com pessoas, com o mundo e apoio para publicações, o que tem sido determinante. A opção pelo mercado editorial independente, fora do circuito de produção capitalista, que favorece o pacto, a empatia, o amor.

Negativos: digitar muitas e muitas páginas datilografadas e manuscritas guardadas por várias décadas. Lidar com prazos, burocracias, formatos fechados, ganância.


5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades?


É mais ampla, aparentemente mais democrática, porém tendo consciência de que somos privilegiadas. Aproxima afetos e provoca manifestações altamente humanizantes. Espero que saibamos validar isto quando nos reunirmos de corpo e alma de novo.


6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?


Não acredito que o virtual vá sobrepujar os encontros. Todos os dias nós e poetas de nosso convívio manifestamos ardorosamente o desejo de nos vermos, nos tocarmos, brindarmos à vida e à poesia, “ao vivo”, com odores, suores e muita poesia.


7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria?


Acreditar mais cedo na minha obra.


8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou


Os Passos em volta, Herberto Helder.


9 - Quem é Beth Brait Alvim no reflexo do espelho?


Vida.


10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?


O que é mais importante em sua vida?

Tudo. Cada segundo e cada milésimo de segundo, viva. 


Beth Brait Alvim, São Paulo, poeta, escritora, atriz, é mestre pela USP. Tem obras em mais de 30 publicações nacionais e internacionais, é curadora de prêmios literários, e poeta performer da Orquestra SPIO. Obras: Mitos e ritosCiranda dos tempos-espaços do desejoVisões do medoA febre e a mariposaA noite e o meio.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... ELIS SCHWANKA

Agradecemos à autora ELIS SCHWANKA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Entrego sentimentos mais sinceros e profundos, do vivido ou observado ao meu redor, a minha perspectiva de ver o mundo e perceber as coisas.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

É um passatempo que tem se tornado necessário para expressar sentimentos, situações do cotidiano, se libertar de algo que incomoda.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Ambos são fundamentais, mas a espontaneidade contribui para naturalidade da escrita, a forma sincera de pensar e agir, é a liberdade e entrega do autor/a sem se preocupar com as aparências.

4 - Em que gênero literário se sente mais confortável e porquê?

A poesia é o gênero que mais me deixa confortável para a escrita e foi este que me impulsionou para, pois é a escrita de alma, liberta e desperta emoção, sensibilidade no que vemos e sentimos, é algo profundo.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Normalmente procuro passar mensagens de otimismo, esperança, mas sem perder de vista as pautas sociais e políticas. Gosto de parafrasear Suassuna quando diz que não devemos ser otimista porque esses são ingênuos, nem pessimista porque esses são amargos, devemos ser um realista esperançoso.

6 - Quais as suas referências literárias?

Cora Coralina, Ariano Suassuna, Rubem Alves, Cecília Meireles, Carlos Drummond, Paulo Leminski, dentre outros, desde a sensibilidade de poetizar com emoção a vida cotidiana até pautas políticas e sociais, dependendo do momento e da inspiração.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Chamar a atenção para o contexto da escrita com emoção, as redes sociais contribuem, mas é preciso pensar no público alvo e de que forma despertar neste o interesse em obter uma obra.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

Ainda estou iniciando na escrita literária, me aventurando principalmente no gênero poético. Já participei de 15 antologias, mas almejo a escrita do livro próprio.

9 - Porque participa em trabalhos coletivos?

Para poetizar com mais frequência e abrangência, com a possibilidade de chegar a mais lugares e pessoas, até que surja a oportunidade de um livro próprio.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Quem sou e o que me impulsinou a escrita.

Responderia que sou uma pessoa sonhadora, que acredita no ser humano, que luta pelos direitos coletivos, principalmente das mulheres e tem se utilizado da poesia para isso. Mãe de dois meninos que me inspiram todos os dias, esposa, pedagoga, mulher em constante mudança e que vive na busca permanente por desafios. Sempre tive afinidade com a escrita, apaixonada pela educação, incentivava os estudantes na participação de concursos literários, mas somente recentemente, com a pandemia, me despertou a vontade de escrever e me expressar diante de fatos e emoções.

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL... AURINEIDE THETHÊ ANDRADE

Agradecemos à autora AURINEIDE THETHÊ ANDRADE pela disponibilidade em responder ao nosso questionário 

1 - Poesia, prosa ou conto, porquê? 

Apesar de gostar dos gêneros poesia e prosa, me identifico mais com contos por conter uma linguagem e história mais clara desembaraçada e direta. 

2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora? 

Nesse mais de um ano de pandemia a minha rotina de autora se transformou, pois fiquei mais dentro de casa tive mais tempo para ler, buscar mais ver novos eventos me escrever mais e participar de várias antologias. 

3 - O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projectos em tempos tão restritos? 

Nesse tempo tão difícil tenho vivido mais restrita à internet, e aos livros, tenho lido mais, para ver o que acontece no mundo, mesmo não conseguindo me informar de tudo, mas busco sempre interagir melhor no mundo Literário, pois é do cotidiano da minha vivencia do passado e presente que busco inspiração. 

4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita. 

Os meus pontos positivos na minha trajetória de escrita, é ver as crianças lendo o meu livro, aprendendo a ler e escrever gostando mais da leitura saindo um pouco do mundo virtual. E o ponto negativo são os altos custos com as gráficas mesmo hoje se tendo mais facilidade de chegar a uma Editora, em compensação tudo ainda é muito caro, principalmente um livro infantil, acho que deveria existir Editoras infantil custeada pelo governo. Pois para se publicar um livro ainda é muito caro, e não tem retorno então a escrita é por prazer e não lucrativa. 

5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades? 

Eu acho ótimo pois desejo que todos tenham a oportunidade de interagir por meio das lives, já que não podemos sair de casa a internet vai, e faz o papel ao portador. 

6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia? 

Não, acredito que após a pandemia, os eventos não permaneçam só virtual, pois aquele que puder participar ao vivo, já mais vai ficar acomodado vendo as feiras literárias só por meios virtuais. O calor humano aquece a alma e esquenta o coração! 

7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria? 

Se eu pudesse mudar ou voltar ao tempo, esse era o meu maior sonho, ter estudado quando em criança, e nesse período teria começado a escrever e publicar meus contos, poesias, crônicas e prosas ainda criança, por não ter tido essa oportunidade escrevia e descartava depois de lê-los por anos afora.

8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou 

Os livros de Cora Coralina Melhores poemas, e Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais e a sua história. Também Mia Couto Terra Sonâmbula. 

9 - Quem é Aurineide Thethê no reflexo do espelho? 

Eu me vejo uma pessoa simples, humilde, verdadeira, e com muita fé, quero sempre buscar mais aprendizado, apesar dos meus cabelos brancos vida difícil, mas não desanimo busco sempre. Se os problemas vêm em minha direção não tem como dribla-lo enfrento trilho dentro dele procurando encontrar uma saída, de forma que não deixe os resquícios do passado afetar o presente, e sim tirar algumas lições para não cometer os mesmos erros, chorar sim, mais não se entregar a dor, pois a vida segue!... 

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia? 

Se a Literatura é vista como um pouco esquecida e pouco valorizada, e o que se publica tem um custo tão alto, por que insiste em escrever e publicar? 

Aí é que está a alma do negócio se parar, o que está ruim fica pior, cai no esquecimento lembrando só do passado? O presente passaria despercebido sem se saber o que pensam os escritores. Eu escrevo, leio, busco, porque amo a literatura, então tenho que insistir, lutar para trazer livros para o alcance de todos.

Aurineide Thethê Andrade, é natural de Mutuípe (BA). Licenciada em Letras Vernáculas, Livros publicados pela Mondongo Editora e Litteris Editora, e vários trabalhos pela mesma. Participação em coletâneas, Mulherio das Letras Portugal, Conexões Atlânticas, Ecos do Nordeste. Selo Off Flip, parem às Máquinas “O Mapa da Palavra”. Participação no livro, Bacio d’amore, Itália. Participa de contação de histórias, apresentação de teatro, recital de poesias.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... SÍLVIA SILVA

Agradecemos à autora SÍLVIA SILVA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Bom dia a todos! Espero que se encontrem bem. Respondendo à pergunta... no acto da escrita, entrego a minha essência e sentimentos para quem queira observar e apreciar.

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

Diria na verdade, que é um misto de ambos... a necessidade de canalizar e um passatempo para o intelectual.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

A espontaneidade. O cuidado linguístico é importante também, mas na espontaneidade reside a autenticidade também.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Sinto-me mais confortável em mergulhar e me expressar na poesia por toda a liberdade de construção que é possível. Confesso que admiro muito quem se expressa em múltiplos estilos literários.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

A crueza da realidade e acima de tudo, superação.

6 - Quais as suas referências literárias?

Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Sylvia Plath.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

É essencial a comunicação por ambas as partes para se responder aos objectivos e corresponder às expectativas.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

Concretizei a publicação de Sonhos de Prata e Ouro em 2011 com 19 anos na altura, e a participação em várias antologias pela In-finita e por outras editoras desde 2012 até ao ano corrente. Quero alcançar mais leitores, talvez uma segunda edição do meu trabalho e mais um livro a solo.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

Participo em trabalhos colectivos pela experiência fantástica de partilha em si e a oportunidade de conhecer novos autores e estilos de escrita.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

O que tem mais impacto na sua escrita: a experiência de vida ou o percurso escolar?

Embora o percurso escolar e a aprendizagem nesse campo tenham algum peso na escrita, diria que as próprias experiências de vida enriquecem o escritor dando mais conteúdo para se basear, inspirar e partilhar com os outros.