sábado, 28 de maio de 2022

Grinalda de emoções (excerto 12) - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Na chaminé, tinha um quadro muito antigo, cujo pintor o teria oferecido ao meu avô, embora o nome já esteja irreconhecível… nunca soube quem ele era. Esse ficaria onde estava. As paredes, mais pareciam de uma exposição de vários pintores, com seus traços diferentes e bem definidos. Fiz uma escolha, mas a dificuldade era mesmo essa: como escolher, se todos eram maravilhosos e tão diferentes. Sim, mas eu não queria uma galeria de arte na minha sala, portanto, um sim, um não, e reduzi a metade o número de quadros, telas e pinturas. Numa outra volta, faria o mesmo, um sim, um não, e aos poucos iria transformando a galeria, na minha sala. Mudei a posição dos sofás e dos cadeirões. De frente para a lareira, ficou o cadeirão onde gostava de me sentar, para ler ou simplesmente para sonhar. O outro em pele de búfalo, ficou perto da janela que dava para o jardim, aí gostava de me sentar a escrever, com a claridade natural, vinda do exterior. O meu, o meu cadeirão, ficou no mesmo sítio, de modo a ver o corredor que dava para a porta da entrada principal. O sofá grande, forrado a veludo lavrado, em tons dourados, pus encostado à parede grande junto à estante envidraçada, onde ainda estavam guardados os livros lidos pelos meus antepassados. Nunca a tinha aberto, fazia parte de um passado onde não queria entrar; não sabia bem o porquê, mas não sentia vontade alguma de o fazer. Limpei os vidros das portas, com cuidado e mantive-a fechada.

EM - GRINALDA DE EMOÇÕES - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

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