Diário do absurdo e aleatório
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Deste lugar privilegiado, o horizonte é céu, terra, um rio navegado por inúmeras embarcações, uma ponte percorrida por uma infinitude de veículos, e todo o tempo que o meu olhar demora a perceber a totalidade da paisagem.
Igual extensão temporal existe na construção de puzzles, na leitura de dois capítulos dos Maias, ou na elaboração dos exercícios de escrita que, indiferente, partilho.
A mesma cadência existe no entrançar de pensamentos desta mente irrequieta, que se dedica (de corpo e alma; de fio a pavio) a dar voz à esquizofrenia que me define.
Não há nada mais nefasto para um ser-escrivão do que a ociosidade das mãos e a preguiça de uma pena.
Por isso, quando não escrevo sinto-me inútil e faço das tripas coração para que as folhas de papel (ou a tela do PC) estejam de bom humor e aceitem receber as palavras que nascem de mim.
EMANUEL LOMELINO
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