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Maria sempre foi dona de si. Ela sabia tomar decisões importantes e seguir, com coragem e medo, pelo mundo.
Maria partiu. Não me lembro se ela estava com a sua melhor roupa, se estava elegante, super penteada. Também não me recordo se ela partiu chorando, cantando, ou tapando a boca com as mãos, para encobrir uma risada histérica. Um pouco bêbada estava, disso me lembro bem, ela precisou de ajuda para aliviar a ansiedade, a vergonha e, de certo modo, até mesmo um embaraço.
Maria partiu em silêncio, sem nem olhar para trás, com uma passagem só de ida. Ao entrar no avião retomou a confiança e recarregou as esperanças. Afinal, iria aonde habitavam seus novos sonhos.
Maria partiu sem ter a mínima ideia do que significava ser estrangeira. Ela embarcou naquele avião, segura de si, mas completamente desprevenida.
Maria fez uma viagem que não a levou, mas a trouxe. Sem querer, ela prenotou o seu encontro consigo mesma.
Maria sentiu uma saudade doída dela mesma. Vestida de estereótipos, desnuda de si mesma, aguentou, aprendeu, chorou, riu. Viveu, se encontrou.
Maria seguiu, como sempre, dona de si.
EM - ELAS E AS LETRAS (INSUBMISSÃO ANCESTRAL) - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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