domingo, 30 de maio de 2021

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS... RITA BENTES

Agradecemos à autora RITA BENTES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?

Entrego tudo! Quando escrevo o mundo pára um bocadinho para eu poder criar!

2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?

É uma necessidade. Escrever significa libertar-me, parar para pensar no abstrato, mas ao mesmo tempo na vida que me rodeia. Escrever liberta-me o pensamento e alivia a alma!

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

A espontaneidade, sem dúvida, mas sempre aliado ao cuidado linguístico. Escrever sem este cuidado não faz sentido para mim, pois estamos a dar-nos a conhecer e, muitas vezes influenciamos o outro com o que escrevemos, logo, para além de sermos espontâneos, temos de ter atenção à forma como escrevemos, para não influenciar quem nos lê negativamente.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Poesia. Escrevo desde que me conheço, os textos mais antigos meus que tenho são de 1994, tinha eu 13 anos, sei que já escrevia muito antes, mas os textos infelizmente foram-se perdendo. A poesia porque nos permite libertar as emoções de forma espontânea, permite-nos divagar, sermos antítese de nós mesmos.

5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?

Não penso muito nisso. Contudo, agora que ditei o meu primeiro livro “a solo”, O Descanso do Adeus, (https://poesiafaclube.com/store/rita-bentes-o-descanso-do-adeus,)e pelo feedback que tenho recebido de quem o lê, penso que o que as pessoas mais sentem são considerações sobre o que é viver, o que somos e ao que viemos, têm-me dito que começaram a pensar no sentido do ser muito mais intensamente desde que leram o meu livro. Para mim, as mensagens sempre foram de introspeção, nunca havia pensado na minha escrita como um “ensinamento” para o outro, mas mais como uma libertação para sim pois, acho que tenho escrito muitas coisas diferentes ao longo dos anos.

6 - Quais as suas referências literárias?

Vinicius, Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Cesário Verde, Gabriel Garcia Marquez (sem dúvida alguma o meu escritor favorito), entre tantos outros! E claro, o meu bisavô Emílio Costa (não tanto pelos temas mais técnicos, mas por ter sido quem foi na sociedade Portuguesa de início do século XX) e o meu avô Jaime Lami Costa, que embora nunca tenha editado, tem uma obra escrita vastíssima, que um dia ainda gostaria de ver publicada.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?

Apresentação das obras, participação ativa em eventos, seminários. Publicação de trabalhos em imprensa credível. A participação em eventos coletivos é também muito importante, ninguém é nada sozinho, nem suficientemente bom para não partilhar o seu momento com o outro.

8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?

A publicação do meu primeiro livro, foi um sonho concretizado. Apesar das inúmeras participações em colectâneas, era um sonho editar um livro “a solo”. Gostaria de alcançar reconhecimento enquanto escritora, que as pessoas me lessem e se identificassem com a minha escrita, discutindo-a, por exemplo.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

Como referi anteriormente, é uma forma de mostrarmos o nosso trabalho. Para além disso, ter-se a humildade de participar num espaço comum revela a nossa capacidade de partilha. Como escrevi no meu livro: Escrever é um ato de amor que perdura no tempo.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Que legado quer deixar? A memória. Que os meus filhos cresçam com orgulho na mãe e que possam rever-me sempre nas palavras que escrevo.

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