Sem milagres
Parece perdido
o vento do sonho que soprava
renovando de inteira felicidade
as respirantes partículas do ar.
Parece perdido o fogo das folhas
as palavras mais doces,
as mais verdes.
E os rios de frescura sangram hoje
no leito do teu coração.
Hoje descobres em silêncio
o mapa de um mundo estranho.
Estradas sombrias
de poeiras irrespiráveis.
Descobres um mistério complexo,
incapacitante,
para que os caminhos
não te mostrem nada.
Descobres o vazio
de um inteiro universo,
de um tempo que enfrentas
Sem memória e sem milagres.
Cristina Amaro Casadinho
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