quinta-feira, 30 de abril de 2020

DEZ PERGUNTAS A... MANOEL BARBOSA


Agradecemos ao autor MANOEL BARBOSA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 – O livro SANGUE E BLUES foi lançado em 2018. Conte-nos um pouco sobre o livro e todo o processo até a sua produção.

O livro “SANGUE E BLUES” é resultado de uma seleção de textos escritos ao longo de alguns anos. Alguns desses textos foram escritos com o foco não em publicação de livro impresso, mas a interpretação em um espetáculo teatral performático que produzi para minha atuação solo. Outros textos ao contrário eram para publicação em livro. Juntando esses textos para formar o repertório, pesquisei algumas editoras quanto à condição para publicação através delas, então decidi que faria uma publicação independente. Eu, autor editor e as parcerias de afinidade para as devidas etapas da produção que resultou nessa obra que já está circulado desde 25 de julho de 2018.

2 – Os poemas apresentados é um resgate de sentimentos e percepções pessoais ou mera criação do autor?

É um mesclado de ambas as situações, pois alguns poemas foram escritos a partir de minha constante observação dos fragmentos da vida cotidiana em diversos seguimentos da sociedade, outros como forma de expressar algumas de minhas ideias e sentimentos pessoais. Quanto ao imaginário, ah, esse está sempre latente e com ele muitas das composições contribuirão para formar o repertório do livro.

3 – Quem é Manoel Barbosa?

Ator, escritor, poeta, dramaturgo e também diretor e produtor teatral. Brasileiro de Minas Gerais, residente em Belo Horizonte desde a infância, nascido em 06 de outubro de 1964 - Central de Santa Helena.

4 – Esteve em Lisboa para divulgar o livro, conte-nos um pouco sobre essa trajetória...

Muito favorável! Foi a “temporada Europa 2019” segundo semestre na qual consegui o aproveitamento de diversos eventos e boas parcerias. Cito alguns iniciando pelos promovidos pela “IN-FINITA” em parceria com “Zénite Bar Galeria”, sendo encontros semanais para “Leitura de A a Zénite” e os saraus aos domingos no Palácio Baldaya, ambos possibilitando um excelente intercâmbio entre os autores de todos os gêneros literários e uma valiosa oportunidade de contato com os apreciadores. Também o “Festival de poesia de Lisboa” com diversas atividades incluindo sarau e lançamentos de livros, “Tertúlia Poética América Miranda” realizada no Palácio Baldaya e coordenação do poeta Frassino Machado. Para encerramento da temporada tive a apresentação do recital poético “Manoel Barbosa - poesia e fragmentos performáticos” no Zénite Bar Galeria.

5 – Quais as diferenças mais significativas que encontrou na divulgação do livro no Brasil e em Portugal?

Foram quanto aos saraus. Já apresentei minhas interpretações poéticas em saraus de diversas cidades do Brasil e quase todos são realizados uma vez ao mês e mesmo em Belo Horizonte, cidade na qual resido, por várias vezes em função do meu trabalho de ator e produtor teatral eu não consigo disponibilizar-me nas devidas datas e isso implica em não realizar nessas fontes uma divulgação presencial dos livros já publicados. Se fossem realizados mais vezes ao mês, possibilitaria em alguma das datas estar presente e também prestigiar outros autores.
Em Portugal essa situação foi diferente com relação aos saraus e outros eventos, pois além da continuidade e por serem realizados semanalmente, ainda que não me fosse possível comparecer numa semana, mas em outra sim. Isso favorece à divulgação, intercâmbio com outros autores e o público apreciador de literatura.

6 – O que espera do mercado e o que acha que seja importante para um autor e o seu livro?

Espero que continue tendo os autores e produtores comprometidos com esse grandioso propósito de manter vivo o movimento literário de todos os gêneros.
Acho importante a assessoria literária prestada por uma empresa como a “IN-FINITA” que se compromete com a divulgação de um autor e o seu livro principalmente em Portugal, mesmo sem a presença do autor. Também, todos nós, autores e produtores atentos para desenvolver ações que cativam e aproximam o público apreciador de literatura aos autores e aos livros e assim ampliando as possibilidades de circulação e venda.

7 – Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita nos dias atuais?

Como pontos positivos eu vejo as oportunidades. Toda essa diversidade de possibilidades para publicação, tais como; as coletâneas impressas, redes sociais, os grupos na web que sempre acolhem tantas publicações. Tendo em vista que produzir um livro solo, impresso ou digital tem custo bastante significativo principalmente para o autor em início de carreira, quase sempre sem experiencia, sem algumas informações primordiais, tomado pelo entusiasmo fica vulnerável a investir e não obter um produto com resultado satisfatório, até mesmo frustrante. Vejo as formas alternativas de publicação como tempo de oportunidade para amadurecimento da escrita, consciência quanto ao propósito e realidade de mercado.
Como pontos negativos ainda insisto nas questões quanto aos custos para publicação de livros como autor independente e sem patrocínio, custos que também são inevitáveis para manter uma boa divulgação que resulte em circulação e venda do produto.

8 – Em tempos de pandemia, reavaliou os seus projetos, acredita que haverá alguma mudança na forma de se trabalhar a escrita e quais as suas impressões para um futuro próximo?

Sim! Reavaliei. Acredito que realmente haverá mudanças não só na forma criativa quanto à tendência atual que estará predominante, mas também nas estratégias de mercado que provavelmente exigirá muito mais empenho para produzir, divulgar, circular e vender. “Vender! Isso é sem dúvida imprescindível em questão profissional”.

9 – Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

A curto prazo cito a publicação de mais uma edição do livro “ATMOSFERA”, também de poemas do qual foi produzido anteriormente apenas uma pequena remessa e vendido muito rápido.
Como projeto a longo prazo posso citar a publicação de três novos livros, sendo eles: Uma coletânea poética bilíngue em formato impresso e digital com alguns textos de cada livro de minha autoria já publicado. Também um livro de contos e um de romance. Já trabalho intensamente nesse projeto para tê-lo compondo o legado para esse tempo que me está sendo permitido viver.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

10 – Pergunta: O que você ambiciona quanto ao universo da escrita?      
Resposta: Continuar trabalhando com essa atividade que para mim é profissão e sendo capaz de proporcionar a apreciação, reflexão e transformação para o bem entre as pessoas através da escrita literária e dramatúrgica!


Manoel Barbosa é escritor, poeta, ator, performer, e dramaturgo. Também é diretor e produtor teatral. Nasceu em 06 de outubro de 1964. É brasileiro de Minas Gerais. Já publicou os livros de poemas: “SANGUE E BLUES”, “ATMOSFERA” e “UIVOS URBANOS”. É coautor em diversas coletâneas publicadas no Brasil, Portugal e outros países.

1 comentário:

Toca a falar disso