quinta-feira, 26 de março de 2020

Em tempos de quarentena - MARIA JOÃO HORTA PARREIRA


Horizontes de cor,
Salteados de amor,
Pincelam ideias inquietantes,
Transmutadas em medos pedantes.

No processo criativo natural,
A tela vazia mental,
Sofre a necessária combustão,
Enraizando a dor e sua ablação.

O estímulo da melodia,
Transporta a serena energia,
Em ondas empáticas,
Promovendo ligações telepáticas.

No contexto artístico,
O conjunto linguístico,
Da sensibilidade colectiva,
Manifesta a fome supressiva.

A condição do parecer,
Bloqueia o fluido ser,
E a sadia nutrição do sistema,
Digere a solução do teorema.

Cheiros, sons, sabores,
Roda de letras e cores,
Na argamassa universal,
Equilibramos o essencial.

O ciclo de vida e sua alquimia,
Expressa com força a alegria,
E a luz da humildade,
Converte o complexo em simplicidade.
Eternidade.

(escrevi em 2012, Maria João Horta Parreira)

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