terça-feira, 29 de novembro de 2016

EU FALO DE... DEMOCRACIA NA POESIA


A cada dia que passa mais me convenço da veracidade de uma tese que tenho vindo a defender nos últimos tempos: a beleza da poesia está no seu carácter democrático.

A poesia é tão democrática que não olha a condição social, género, idade, credo ou cor. Ela tanto pode ser escrita por um pobre como por um abastado; por um erudito ou por um rústico; por homens ou mulheres; por uma criança como por um ancião; por católicos, muçulmanos, ateus e agnósticos; brancos, pretos ou amarelos.

A poesia é tão democrática que não recusa temáticas. Alberga todas as opiniões, sejam elas dogmas ou utopias, e é isenta de preconceitos. Tanto pode falar de amor como de ódio; guerra ou paz; pode ser abstracta ou concreta; simples ou composta. 

A poesia é tão democrática que ignora demografias, latitudes e longitudes. Ela pode ser escrita por um citadino ou por um campestre, por um africano, europeu ou asiático.

A poesia é tão democrática que permite, a cada autor, escrever sobre o que entender e como entender, empregando no poema as suas convicções e ideais, sem qualquer restrição.

A poesia é tão democrática que permite, a cada um de nós, escolher os poetas que queremos ler, dentro dos nossos parâmetros e idiossincrasias.

A poesia é democrática o suficiente para que tanto os autores como os leitores não o sejam.

A poesia é democrática... os seus criadores e leitores... quase nunca.

MANU DIXIT

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