A cada dia que passa mais me convenço da veracidade de
uma tese que tenho vindo a defender nos últimos tempos: a beleza da poesia está
no seu carácter democrático.
A poesia é tão democrática que não olha a condição
social, género, idade, credo ou cor. Ela tanto pode ser escrita por um pobre
como por um abastado; por um erudito ou por um rústico; por homens ou mulheres;
por uma criança como por um ancião; por católicos, muçulmanos, ateus e
agnósticos; brancos, pretos ou amarelos.
A poesia é tão democrática que não recusa temáticas.
Alberga todas as opiniões, sejam elas dogmas ou utopias, e é isenta de
preconceitos. Tanto pode falar de amor como de ódio; guerra ou paz; pode ser
abstracta ou concreta; simples ou composta.
A poesia é tão democrática que ignora demografias,
latitudes e longitudes. Ela pode ser escrita por um citadino ou por um
campestre, por um africano, europeu ou asiático.
A poesia é tão democrática que permite, a cada autor,
escrever sobre o que entender e como entender, empregando no poema as suas
convicções e ideais, sem qualquer restrição.
A poesia é tão democrática que permite, a cada um de
nós, escolher os poetas que queremos ler, dentro dos nossos parâmetros e
idiossincrasias.
A poesia é democrática o suficiente para que tanto os
autores como os leitores não o sejam.
A poesia é democrática... os seus criadores e
leitores... quase nunca.
MANU DIXIT
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