quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

nobel por um dia (excerto) - FLÁVIO ULHOA COELHO

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Foi um verdadeiro lio quando o Thio Therezo foi indicado para o Nobel da Paz por “contribuir de forma inequívoca à fraternidade entre os povos” como constaria em um comunicado oficial da Fundação Nobel. Essa fundação, que normalmente se recusa a comentar sobre candidaturas que não foram premiadas, teve que abrir, naquele específico ano, uma estrondosa exceção frente às especulações que geraram o vazamento da concessão do prêmio ao Thio.
Foi assim.
Um emissário da Fundação ligou ao Thio Therezo às cinco horas da manhã do dia do esperado anúncio do Nobel da Paz para dizer-lhe que tinha sido agraciado com tal prestigioso prêmio e etc. e tal. E solicitava que o Thio guardasse segredo, pois o nome do premiado só seria divulgado mais tarde.
O telefonema acordou-nos a todos em casa, e fomos, um a um, encontrar o Thio pendurado ao telefone falando em um perfeito e educado norueguês (ao menos, pareceu-nos perfeito; está certo de que essa é sempre a impressão que se tem quando ouvimos alguém falar uma língua que não conhecemos direito, mas...). Após essa conversa, Thio Therezo comunicou-nos sobre o prêmio e, bocejando, completou.
– Que mania esses europeus têm de ligarem sem se importarem com o fuso... podiam ter esperado eu acordar, ora bolas! Vou continuar meu sono... – e seguiu para o seu quarto. Ainda sob o impacto da notícia, nem conseguimos articular resposta que fosse.

EM - HISTÓRIAS DO THIO THEREZO - FLÁVIO ULHOA COELHO - IN-FINITA

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