domingo, 6 de novembro de 2022

Madre de Deus (excerto 2) - ARIDAN GRAVE MACHADO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não havia uma política devastada, sofria-se menos. Existia uma senhora e um senhor (ambos brancos) que possuíam forças respaldadas pelos políticos da capital baiana. Esses eram procurados pelos moradores sem estudos e também sem condições financeiras para ajudas no que necessitava no momento, o reembolso era uma cria doméstica (animal) ou tomar como compadre ou comadre. Isso quando ocorria era uma fofoca na localidade. Enfim, os acreditados politicamente.
As casas na sua maioria eram de taipas, não havia saneamento, nada de suntuosas aparências pelo homem, mas os dias as noites as árvores o mar iluminados. A tristeza não achava muito espaço, ficava encolhida.
Subitamente a comunidade levanta das suas tarimbas nos colchões feitos de folha seca de bananeira e se depara com o invasor denominado “progresso”. A geografia muda nos aspectos físicos e humanos. O burro não é mais essencial nos sobe e desce do homem. Chega um veículo automobilístico. O barro aos poucos foi sepultado pelo asfalto. As fontes foram sufocadas! Bem poucos sabiam que alguns minerais poderiam no seu estado bruto também mudar a situação econômica de uma pequena localidade, imagine no planeta terra! Pois tudo mudou mesmo. A aparência internaliza a essência. Aquele espaço que fazia as folhas dançarem ao som do vento, sucumbiu. Milhares de árvores foram trocadas por barris metálicos como cofres para as cédulas revestidas dos produtos minerais que regem o mundo e mata o homem. O capital. Aquela senhora, hoje faz parte do império socioeconômico. Infelizmente o homem possui o saber, mas a sombra escurece o seu direcionamento numa descuidada e repentina liderança.

EM - SOMBRAS - TEMPOS DE ESCURIDÃO. TEMPOS DE LUZ - COLETÂNEA - IN-FINITA

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