quarta-feira, 29 de junho de 2022

A história dos sonhos (excerto) - PEDRO SILVA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Na senda de Platão, que desmistificou, por completa, a origem dos sonhos, um médico grego chamado Galeno (131-200) cria piamente que os sonhos eram pistas para futuras doenças do indivíduo. Há aqui a curiosidade de, ao mesmo tempo que pretendia retirar o sonho do campo da profecia, não deixava de acreditar num certo futurismo ou predição de algo.
Afinal em que ficamos? Os gregos acreditavam que os sonhos eram proféticos ou que eram apenas alucinações causadas pela mente humana?
Foi necessário chegarmos a Artemidoro para obtermos, finalmente, um estudo racional dos sonhos. Tendo viajado por toda a Ásia Menor, este estudioso não se baseou em factos pré-concebidos e publicou os seus volumosos estudos dando a entender que, acima de tudo, toda e qualquer pessoa sonhava, e não apenas os mais importantes no interior da sociedade em que se inseriam. Isso, automaticamente, levantar-lhe-ia outras questões, como, por exemplo, da impossibilidade de todos serem profetas.
Como tal, chegou à conclusão que o sonho, para além de ser um exclusivo do sono, nada tinha que ver com mensagens místicas, mas, isso sim, com pré-determinações do cérebro humano, bastante complexo por sinal, que poderiam ter as mais diversas interpretações. E, mesmo que Artemidoro, com alguma hesitação, considerasse alguns sonhos como de inspiração divina (como competia a alguém que se inseria numa sociedade profundamente mitológica), não se coibiu de, pela primeira vez, afirmar peremptoriamente que a maior parte dos sonhos eram “comuns”, um grande avanço no estudo do fenómeno dos sonhos.

EM - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA DO MUNDO - PEDRO SILVA - IN-FINITA

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