quinta-feira, 28 de abril de 2022

Grinalda de emoções (excerto 6) - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Devagar, quase a medo, abri a porta… o que estaria por detrás dela? Desviei as teias de aranha que, de imediato, cobriram a minha cara e o meu corpo. Senti um arrepio, como numa corrente de ar, onde o vento forte entrasse e fosse rei do espaço. O hall encontrava-se apinhado de lenha e sacos com velharias. Tropecei, quase caí, olhei e no chão estava o boneco de louça que outrora fora o meu bebé, empoeirado e maltratado, tendo ficado ainda pior com o toque que lhe dei. O cheiro a humidade e a mofo, agoniavam-me. A escuridão, assustava-me. Com cuidado, para não voltar a tropeçar e ainda acabar por cair, dirigi-me à janela, abri as portadas de madeira, pesadas, já não me lembrava que eram tão pesadas! Depois, puxei o estore exterior e só de seguida abri a janela de par em par. O sol espreitou surpreso… há tanto que não via aquela janela aberta! Entrou alegrando aquele lugar nefasto e sombrio, esquecido no tempo pelos que outrora lá viveram.
Aos poucos, fui entrando e deixando que o sol penetrasse, aquecesse e renovasse aquele ar nauseabundo. A casa, aquela casa, onde outrora também fora feliz, estava fria e oca. Completamente oca e vazia. Vazia de amor, vazia de gente, vazia de nós, família.

EM - GRINALDA DE EMOÇÕES - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA - IN-FINITA

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