LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Silêncio.
Foi em silêncio ensanguentado que um dia se apresentou à vida, retirado de um desesperado ventre que gritava liberdade e agarrado por mãos desconhecidas que agitaram e rasgaram o momento, com um primeiro choro magoado, e que, depois, depositaram a sua vida noutras mãos das quais nunca soube ternura, apenas o irrequietismo esquizofrénico de uma vida perturbada e sem direito a um silêncio de revolta!
Tinha sido também em silêncio que o seu ser fora gerado. Um silêncio envergonhado, contido, sem muitas palavras para dizer... apenas gestos, tempo e despedida.
Durante toda a sua melancólica existência foi aprendendo a viver no silêncio e a aceitá-lo como guarida, confessor e confessionário, ombro amigo, compreensivo, acolhedor abrigo onde se protegia do ruído de um mundo com regras espartanas que não entendia e onde não lhe foi permitido ser criança.
Foram muitas, mas todas vãs, as tentativas de viver fora e para além daquele universo cada vez mais estreito mas, sempre que lá regressava, levava consigo o peso, a carga, a culpa e a dor, de não ter sabido estar mais tempo distante!
EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA
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