segunda-feira, 14 de março de 2022

Quando o avião voou E Lisboa me encantou - CELESTE PEREIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Tenho os nervos em bulício. É sempre assim, quando subo as escadas rolantes do aeroporto, as pernas tremem. Já no interior do avião ouço o que a hospedeira recomenda, enfiada no lugar, a uma janela. Depois do cinto bem colocado, mais calma, vou agora sim, voar. E meio-dia o sol está a pino. Lisboa mostra-se cheia de luz e cor. O sol é seu ajudante. A janela é o ecrã, através do qual eu vou olhar, sentindo o belo da cidade onde o grego Ulisses chegou. a cidade das serpentes, segundo a lenda. Será por isso que o rio Tejo de cor azul prata, onde pernoitam as ninfas que Camões cantou e o oceano Atlântico porta de marinheiros, serpenteiam Lisboa. Tetos vermelhos de todas as cores num bairro de Lisboa dos anos 50, o Bairro de Alvalade. O Santo António, o casamenteiro, o santo das festas populares que faz dançar as suas gentes… O parque Eduardo VII de ruas largas ladeado por frondosas arvores de frescas sombras e no chão, pedras acalçadas a verde bordado. Extasio o olhar. Tantos verdes e tanto espaço na Tapada da Ajuda, e a ostentação do seu Palácio. O arvoredo compacto do parque de Monsanto onde Lisboa respira. Os Jerónimos feito de renda com fio de pedra. Ao lado, Belém, cheira a canela nos crocantes pasteis de nata. Finalmente as praias da Costa da Caparica de areias finas e de ondas de espuma. O espetáculo é interrompido pelo tapete de nuvens tão brancas que se confundem com a espuma das ondas.

EM - ECOS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

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