LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Minha Amiga,
A tua carta trouxe o encanto de me despertar, pois ela tem uma beleza nostálgica, algo curvada ao tempo e eu, também eu, já estava meio adormecido pela contagem das vezes em que o Sol passa pela minha janela. Também eu já me encontrava meio curvado, debruçado na pedra gasta do parapeito, virado para a rua vazia de mim e de outros tantos, tantos outros. Todos os outros!
A tua carta relembrou-me que muita da poesia começa em nós pela tristeza, pela amargura, por desamores, vazios, indiferenças… e mágoas que nem sempre sabemos traduzir por fonemas. Nem sempre temos arte para verbalizar o sofrimento.
Mas a poesia, a companhia do papel e da caneta, sempre nos fará sentir menos sós, sempre nos permitirá ausentar do corpo e sair para lá do horizonte possível visto da janela, para além daquilo que os outros vêem em nós, para além até do que supostamente nós vemos em nós.
Assim como vivemos no espaço, vivemos no tempo e o tempo é uma medida dinâmica da vida! Sendo mestre, sábio, amigo ou carrasco das nossas opções, avança depressa demais ou congela dramaticamente, sempre em contramão do que mais esperamos dele. No entanto, o tempo é imaterial! Nada faz! Somos nós que actuamos! Somos nós os intérpretes de casos, acasos e ocasos… Somos nós as consequências das opções tomadas e que surgem antes ou depois do esperado, mas quase sempre inevitáveis!
EM - CONTOS E CRÓNICAS (IN)TEMPORAIS - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA
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