sábado, 26 de fevereiro de 2022

24 Setembro 2018 (excerto) - FRANCIS RAPOSO FERREIRA

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Olha, novamente, o Tejo. Liberta-se da letargia em que se deixara aprisionar, vai até ao computador, abre a página principal da rede social onde criou um novo perfil e pesquisa por “Olhos cor de Mel”. Nada, nem uma única pista. Sente-se perdida.
Pára um pouco para ordenar ideias e toma uma decisão.
As lágrimas teimam em não parar de correr, sente-se culpada, sempre ela a culpada de tudo, pelo que possa ter acontecido a Lourenço. Será que a sua decisão de encerrar o perfil, eliminando, dessa forma, toda e qualquer possibilidade de ele a contactar, poderá tê-lo levado a pensar que a única coisa que ela queria mesmo era uma noite de sexo? Não, um homem tão sensível como ele lhe pareceu ser, nunca pensaria isso de outra pessoa, ainda que, como no caso, se trate de alguém completamente desconhecido. A verdade, e não a pode pura e simplesmente ignorar, é que também ele ainda estava a sofrer os traumas de um casamento e um divórcio bastante dolorosos, pelo que não lhe pode negar o direito de se sentir, novamente, enganado. Mais uma vez, a culpada de tudo, é ela.
Mel hesita, a crise de choro não abranda. Sente-se tentada a ligar à sua psicóloga. Não, hoje terá de ser ela a tentar ultrapassar tudo, sozinha. Tem de ser forte, mais forte que todos aqueles fantasmas. Se é ela a culpada pelo que está a viver, então terá de ser ela a dar o primeiro passo na busca da solução que lhe permita arranjar maneira de colmatar essa sua culpa, mesmo com tudo o que isso lhe possa trazer de volta.

EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA

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