quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

24 de Setembro de 2018 (excerto) - FRANCIS RAPOSO FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Tudo o mais que se encontra no interior da caixa, são peças que a fazem recordar uma meninice feliz, sempre sob a protecção paterna. É ao ver, e tocar, em cada um dos objectos ali guardados, que uma evidência ganha vida, não se recorda de ali ter colocado o seu diário, porque, realmente, não foi ela quem o fez, mas sim uma das boas almas, poucas, com quem se cruzou ao longo da sua vida, além de também não ter sido ela quem ali colocou aquela caixa, mas sim Lúcia que fez questão de ir ajudá-la nas mudanças. Um medo, oh não, outra vez os medos, toma conta dela, e se Lúcia tiver lido o seu diário? Ah não, o mais provável é que Lúcia nem sequer tenha aberto a caixa. Sim, o mais provável, quase certo mesmo, é que a tenha aberto, pois só assim poderia saber que se tratava de recordações das quais não se quereria separar, o que implicava ter visto o diário, e, quase certamente, tê-lo lido.
É a pensar em Lúcia, não por qualquer outra razão em especial, que não a de gratidão, pois Lúcia foi quem mais a apoiou nos momentos em que sentiu completamente perdida, pois, tinha de admitir, ao ficar viúva já se esquecera de como era ser ela a gerir a sua própria vida. Outra dúvida se instala no seu espírito, como é que aquela caixa chegara às mãos de Lúcia?
Temendo deixar-se vencer por tanta dúvida e medos, decide tentar esquecer tudo aquilo por alguns minutos e ir tomar um banho, não só para atenuar o calor que se faz sentir e, assim, ficar mais fresca para a longa viagem a que se propõe dedicar uma parte do resto do seu dia de aniversário, mas também porque há muito que descobriu como os jactos de água saídos do chuveiro, têm o condão de a relaxar.

EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA

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