domingo, 7 de novembro de 2021

Trauma - LUCIENE AVANZINI

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Numa noite escura, após um encontro de oração, Eurico volta para casa, caminhava tranquilo e pensativo. Lembranças de um passado recente povoavam seus pensamentos. Atravessa a avenida e vai se aproximando do portão lateral do Cemitério do Alecrim. Um cemitério antigo, histórico e cheio de mistérios. De repente, ouve um barulho horripilante, acompanhado de um arrastar de correntes. Sente o pânico tomar conta de seu ser. Paralisado de medo, tenta gritar para pedir ajuda a alguém que está vindo do outro lado da rua. Sua voz fica presa na garganta dificultando a respiração. Eurico luta contra esse inimigo oculto que é o seu medo. Sabe que um cabra mole e covarde, mas precisa sair dali. Sentimentos em conflito, impedem que tome qualquer atitude.
Não consegue reagir. Calafrios percorrem seu frágil corpo jovem. Já não consegue raciocinar. O perigo é iminente. Não bastava a dificuldade de respirar?! Seu corpo tomba... Debatendo-se, sente alguém sacudindo violentamente seu corpo. Pensou... morri! Tremendo da cabeça aos pés, decide abrir os olhos, um de cada vez...
Uma jovem, muito estranha estava em pé ao seu lado. Ainda meio atordoado, tenta enxergar melhor, pois tinha uma miopia congênita e seus óculos, na hora do pavor, havia se espatifado no chão. Ao se aproximar mais da jovem, percebe que ela usava um véu que cobria seu rosto parcialmente. Chega mais perto e fica estarrecido, ela tinha seu rosto desfigurado, deixando à mostra parte da sua estrutura óssea facial. O instinto de sobrevivência fala mais alto e ele saí em disparada. Até hoje, Eurico lembra com pavor desse episódio na sua vida. E não tem quem o faça voltar a andar por aquelas bandas do Bairro do Alecrim.

EM - MULHERES A UMA SÓ VOZ - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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