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De uma cidade do interior de Alagoas, Mary é a sétima de dez filhos de uma família típica do Nordeste. Filha de pais sem instrução escolar, mas ricos de princípios morais e cristãos. Concepções tão arraigadas que deixam ‘no chinelo’ muitos ‘doutores’, pois trazem consigo educação ‘de berço’, que vai além da caneta e atinge a alma, que valoriza mais o SER que o TER.
Vindos do alto sertão, fizeram morada no Sítio Jijuíba, onde criavam sua prole e tiravam seu sustento. Ali, Mary crescia cercada de amor e companheirismo dos seus familiares, ajudava seus pais na lavoura e com os afazeres domésticos.
Apresentava ela uma característica diferenciada dos demais: gostava de silêncio e tinha um comportamento bem recluso. Aprendeu a ler muito cedo, por isso foi aceita na escola primária antes da idade padrão. Ela apresentava uma evolução cognitiva superior à sua idade. Aos seis anos, cursava a primeira série forte – nome dado às turmas mais avançadas, e era solicitada pela professora para dar suporte aos colegas na leitura e na resolução das atividades. Desenvolvera, assim, um enorme prazer pela leitura e escrita. Sonhava em ser professora. E ficava longos períodos sozinha, brincando com bonecas de milho, suas alunas, escrevendo em folhas de laranjeira, o que julgava ser os cadernos, usando os espinhos como lápis. Quando, lá na casa, a família sentia sua falta era porque era hora de almoçar ou jantar.
Vendo os filhos crescerem e que a escola do sítio já não oferecia as demais séries de estudo necessárias, aqueles pais que não tiveram a chance de estudar, mas que não queriam ver os filhos sem a mesma oportunidade, compraram na cidade mais próxima uma casa simples que serviria de abrigo para dormirem após as aulas. Foi assim que Mary e seus irmãos foram estudar na cidade. Trabalhavam meio período na lavoura e, ao meio-dia, enfrentando chuva ou sol, subiam grandes colinas até a cidade para frequentarem as aulas. Mary chegava a chorar quando, por motivos maiores, precisava faltar às aulas. Estudar, desde muito cedo, tinha se tornado a sua grande paixão.
Na quarta série, conheceu uma professora que seria sua inspiração pelo resto dos seus dias: a Professora Luíza. Aquela mulher meiga e tão sensível às necessidades dos escolares, com sua maneira firme de lecionar e sua didática impecável, conquistou a menina, que suspirava: “Quando eu for uma professora, quero ser igualzinha à Dona Luíza!”
Oriunda de família cristã, desde a adolescência foi inserida nos trabalhos da Igreja, em aulas de catequese e grupos de jovens, funções que desempenhava muito bem. Na juventude, pensou em ser religiosa consagrada, chegando até o noviciado em uma congregação religiosa na Bahia, deixando sua contribuição na educação de crianças e jovens em creches e escola técnica.
Fez Magistério e, finalmente, iniciou sua experiência na tão sonhada profissão. Passou muitos perrengues por ser iniciante e a falta de experiência lhe custou alguns traumas iniciais, típicos de qualquer começo. No estilo erro/acerto, foi se aprimorando e tomando cada vez mais gosto por aquilo que fazia. Foi a primeira da família a concluir o nível superior. Fez Pedagogia e Psicopedagogia. Ao ser aprovada em concurso público da rede estadual, trabalhou em diversas modalidades de ensino e continua cada vez mais encantada com a possibilidade de contribuir com a transformação da vida de jovens cheios de sonhos, ou daqueles esvaziados e sem expectativa de uma vida melhor, pois seu objetivo é abrir caminho em suas vidas e corações para que alcancem os voos que desejam, seguindo seu lema: nascemos para vencer.
Os anos se passaram, muitas dificuldades enfrentadas e vencidas com maestria. Hoje, casada e mãe de três filhos, segue sua vida se dividindo entre a família e a profissão, ensinando a todos o que de mais valioso aprendeu com seus pais: valorizar o SER em detrimento do TER. Ela acredita que essa é a única maneira de se formar pessoas melhores e de se contribuir para o tão sonhado mundo melhor.
Mary é aquela típica professora que se entrega de alma ao ensino, que enfrenta dificuldades e busca constantemente por novas habilidades para alcançar seu público. Ultimamente, essa incansável sonhadora está concluindo sua segunda graduação, agora em Letras. Leciona Sociologia e faz parte de um grupo de pesquisa da escola onde trabalha, desenvolvendo a iniciação à pesquisa científica no ensino médio. Mary pretende ainda cursar Psicologia para ajudar jovens em situação de vulnerabilidade social, e conseguirá, ela sabe que NASCEU PARA VENCER!
EM - UNIVERSO FEMININO - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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