quarta-feira, 13 de outubro de 2021

IN-FINITA APRESENTA... OS POEMAS QUE O DIABO AMASSOU de INÊZ OLUDÉ DA SILVA

Às vezes o melhor que podemos fazer por um livro, e respectivo autor, é dar a conhecer a primeira impressão. Assim sendo, aqui fica o prefácio que Adriana Mayrinck escreveu para o livro OS POEMAS QUE O DIABO AMASSOU, de Inêz Oludé da Silva

Prefácio

Poesia nua e crua, igual a terra árida do Sertão Nordestino. Poesia latente e desbravada, igual a semente que rasga o solo em busca de sol. Poesia transbordante e verdadeira, igual a chuva que cai, após a seca castigante, com trovoadas e relâmpagos. Poesia que transcende a memória, a história, o tempo, a imagem. Poesia sentida, vivida e pisoteada. Poesia dolorida pelas adversidades e lutas da vida. Poesia de resistência e alerta em gritos silenciosos e torturados. Poesia de amor, embalada em uma rede feita à dois – e que se propaga. Poesia ferida, que traz mar - cas de tempos difíceis. Poesia libertadora que atravessa oceanos e voa como pássaro que faz ninho em todo lugar. Poesia que transforma, que chama, que arrebata. É assim, a poesia de Inêz Oludé da Silva. Despida, autêntica, forte, e sobretudo, pince - lada de arte! Arte da palavra, do sentir, do experimentar o mundo tal como é. Sem máscaras, sem comodismos, sem melindres. Arte que jorra e se deixa espalhar com a coragem de uma mulher que tece fios e se reveste de vermelho, por dentro e por fora. O vermelho abrasado, sanguíneo, afogueado que representa as primeiras pinceladas em uma tela em branco, que se chama vida. 8 os POEMAS que o DIABO AMASSOU INÊZ OLUDÉ DA SILVA 9 O poema que o diabo amassou é vida pura, poesia e arte. Um livro construído por esta mulher/poeta/artista/militante que vê o mundo de cima, em seus voos e além dos horizontes. Mas finca seus pés nas terras por onde passa. Deixa nas telas, nos livros, nos vídeos, no coração de quem tem a imensa honra de conhecê-la, pinceladas inapagáveis com a sua marca registrada, que é o sorriso e a palavra. No papel e no eco - talhada, tatuada, gravada com o vermelho vivo das suas memórias - de amor e ódio. Mais amor que espalha, menos ódio - que combate. Não há metáforas ou subjetividades. A palavra está, tal como é, em sua perfeição linguística. Cada página deste livro é envolvida e absorvida pela magia da poesia que Inêz conhece como ninguém. O poder de transformar e a fórmula para esta alquimia, talvez esteja envolvida pela poeira quente e o vento de onde veio, ou arrebatada pelo sol que traz no olhar.

Adriana Mayrinck

Biografia da autora 

INÊZ OLUDÉ DA SILVA: Artista artivista, poeta subversiva, com formação em história da arte, arqueologia e pintura monumental. Membro da coalizão de artistas da Unesco pela difusão da história da geral da Africa e diretora do Museu-Valise da história da escravidão, parceiro da Onu - Unesco. Participou das publicações organizadas pelas editoras In-Finita e Helvétia. Ed. Harmattan, Paris, Depoimentos, 68, a geração que queria mudar o mundo, Ed. Marcas da memória, Ministério da Justiça. Em lançamento Cartas de Amor e de ódio, Ed. Kotter e Os Poemas que o diabo amassou, Ed. In-Finita. Em preparação Revoada para a Paz e As águas da memória.

 


 

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