sábado, 25 de setembro de 2021

O algoz e a sobrevivente - MEIRE RABELO

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Aos oito anos de idade ela se dá conta de sua existência. Uma menina mulher negra que crescia, gradativamente em uma pequena ilha e ela vinda de um pequeno município do Maranhão. Filha de um motorista de ônibus interestadual, que não sabia nem lê e nem escrever e de uma dona do lar. Os anos se passam, sem muitas diversões de crianças e adolescência, era do estudo pra casa e sem muitos amigos de sala. Uma menina negra, meiga de cabelo carapinho chamada Dandara.
A sua mãe, dependente do seu Pai pra tudo e submissa. Mas uma boa mãe. O tormento de Dandara era quando chegava à noite. Era sempre sua obrigação. Quando seu Pai chegava à noite, era tarefa de Dandara esquentar sua comida enquanto ele tomava banho. Mas com esse a fazer de todas as noites ela era abusada sexualmente pelo seu Pai. Quando algumas vezes sua mãe se levantava o pai disfarçadamente dava um jeito da mãe não perceber. Em qualquer momento que o pai estava em casa, a Dandara servia de cobiça para seu instinto libidinoso. Em apenas um cortar de unhas dos pés, o calcanhar do pé de seu pai, servia pra passar sobre a sua vulva horas em horas, as vezes até mesmo a pequena estava tão cansada e a cochilar era aprisionada. O seu corpo inteiro da menina era desejo para o pai em qualquer canto da casa em que foi criada, em um pequeno bairro, da grande e pequena Ilha de São Luis do Maranhão. Que incomodo e que dor em suas partes intimas, mas nada podia fazer. Chorava apenas.
O seu sofrimento transformara-se em ódio do seu algoz, o seu próprio pai. Inúmeras vezes o seu pedido de NÃO, não era ouvido e ou nunca foi ouvido pelo seu algoz. Ele abria suas pernas com as mãos e as vezes de forma violenta, por debaixo de suas cobertas na calada da noite e enfiava seu dedo em sua vagina pra que pudesse penetrar mais e satisfazer seus instintos mórbidos e doentios. O dia amanhecia e as laterais de sua vagina ficavam todas doloridas, chegava o seu ciclo menstrual, um alivio a dor e perseguição do seu algoz. Dias felizes! E quantas vezes pedia pra que ficasse sangrando por toda a vida, assim tinha paz. Os dias passavam lentamente a tristeza a lentidão da mente foi ficando aprisionada. Ao completar seus 15 anos de idade, os interesses dos homens em Dandara aumentaram e o seu pai, foi ficando mais feroz e o ciúme a posse o desejo só aumentava exageradamente e que nenhum homem podia se aproximar. Oh! Deus!
Deus tirou seu pai (o algoz) da família. Mas o algoz ficou em suas entranhas para sempre, tornou-se uma sobrevivente. Um brinde a Dandara e outras meninas sobreviventes! Um brinde ao seu algoz! Ele acha que venceu! Será?

 EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (PROSA E CONTOS) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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