Agradecemos à autora JOSELMA NOAL pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Poesia, prosa ou conto, por quê?
Se tenho que escolher um, escolho o conto, pois tenho uma especial afeição pelo gênero narrativo breve por sua concisão e impacto. Sou leitora de poesia e de prosa. Embora não escreva poesia, busco ter sempre uma linguagem poética na minha escrita.
2 - Quase um ano de pandemia, o que mudou na sua rotina, enquanto autora?
Minha rotina mudou bastante, não tenho viajado para deslocamento ao trabalho como fazia em tempos de ensino presencial, razão pela qual consegui organizar melhor meu tempo para o fazer literário. Em tempos de pandemia tenho produzido bastante, com uma rotina de horário para escrita e com fixação de prazos para projetos literários.
3 - O que tem feito para manter-se produtiva e dar continuidade aos projectos em tempos tão restritos?
Sou professora e no ensino remoto a demanda de trabalho é grande, com organização de aulas online, correção de tarefas semanais, envio de feedbacks aos estudantes. Além disto, há reuniões, projetos de pesquisa, ensino e extensão, então tenho organizado muito bem meu tempo para dar conta da docência e da escrita literária. E, sim, tenho me mantido produtiva nas duas áreas.
4 - Pontos positivos e negativos na sua trajetória na escrita.
Pontos positivos: Atuar como professora e ter contato
com o literário também na minha atuação profissional. Ter feito oficinas
literárias muito jovem e ter formação na área de Letras (licenciatura, mestrado
e doutorado)
Pontos negativos: Ter demorado a me considerar escritora e, em virtude disto, não ter divulgado tanto a minha escrita no começo da carreira.
5 - O que pensa sobre essa nova forma de estar, onde tantas pessoas começaram a utilizar LIVES e VÍDEOS para promover suas atividades?
Considero Lives e vídeos excelentes recursos para a divulgação das atividades artísticas e culturais.
6 - Acredita que o virtual, veio ocupar um espaço permanente, sobrepondo-se aos encontros literários presenciais, pós pandemia?
Penso que pós pandemia vamos conviver mais com o online, mas sem dispensar o presencial que será, inclusive, muito mais valorizado e comemorado do que antes de termos vivido uma quarentena. Nada ocupará o espaço dos saraus e dos lançamentos literários presenciais quando for possível, pois seguido de um autógrafo sempre há o abraço e a foto, cujo valor afetivo ultrapassa o cruzar de braços em torno do próprio corpo e o print da tela.
7 - Se pudesse mudar um acontecimento em sua vida literária, qual seria?
Teria feito uma divulgação mais efetiva do meu livro de estreia. Hoje tenho consciência de que me faltou ousadia e autoconfiança.
8 - Indique-nos um livro que lhe inspirou
Difícil mencionar somente um livro, mas pensando na minha formação como leitora e como escritora destaco Laços de família da Clarice Lispector.
9 - Quem é Joselma Noal no reflexo do espelho?
Uma mulher que já tem mais de cinquenta anos, mas segue se enxergando menina.
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Por que escrever? Escrever para entender mais o ser humano e a si mesmo, para emocionar-se e emocionar o outro, escrever porque a arte salva, traz alento e consolo nestes tempos de pandemia e sempre.
Joselma Noal nasceu em Porto Alegre em 1969. Autora dos livros Aroma Hortelã (contos - Editora Movimento, 2008) e Duzentos (minicontos - Editora Kazuá, 2018). Participou das seguintes coletênas: Contos de Oficina 8 (Livraria Editora Acadêmica, 1992), Vitrais Contos do Invitro (Mundo Moinho, 2015), Condomínio Saint-Hilaire (Quinhentos e Cinquenta, 2018), Festschrift para Assis Brasil (Editora Bestiário, 2015)
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