Agradecemos à autora DIRCE CARNEIRO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?
A inspiração, a transpiração, a visão de mundo, o que acredito, às vezes, paixão e loucura, resistência.
2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?
Uma necessidade.
3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?
As duas coisas.
4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?
Sou mais fluente na prosa, a poesia tem se apresentado como resistência, como sondagem dos invisíveis. Poesia depende do momento, vontade e determinação.
5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?
Não há conteúdo fixo. Mas sondo os mistérios do mundo, das gentes.
6 - Quais as suas referências literárias?
Tenho referências de formação, ainda que inconscientes. Assim, acredito que Machado de Assis, Clarice Lispector, Cecília Meirelles, José Régio, Camilo Pessanha, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros, José de Alencar, Mário de Andrade, enfim…todos os que já lemos e estudamos povoam nosso imaginário, ainda que conscientemente nossa escrita não siga nenhum paradigma.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?
Uma boa apresentação e os veículos de comunicação, todos eles.
8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?
Ainda
busco a minha identidade na escrita, a voz da minha expressão.
É uma construção sem fim. Uma busca inquietante. Também quero publicar mais livros físicos, aperfeiçoar a escrita infantojuvenil a qual estou me dedicando.
9 - Porque participa em trabalhos colectivos?
É onde me sinto bem. Satisfaz a minha busca, a minha visão de mundo, o que sou como escritora.
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Como
foi o início?
Sempre
li e escrevi desde criança.
Na
infância eu escrevia no ar. Mainha dizia que ia enlouquecer.
Lia
vida de santo, que pai trazia do trabalho.
Adulta,
escrevi por necessidade, terapia.
Cessado
o estágio de terapia e com o advento dos tempos atuais, surgiu a aridez.
Escrever não é ato compulsivo, e ato de resistência, vencimento da inércia, a palavra como espada mesmo para permanecer saudável, como ressignificação da realidade e até cura em tempo de isolamento e absurdos políticos.
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