Agradecemos ao autor EDUARDO CARVALHO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - O que entrega de si, enquanto pessoa, na hora de escrever?
Há seis anos, dedico-me exclusivamente à produção literária. Assim, entrego tudo de pessoal e profissional que há em mim: memória e imaginação, essas irmãs gêmeas separadas pelo tempo!
2 - Criar textos é uma necessidade ou um passatempo?
Uma necessidade pessoal e profissional. Fui professor de redação, jornalista, publicitário, entre outras ocupações. Em todas elas, a criação de textos sempre foi protagonista em minhas lidas. Há seis anos, dedico-me exclusivamente à produção literária e tenho sobrevivido às custas de prêmios que conquisto nessa área.
3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?
O cuidado linguístico é o que difere o texto literário dos registros pessoais sem pretensões artísticas. A elaboração da mensagem, a dita função poética da linguagem, é essencial à Literatura, seja em qual gênero ela se expresse.
4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?
Na verdade, eu sou eclético e procuro frequentar os diversos gêneros. Tenho obras publicadas de poesia, romances, novela, dramaturgia e aforismos. Escrevo também crônicas, resenhas literárias, ensaios, contos, textos infantis. Algumas de minhas obras, como Xadrez, Sessenta e Seis Elos e Quadrilha destacam-se por fundirem gêneros diferentes. Xadrez, por exemplo, é um romance epistolar, no qual ocorrem poemas e resenhas literárias e cinematográficas, além disso, partes das cartas, trocadas pelos protagonistas à guisa de disputarem uma partida de xadrez, servem de crônicas de fatos sociais e políticos correspondentes ao período em que se desenrola o enredo.
5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?
São tantas, principalmente na poesia. Empenho-me em trazer visão social, política e econômica, críticas de costumes e reflexão existencial. Tudo o que possa acrescentar ao pensamento crítico do leitor.
6 - Quais as suas referências literárias?
São muitas. Destaco algumas: Jorge Luis Borges, J. M. Simmel, Eduardo Galeano, Julio Cortazar, Gabriel Garcia Marques, Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Cecília Meireles, Frederico Barbosa, Augusto e Haroldo de Campos, Mário Chamie, Ferreira Gullar. Poetas contemporâneos como Alberto Bresciani, Mell Renault, Solidade Lima... As listas são imensas.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores?
O boca a boca. A propagação da mensagem: “li, gostei e recomendo”. Isso manifesta-se desde em textos elaborados como resenhas até em posts nas redes sociais.
8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita?
Já publiquei O Teatro Delirante (poesia lírica e erótica), Retalhos de Sampa (poesia de muitos temas), Sessenta e Seis Elos (romance sobre afrodescendência), Xadrez (romance epistolar), Quadrilha (novela contemporânea), Frasebook (aforismos) e, no prelo para junho de 2021, Evoé, 22! (dramaturgia). Tenho mais uns trinta títulos concluídos que participam de concursos e aguardam o tempo de vir ao público. Pretendo ainda executar, pelo menos, uns vinte a trinta projetos que já anotei com o fito de transformar em obras acabadas.
9 - Porque participa em trabalhos colectivos?
Para interagir com outros autores, conhecê-los mais intimamente, fazer trocas, estabelecer diálogos, inserir-me em meu tempo e em minha comunidade artística.
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Por que largou tudo e dedica-se só à
literatura?
Porque foi esse um projeto adiado por décadas, nas quais me ocupei de ler, instruir-me, praticar até que me sentisse apto a produzir minha obra e confortável a compartilhá-la com os leitores.
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