quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Cangalha do Vento (excerto XXI) - LUIZ EUDES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Já havia muito tempo distanciando-os daquela terra onde cresceram todos. Aquela terra antiga na Fazenda Baixa Funda, cuja história da família tivera início com a chegada do antepassado Paulo Vieira de Andrade, que aportou no Junco no remoto ano de 1875, vindo de Bom Conselho, atendendo ao chamado do seu compadre, João da Cruz. Esse Paulo Vieira, que era avó de Aristeu, o Galego, e bisavó de José Paulo, Israel, Fernando, Juvêncio e todas as meninas e outros irmãos. 
O último que tentou manter a terra foi Juvêncio, ao regressar da sua empreitada no sul. E a luz voltou a brilhar naquela casa, agora com toalhas brancas a forrar as mesas, vasos de plantas, xaxins de chorão e samambaias pendurados nos alpendres a decorar a entrada da morada, pés de buganvílias trepando pela cancela e no rol, à sombra do pé de flamboyant, a cadeira de balanço do velho Galego, devidamente reformada, onde ao final de mais uma jornada de lides rurais Juvêncio balançava-se com o olhar perdido no horizonte a observar mais um dia que se encerrava tingindo o céu de escarlate.

EM - CANGALHA DO VENTO - LUIZ EUDES - IN-FINITA

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