sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Sou apenas um coração - ADRIANA MAYRINCK

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E de repente – um coração começa a bater em compasso ao seu

– no lado de dentro.

E a vida vai lentamente mudando a nossa percepção de mundo, de futuro. E tudo se transforma. Há uma mistura de felicidade, medo, insegurança e alegria. As emoções ficam à flor da pele e tudo se mistura e se confunde... E a vida vai pulsando, crescendo, na proporção que o amor pelo desconhecido aumenta e transborda.

Aqueles olhinhos brilhantes lhe fitam, o calor da vida lhe preenche, e o seu coração passa a bater fora do seu peito. Aqueles dedidinhos enroscam o seu cabelo, enquanto trocamos alimento por amor. E ficamos ali, entregues... nos doando... A vida ganha mais cor e tudo ao redor muda em instantes, em significados, entendimentos, sentimentos. Tudo fica mais forte, mais intenso, mais único, mais infinito.

Aquele pequeno ser é o centro de todas as suas atenções, motivo de todas as suas mais extremas e desencontradas sensações. E é para todos os minutos, todos os dias, para toda a vida, independente se está no seu colo, aprendendo a caminhar, indo à escola pela primeira vez, passeando com amigos, dormindo fora de casa, indo para a faculdade, levantando vôo, criando seu próprio mundo... Em todos esses espaços do tempo, esse coração bate junto com o seu, e todas as alegrias, preocupações, tristezas, decepções, vitórias, conquistas, frustrações passam a ser em dose dupla.

Mesmo que as mãos não estejam dadas, sentimos aqueles dedos em volta dos nossos, em todos os instantes, nos primeiros dias e sempre. É estar, permanecer, viver sempre em alerta, desperta, atenta a cada sorriso, a cada lágrima, em cada movimento, em cada momento, permanentemente.

Ser Mãe, é ser melhor como mulher, como ser humano, como essência. É a arte da criação, da doação, do altruísmo. Chegamos perto do divino e compreendemos com mais clareza o sentido da continuidade, da responsabilidade, da humanidade.

O meu coração já bate fora do meu peito há 23 anos, todos os dias, todos mesmos, perto ou longe, sentimos, tanto eu, quanto ela, os nossos dedos sempre entrelaçados, e os nossos pensamentos interligados nesse amor que não se explica ou define, é apenas sentido, vivido, compartilhado, em palavras, sorrisos, olhares, silêncios, abraços...

Somos apenas um coração, dividido em duas mulheres, dois universos, dois seres que se completam nesse amor incondicional, que ultrapassa os tempos.

Em todo esses dias, desde 20 de agosto de 1997 essa frase é falada, pensada, escrita: “Eu te amo muito mais do que o infinito” e sempre... com resposta, diariamente.

EM - MÃES - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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