terça-feira, 15 de setembro de 2020

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS A... CIDO PISANI


Agradecemos ao autor CIDO PISANI pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto pessoa?

Eu me defino como uma pessoa em busca de mim mesmo, seja na aquisição de novos conhecimentos, seja na realização pessoal e profissional, que também envolve a escrita. Portanto, acredito que o mais certo é afirmar que não tenho uma definição. Não consigo me encaixar nisso ou naquilo. É meio insano tanto quanto é poético. Se isso é ser escritor poeta, então, digo que é o que sou.

2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?

Acredito que escrever a questão da necessidade quando envolve a inquietação por expressar algo. Contudo, também é um passatempo, pois é quando eu posso abstrair para viver outras vidas e outros mundos na pele do personagem ou do eu lírico.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

O escritor quer ser lido, e, por isso é preciso ter cuidado com a questão linguística para ser entendido por mais leitores. Contudo, isso não nos impede de ter liberdade em criar palavras, quebrar com as regras e tratar a língua de forma lúdica como ela gosta de ser tratada. A linguagem gosta de ser usada, amassada e retorcida, pois assim continua viva. É justamente o que o povo faz e o escritor é o reflexo desse povo.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Gosto tanto da prosa quanto da poesia. Por vezes, estou mais poeta, e, em outras, mais prosador. Depende muito do momento da escrita em si.

5 - O que pretende transmitir com o que escreve?

Eu tento, antes de tudo, dar prazer ao leitor por meio do que escrevo. A leitura precisa ser prazerosa. Os leitores, assim como os escritores, têm essa necessidade de abstrair do mundo. Primeiramente, tento levar isso em consideração, e conduzir o leitor em uma boa aventura (romance, suspense, etc), que lhe faça deixar de lado os problemas. Depois, sempre que posso, acrescento conhecimento, diálogos com outras obras, acesso ao mundo literário, tudo para enriquecer a mente de quem está lendo.

6 - Quais as suas referências literárias?

Posso citar muitos autores como referências, à medida que vamos lendo, também somos alfabetizados nas cartilhas desses grandes mestres da linguagem. Mas, sem dúvidas, acredito que Machado de Assis seja o meu grande professor e incentivador.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?

O essencial é abrir canais para que mais pessoas vejam as obras. Falar sobre a literatura. Usar os novos meios e criar novos leitores. Ajudar os demais escritores também, pois outros escritores não são nossos rivais. Muito pelo contrário, são nossos aliados na guerra contra a ignorância. Um mundo de bons leitores é um mundo sem desigualdade e sem guerras.

8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?

Quero uma cadeira na Academia de Letras, quero um prêmio Camões e um Nobel, mas antes de tudo, como escritor, eu quero transformar a vida das pessoas.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

O trabalho coletivo é uma forma de ganhar visibilidade e de adquirir experiências.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Por que a escrita e não o futebol? Nunca fui bom com os esportes, contudo, com as palavras, mesmo errando, ainda sei jogar desde que aprendi a falar.

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