Agradecemos à autora ANA PAULA COSTA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto pessoa?
Já
pensei mais nisso! Neste momento não estou preocupada com definições. Penso que
todos devemos e podemos ser plurais, como o universo. O que poderia dizer sobre
mim de mais específico? Sou uma pessoa de gostos simples que gosta de
tranquilidade. Sou mais uma alma neste universo a viver as suas experiências,
tentando crescer e ajudando os outros também a crescer, espero.
2
- Escrever é uma necessidade ou um passatempo?
É
tudo! Escrever é terapia, é paixão, é necessidade é passatempo é tudo.
3
- O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado
linguístico?
Ambos.
Não podemos ter a pretensão de que apenas um importa. É necessário muito
trabalho quando se escreve; talvez não logo no momento da escrita em si mas
depois na revisão e na intenção da mensagem que se pretende transmitir.
4
- Em que género literário se sente mais confortável e porquê?
Prosa.
Se
bem que de vez em quando preciso de escrever poesia, que é o que tenho feito
ultimamente. Não sei bem porquê. Sou muito descritiva, imagética e talvez por
isso me identifique mais com a prosa, há sempre mais qualquer coisa que quero
dizer.
5
- O que pretende transmitir com o que escreve?
Tenho
vindo a mudar ao longo do tempo. Comecei por transmitir desabafos, sentimentos
com os quais muita gente se identificava. Depois comecei a transmitir
reflexões, opiniões sobre o que me rodeia. Essencialmente pretendo que as
pessoas pensem, reflictam, se identifiquem e tirem as suas próprias conclusões.
Gosto muito de escrever para causar desassossego.
6
- Quais as suas referências literárias?
Tantas!
Urbano Tavares Rodrigues. José Saramago, os eternos Eça de Queirós e Fernando
Pessoa. Não me esquecendo dos ingleses
Shakespeare, Lord Byron e do irlandês Oscar Wilde. Recentemente José Luís
Peixoto e a canadiana Margaret Atwood. É
impossível escrever sem ler.
7
- O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?
As
redes sociais têm vindo a desempenhar um papel importante nesse sentido. No
entanto, considero que os eventos presenciais são indispensáveis, as
apresentações das obras, as tertúlias e os ciclos de conversa proporcionam
sempre oportunidades não só de divulgação e novos contactos mas também de
grande aprendizagem e partilha.
8
- O que ambiciona alcançar no universo da escrita?
Quero
continuar a escrever e que o público se continue a identificar com o que
escrevo. Gosto de escrever para provocar reacções, desassossego e claro
gostaria de alcançar um público cada vez maior.
9
- Porque participa em trabalhos colectivos?
Participo
em trabalhos colectivos porque conheço sempre trabalhos novos, tenho
oportunidade de divulgar e partilhar os meus trabalhos e a energia dessa troca
é boa.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
A
pergunta seria: Qual a sua opinião sobre o mercado editorial em Portugal?
Gostaria
de falar sobre algo que considero injusto. Desde há uns tempos para cá percebi
que há editoras que transformaram a publicação de livros apenas num negócio. Os
autores fazem um investimento e depois são um pouco abandonados à sua própria
sorte.
Levados
pelo sonho de publicar pela primeira vez, muitos são os que arriscam. É uma
experiência que já tive e felizmente aprendi alguma coisa. Escrevo porque gosto
e selecciono os projectos em que participo, não pelo lucro que possa ter mas
pela divulgação ou gosto pessoal que me possam proporcionar, como é o caso da
Emporium Editora e agora mais recentemente da In Finita; é bom sentir que as
pessoas importam.
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