Agradecemos ao autor SIMÃO ASCENÇÃO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto pessoa?
Um
todo em evolução composto por tudo aquilo que me desperta a curiosidade. Uma pessoa
viciada em outras e as suas reacções/formas de pensar. Dou valor à minha
singularidade e às perspectivas com que posso contribuir. Atrai-me o diferente
e o pouco comum. Diria, um eclético muito curioso, mas triste com a falta geral
de refinamento e cuidado com a nossa complexa e rica Língua Portuguesa.
2
- Escrever é uma necessidade ou um passatempo?
É
o meu passatempo erudito. Como eclético assumido, misturo todos os meus
interesses e crio novas perspectivas. E sim, em determinados momentos da minha
vida, a escrita torna-se mais frequente e necessária.
3
- O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado
linguístico?
Cuidado
linguístico sempre! Por outro lado, a espontaneidade torna o escritor mais
vulnerável, o que normalmente leva a uma escrita mais sentida e íntima, algo
que aprecio muito. No meu caso, ambos coexistem com a mesma importância.
4
- Em que género literário se sente mais confortável e porquê?
Tanto
poesia como prosa, mas mais espontâneo na poesia. Desenvolveu-se naturalmente,
dei por mim a assumir a poesia como veículo rápido de expressar o meu interior
no papel. E dependendo do meu estado de espírito, assume qualquer tipo de
temática.
5
- O que pretende transmitir com o que escreve?
O
objectivo é sempre que o leitor sinta exactamente o que eu senti quando escrevi,
independentemente de ser frustração, tristeza, amor ou qualquer outro
sentimento. Levar as pessoas a uma introspecção é algo que me dá imenso prazer e
acredito ser fundamental para o crescimento cognitivo humano.
6
- Quais as suas referências literárias?
De
entre muitas e variadas, exalto as obras de João Tordo e Filipa Martins, a meu
ver, exemplos de bons escritores pós 25 de Abril. Mas na poesia, guardo com um
carinho especial nomes como Jorge de Sena e Mário de Sá-Carneiro.
7
- O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?
A
participação activa dos escritores na divulgação. Por exemplo, através das
redes sociais. Não basta só doar o trabalho para o livro, há que anunciá-lo e
expô-lo.
8
- O que ambiciona alcançar no universo da escrita?
Paz
interior. E não quero com isto dizer que estou em permanente caos, mas na real
verdade, escrevo para mim e simplesmente partilho. Se neste percurso conseguir
cativar mais alguém ou levar à reflexão, ainda melhor.
9
- Porque participa em trabalhos colectivos?
É
uma forma de partilha de conhecimentos que enriquece todas as partes
envolvidas. Um dar e receber que se transforma num trabalho rico de louvor à
Língua Portuguesa. É também uma forma de homenagem que presto ao meu país,
assim como orgulho assumido em ser português.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Onde
e como te imaginas daqui a 10 anos?
Espero
estar feliz e com saúde, num lugar que possa chamar “meu”.
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