Agradecemos à autora MARIA ESTRELA DO MAR pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto pessoa?
Sou muito emotiva, sensível ao
sofrimento dos outros, atenta ao bem-estar dos que me rodeiam, humilde,
introspetiva e, cada vez mais seletiva nas minhas relações.
2 - Escrever é uma necessidade ou
um passatempo?
Posso considerar que é mesmo uma
necessidade. O ato de escrever começou por ser uma forma de expressar o meu
mundo emocional, e, portanto, foi uma necessidade, e posso dizer que assim se
mantém. Acaba por ser também um passatempo, mas sustenta-se na necessidade,
enquanto exercício libertador. É uma catarse. Sendo eu profundamente sensível a
escrita é algo natural enquanto manifestação das minhas emoções e sentimentos e
dos estágios de vida.
3 - O que é mais importante na
escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?
Ambos. No entanto considero que a
espontaneidade é o que rege na maior parte das vezes a escrita, pois nasce despretensiosamente,
de forma impulsiva. Aliás, a escrita desempenha um papel importante na
estimulação da espontaneidade, da criatividade, da flexibilidade. Enquanto
escrevemos é quase uma conciliação connosco, é um momento que nem sequer cogitamos
sobre o julgamento que os outros fazem acerca do que dizemos, pensamos ou
sentimos. Essa harmonização só se consegue quando nos desinibimos. Mas, na
minha ótica, o cuidado linguístico ocupa também um lugar relevante.
4 - Em que género literário se
sente mais confortável e porquê?
Lírico e narrativo, embora tenha
vindo a dar mais espaço ao lírico contrariamente ao inicio, era mais num
registo voltado para o conto, a crónica e o ensaio.
5 - O que pretende transmitir com o
que escreve?
Emoções, sentimentos, reflexões.
6 - Quais as suas referências
literárias?
Eça de Queiroz, Florbela Espanca, Natália
Correia, José Saramago, Mário de Sá-Carneiro, Ary dos Santos, tudo almas que já
partiram deste mundo.
7 - O que acredita ser essencial na
divulgação de obras literárias?
O marketing é essencial através,
por exemplo, das redes sociais, os blogs; depois também as feiras e eventos
literários. O contacto com outros escritores também pode facilitar de alguma
forma.
8 - O que ambiciona alcançar no
universo da escrita?
Não considero uma ambição o que me
tem guiado. Até agora a minha motivação tem sido o estar presente em antologias
e coletâneas de uma forma muito tranquila e despretensiosa. As minhas
participações têm sido felizes nesse aspeto, têm ido ao encontro do que
procuro, e, através delas já conheci algumas pessoas encantadoras. Não procuro
holofotes, nem palcos para ser venerada, não gosto e deixa-me desconfortável
quando vejo algumas pessoas sedentas dessa “droga”. Mas equaciono a hipótese de
gerar um “filho” só meu! Quando, não sei, mas a seu tempo acontecerá.
9 - Porque participa em trabalhos
colectivos?
Representam uma boa oportunidade de
divulgar as nossas produções e de experimentar o mundo literário, particularmente
para quem pretende dar os primeiros passos acho que é um “estágio” extraordinário
pelo qual se deve passar. Permitem também conhecer outros escritores, partilhar
ideias, experiências e colher ensinamentos, como também conhecer editoras e
perceber a dinâmica delas.
10 - Qual a pergunta que gostaria que
lhe fizessem? E como responderia?
Não sei.
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