quinta-feira, 13 de agosto de 2020

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS A... MARIA ELIZABETE NASCIMENTO OLIVEIRA


Agradecemos à autora MARIA ELIZABETE NASCIMENTO OLIVEIRA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto pessoa?

Andarilha. Um ser incompleto e desajustado, repleto de dúvidas, de loucuras e de sonhos quase impossíveis de serem realizados numa única vida. Um “eu múltiplo feito de histórias singulares”.

2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?

Escrever é uma necessidade. O jeito que encontrei de fazer visita às outras que moram em mim, sair do lugar comum, viajar por lares desconhecidos e andar em areias movediças.

3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Os dois são importantes. Porém, sempre opto pela espontaneidade, pelas singularidades que completam as lacunas do ser e que, muitas vezes, não vêm ao encontro de normas e/ou convenções.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Na poesia. Ela me possui, faz morada em mim, atinge-me do jeito mais sublime e necessário porque “[...] preciso me navegar para não morrer afogada”. Penso que “em poesia explode rizomas de existência” que permitem viver/sonhar algumas liberdades.

5 - O que pretende transmitir com o que escreve?

Apenas me permitir a vida em exaustão, nunca transmitir. Sei muito pouco para transmitir ou ensinar. Um pouco repleto com fagulhas de nadas e com silêncios absurdos. “Na vida, o que não te ensina, te aprende”.

6 - Quais as suas referências literárias?

Adélia Prado. Cecília Meireles. Clarice Lispector. Conceição Evaristo, entre outras mulheres que rechearam seus medos com coragem, com resistência e com ousadia.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?

Cuidado, tanto com a elaboração discursiva, quanto com a imagética. É um tipo de trabalho onde as linguagens precisam ter musicalidade.

8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?

Escrevo e, o resto, o cosmo se encarrega. Penso que a escrita é fio que viaja entre os tempos. Portanto, quando menos se espera, retorna. Sem necessidade de prévias e/ou antecipações, “o tempo da razão esvaindo e feito só de água de rio”.

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

O estar com outras pessoas é divino, especialmente, em sonhos coletivos relacionados à poesia que enchem-nos de utopias, de esperanças e de bem querer. Os trabalhos coletivos são encontros que nos permitem fugir da realidade e/ou da sociedade hipócrita, excludente e mesquinha em que vivemos.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Quais as três coisas essenciais na sua vida? Família. Poesia. Mar. Combustíveis que alimentam a minh’alma e potencializam o meu viver.

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