terça-feira, 21 de julho de 2020

DEZ PERGUNTAS CONEXÕES ATLÂNTICAS A... ARNALDO TEIXEIRA SANTOS


Agradecemos ao autor ARNALDO TEIXEIRA SANTOS pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto pessoa?

Se me permitem, começo por agradecer aos coordenadores deste projecto, Adriana Mayrinck e Emanuel Lomelino, pelo trabalho meritório que têm feito pelos autores e pela Poesia.  
Defino-me como uma pessoa simples que gosta muito de literatura, nomeadamente Poesia, mas também gosto da honestidade, justiça e organização.

2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?

É as duas coisas: necessidade, porque gosto muito de escrever, seja poesia, como para jornais regionais e numa ou outra página de Facebook, neste, nomeadamente em Estórias da História; também posso considerar como passatempo, fazendo aquilo de que gosto muito, dando-me prazer, embora eu seja uma pessoa muito atarefada, pois estou inserido em várias áreas.
  
3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?

Em primeiro lugar, o cuidado linguístico, pois devemos fazer todos os possíveis para não cometermos erros e não ficarmos mal a quem nos ler. Mas a espontaneidade também tem a sua importância, mas quando nos sentimos inspirados para escrever e pensar bem no que escrevemos.

4 - Em que género literário se sente mais confortável e porquê?

Sem dúvida alguma sinto-me mais confortável na poesia, porque na escrita, é o que me dá mais prazer, onde posso ser mais criativo. Não escrevo prosa para livros, porque acho que não tenho jeito, contentando-me em escrever para jornais regionais e noutros projectos, o que considero mais fácil.

5 - O que pretende transmitir com o que escreve?

Ora neste aspecto e no que concerne à poesia, penso que sou um autor pertencente a uma minoria, pois acho que um poeta, assim como um escritor, tem uma responsabilidade acrescida, por ser uma figura pública e que deve escrever coisas sérias e educativas. Ando muito à volta do meio ambiente, honestidade, corrupção, valores universais, justiça, democracia. Recuso-me fazer “poesia da treta” (desculpem o termo) que espremida não diz nada, nem corrige, nem ensina nada a (quase) ninguém, apenas a quem a escreve e lê, embora a respeite, claro.

6 - Quais as suas referências literárias?

Na Poesia, autores portugueses consagrados, como Luís Vaz de Camões, Bocage, Florbela Espanca, Cesário Verde, Antero de Quental, entre outros. Sou suspeito, porque componho, essencialmente, sonetos.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras literárias?

Essencial na divulgação de obras literárias, acho que as editoras e, muito especialmente, editores individuais, deveriam divulgar mais os livros de que fazemos parte, sejam colectâneas, antologias colectivas, ou livros a solo, para que esses livros não cheguem somente, às mãos de alguns familiares, amigos e conhecidos, o que é muitíssimo pouco. Não por vaidade, mas o que escrevemos deve ser partilhado o mais possível, caso contrário será uma oportunidade quase perdida, um desperdício! Infelizmente, há editores individuais, o que querem é os autores comprarem  os livros, só divulgando nas suas páginas  e, ainda por cima, com preços elevados, mais nada! Para esses, os livros estão a ser um grande negócio e o resto que se lixe! O que importa para esses, é ganharem o seu elevado dinheirinho! Alguns, mesmo assim, infeliz e lamentavelmente, não têm respeito nenhum pelos autores!!!
  
8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?

O meu maior sonho é um dia ter um livro a solo. Ainda não o tenho, porque em Portugal fica muito caro, o que não se compreende, pois os livros fazem parte da Cultura de um país! Não tenho tido dinheiro para ter um livro a solo, da maneira como eu quero e não como muitos autores se contentam. Quero um livro que seja divulgado pelas principais livrarias do País, para o máximo possível de pessoas lerem o que faço, mas neste caso, normalmente temos de pagar entre 1500 e 2000 euros, o que eu não consigo!

9 - Porque participa em trabalhos colectivos?

A resposta está interligada à anterior. Participo em trabalhos colectivos porque, para além do mais, não tenho possibilidades de ter um livro a solo. Atenção que se um dia tiver esse livro, continuarei com os colectivos, pois ficam muitíssimo mais baratos (embora com poucos poemas) e, assim, vai sendo divulgado o que escrevemos.
 
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Esta pergunta é muito pertinente e agradeço por a fazerem aos autores, pois teremos a oportunidade de escrever o que nos vai na alma:

Porque os livros em Portugal têm preços tão elevados?

Respondo: Só num país como em Portugal, onde há tanta ignorância é que isto pode acontecer!!! Se há pessoas, a começar pelos políticos, que querem um país mais desenvolvido, têm de apostar na Cultura e os livros fazem parte dela. Como é possível um livro vendido pelas editoras, ter o preço de 15, 20 e mais euros?! Realmente (e deve ser o que querem!), os livros são só para ricos!!! E, depois, é o que se vê: ignorância quanto baste!!! É mais do que lamentável!!!

3 comentários:

  1. Os meus sinceros agradecimentos à coordenação destas entrevistas e à IN-FINITA, pelo que fazem por poetas e poetisas de Portugal e pela Poesia, divulgando o que se vai fazendo. Bem-hajam por tudo.

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  2. Por lapso meu, o que peço desculpa, não ficou inserido "... por poetas e poetisas também do Brasil...".

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