Agradecemos ao autor ARNALDO TEIXEIRA SANTOS pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define
enquanto pessoa?
Se
me permitem, começo por agradecer aos coordenadores deste projecto, Adriana
Mayrinck e Emanuel Lomelino, pelo trabalho meritório que têm feito pelos
autores e pela Poesia.
Defino-me
como uma pessoa simples que gosta muito de literatura, nomeadamente Poesia, mas
também gosto da honestidade, justiça e organização.
2 - Escrever é uma
necessidade ou um passatempo?
É
as duas coisas: necessidade, porque gosto muito de escrever, seja poesia, como
para jornais regionais e numa ou outra página de Facebook, neste, nomeadamente
em Estórias da História; também posso considerar como passatempo, fazendo
aquilo de que gosto muito, dando-me prazer, embora eu seja uma pessoa muito
atarefada, pois estou inserido em várias áreas.
3 - O que é mais
importante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico?
Em
primeiro lugar, o cuidado linguístico, pois devemos fazer todos os possíveis
para não cometermos erros e não ficarmos mal a quem nos ler. Mas a
espontaneidade também tem a sua importância, mas quando nos sentimos inspirados
para escrever e pensar bem no que escrevemos.
4 - Em que género
literário se sente mais confortável e porquê?
Sem
dúvida alguma sinto-me mais confortável na poesia, porque na escrita, é o que
me dá mais prazer, onde posso ser mais criativo. Não escrevo prosa para livros,
porque acho que não tenho jeito, contentando-me em escrever para jornais
regionais e noutros projectos, o que considero mais fácil.
5 - O que pretende
transmitir com o que escreve?
Ora
neste aspecto e no que concerne à poesia, penso que sou um autor pertencente a
uma minoria, pois acho que um poeta, assim como um escritor, tem uma
responsabilidade acrescida, por ser uma figura pública e que deve escrever
coisas sérias e educativas. Ando muito à volta do meio ambiente, honestidade,
corrupção, valores universais, justiça, democracia. Recuso-me fazer “poesia da
treta” (desculpem o termo) que espremida não diz nada, nem corrige, nem ensina
nada a (quase) ninguém, apenas a quem a escreve e lê, embora a respeite, claro.
6 - Quais as suas
referências literárias?
Na
Poesia, autores portugueses consagrados, como Luís Vaz de Camões, Bocage,
Florbela Espanca, Cesário Verde, Antero de Quental, entre outros. Sou suspeito,
porque componho, essencialmente, sonetos.
7 - O que acredita ser
essencial na divulgação de obras literárias?
Essencial
na divulgação de obras literárias, acho que as editoras e, muito especialmente,
editores individuais, deveriam divulgar mais os livros de que fazemos parte,
sejam colectâneas, antologias colectivas, ou livros a solo, para que esses
livros não cheguem somente, às mãos de alguns familiares, amigos e conhecidos,
o que é muitíssimo pouco. Não por vaidade, mas o que escrevemos deve ser
partilhado o mais possível, caso contrário será uma oportunidade quase perdida,
um desperdício! Infelizmente, há editores individuais, o que querem é os
autores comprarem os livros, só divulgando
nas suas páginas e, ainda por cima, com
preços elevados, mais nada! Para esses, os livros estão a ser um grande negócio
e o resto que se lixe! O que importa para esses, é ganharem o seu elevado
dinheirinho! Alguns, mesmo assim, infeliz e lamentavelmente, não têm respeito
nenhum pelos autores!!!
8 - O que ambiciona
alcançar no universo da escrita?
O
meu maior sonho é um dia ter um livro a solo. Ainda não o tenho, porque em
Portugal fica muito caro, o que não se compreende, pois os livros fazem parte
da Cultura de um país! Não tenho tido dinheiro para ter um livro a solo, da
maneira como eu quero e não como muitos autores se contentam. Quero um livro
que seja divulgado pelas principais livrarias do País, para o máximo possível de
pessoas lerem o que faço, mas neste caso, normalmente temos de pagar entre 1500
e 2000 euros, o que eu não consigo!
9 - Porque participa em
trabalhos colectivos?
A
resposta está interligada à anterior. Participo em trabalhos colectivos porque,
para além do mais, não tenho possibilidades de ter um livro a solo. Atenção que
se um dia tiver esse livro, continuarei com os colectivos, pois ficam
muitíssimo mais baratos (embora com poucos poemas) e, assim, vai sendo
divulgado o que escrevemos.
10 - Qual a pergunta
que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Esta
pergunta é muito pertinente e agradeço por a fazerem aos autores, pois teremos a
oportunidade de escrever o que nos vai na alma:
Porque os livros em
Portugal têm preços tão elevados?
Respondo:
Só num país como em Portugal, onde há tanta ignorância é que isto pode
acontecer!!! Se há pessoas, a começar pelos políticos, que querem um país mais
desenvolvido, têm de apostar na Cultura e os livros fazem parte dela. Como é
possível um livro vendido pelas editoras, ter o preço de 15, 20 e mais euros?!
Realmente (e deve ser o que querem!), os livros são só para ricos!!! E, depois,
é o que se vê: ignorância quanto baste!!! É mais do que lamentável!!!
Os meus sinceros agradecimentos à coordenação destas entrevistas e à IN-FINITA, pelo que fazem por poetas e poetisas de Portugal e pela Poesia, divulgando o que se vai fazendo. Bem-hajam por tudo.
ResponderEliminarGratos pelo apoio participativo...
EliminarPor lapso meu, o que peço desculpa, não ficou inserido "... por poetas e poetisas também do Brasil...".
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