Agradecemos ao autor CELSO CORDEIRO pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto pessoa?
Considero-me
uma pessoa calma e tranquila no meu dia-a-dia procurando sempre manter o
respeito pelos meus valores e por mim próprio num equilíbrio salutar com os valores
dos outros.
2 - Escrever é uma necessidade ou um passatempo?
Escrever é para mim sem dúvida uma necessidade e ao
mesmo tempo um prazer, que todavia
procuro não vulgarizar ou tão pouco transformar em rotina, reservando-me a profundidade emocional e/ou de
pensamento esses breves momentos.
3 - O que é mais importante na escrita, a espontaneidade
ou o cuidado linguístico?
Para mim ambas são exigência absoluta e inalienável,
se em momento nenhum eu posso abdicar da
espontaneidade e autenticidade da linha de pensamento que me leva a escrever, também em momento algum me posso
permitir ser menos atento e menos rigoroso na utilização da língua.
4 - Em que género literário se sente mais
confortável e porquê?
Sem dúvida que a minha zona de conforto invariavelmente
passa pela expressão poética, tão só porque desde muito tenra idade encontrei
essa zona de conforto e não tenho qualquer apetência para explorar outros
caminhos por ora.
5 - O que pretende transmitir com o que escreve?
Pensamentos e reflexões, mas também emoções íntimas
ou não, mas que pela sua relevância me apetece registar
como um legado que possa eventualmente vir um dia a partilhar.
6 - Quais as suas referências literárias?
Seria de todo desajustado procurar encontrar
referências para a minha escrita quando de facto não as tenho tal como não
tenho pretensões e procuro mesmo manter a minha individualidade nos textos que
escrevo sem qualquer tentativa mesmo que muito
discreta de seguir referências. Autores que me inspiraram a dar os primeiros passos
na expressão poética tive sem dúvida, enquanto descoberta da própria poesia mas não como referências, e aí terei que
referir António Nobre e Florbela Espanca.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de
obras literárias?
A divulgação em si, em toda a extensão da palavra e
quaisquer que sejam os meios que permitam a difusão das obras porque só assim
estas cumprem o seu destino, chegar a quem lê!
Seria óptimo se para além dos produtores e autores
das obras também o tecido empresarial editorial se mostrasse empenhado em
divulgar a escrita de forma séria para além de divulgar apenas autores
consagrados porque essa é a lógica do lucro imediato.
8 - O que ambiciona alcançar no universo da escrita?
Sem dúvida chegar ao máximo de leitores possível
para que a obra faça sentido mas também
acreditar que isso acontece simultaneamente com um crescimento sustentado de
qualidade literária do meu trabalho, aprendendo e evoluindo sempre.
9
- Porque participa em trabalhos colectivos?
Não
respondo de forma massiva a convites para participar em trabalhos colectivos, e
muitos são por mim ignorados de forma consciente, porque procuro apenas estar presente
naqueles que se inserem em projectos que me fazem acreditar que o seu objectivo
vai para além da apetência do negócio fácil.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Gosto
de ser surpreendido pelo livre arbítrio das perguntas espontâneas de leitores porque
é esse livre arbítrio que me conduz também à espontaneidade e autenticidade na
resposta, até porque sou um péssimo actor de teatro.
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