terça-feira, 21 de abril de 2020

Em tempos de quarentena - HANNAH CAVALCANTI



Poema para Esù

É tempo de adiar
Mas recebi o que nem esperava
Tudo está parado
Mas Esù não para

A vida encontra a morte que encontra a vida
Muitos egos se recolhem
Somos pó
Mas temos muito a fazer
E não podemos só lavar as mãos

Uma distopia assola nossa terra
É tempo de reparar as redes
Em meio à tempestade

E esse corpo estranho 
Que atravessa estradas
Esse corpo que encanta
Que descobre um recomeço
Que tropeça 
Que dança no abismo
Ileso

Esse corpo é só
E não é 
Tem suportes fundamentais
Tem raiz
Tem paz
Matrimônio e riquezas
Imateriais

Hannah Cavalcanti

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