terça-feira, 28 de abril de 2020

DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - ANA MENDES

Agradecemos à autora ANA MENDES pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Qual a sua percepção para essa pandemia mundial?

Como pertencente ao corpo medical, fomos todos surpresos pela amplitude da pandemia. E ninguém estava à espera de tamanha tragédia humana.

2 - Enquanto autora, esse momento afetou o seu processo produtivo? Em tempos de quarentena, está menos ou mais inspirada?

Enquanto autora foi-me fácil falar disto, pois como humana antes de tudo, fui sensibilizada ao isolamento do homem livre, à adaptação às restrições, à distância a manter entre os entes queridos e à necessidade de ficar no trabalho tornado o factor principal da nossa existência, antes de tudo o resto. Enquanto outros foram privados dele.

3 - Quando isso passar, qual a lição que ficou?

Quando passar?! Nunca mais será a mesma coisa e estamos longe do final... portanto de o esquecer. Então acho que o que me resta de importante é que devemos abraçar e beijar quem queremos bem, a cada vez que estivermos com ele! Como se fosse a última vez!

4 - Os movimentos de integração da mulher influenciam no seu cotidiano? 

Como mulher, ocupo um lugar necessário na cadeia de um hospital e gosto de saber que outras mulheres lutaram para que eu esteja aqui hoje. Mesmo se não recebo o mesmo salário que os meus colegas homens...

5 - Como você faz para divulgar os seus escritos ou a sua obra? Percebe retorno nas suas ações?

Como escritora recente, pouco divulguei as minhas obras, mas participante de coletâneas ou antologias, gosto de saber que me leem, que talvez alguém goste do que digo ou se identifique às minhas histórias.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita para a mulher?

Só vejo positivismo na ação da escrita feminina. Ela é positiva, sensitiva e portadora da complementaridade da escrita masculina. Adoro o equilíbrio que encontro nela.

7 - O que pretende alcançar enquanto autora? Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

Gostaria de lançar vários livros sobre histórias verdadeiras, para que essas vidas sejam conhecidas e entendidas e que ajudem outras pessoas a se sentirem identificadas e compreendidas. A longo prazo, gostaria de criar uma livraria que recebesse todas as idades, que tomassem um café e que actividades fossem organizadas regularmente a nível familiar, para que a leitura, o livro fosse indiciado desde pequeno na vida de todos nós.

8 - Quais os temas que gostaria que fossem discutidos nos Encontros Mulherio das Letras em Portugal?

Os temas são todos importantes, interessantes... Talvez sobre o lugar da mulher como núcleo da sociedade e família em simultâneo, a compatibilidade no mundo, não só nos países livres...

9 - Sugira uma autora e um livro que lhe inspira ou influencia na escrita.

Sempre gostei da Agatha Christie quando jovem, mas descobri Florbela Espanca, embora a achasse melancólica, que se suicidou aos 36 anos,  uma das obras dela ex.: LIVRO DAS MÁGOAS / Maria Archer, mulher ultra moderna e contemporânea para o  seu tempo, que viajou por vários países, com o livro:  FILOSOFIA DUMA MULHER MODERNA.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

- Porque não ousei começar mais cedo a escrever?
- Porque achava que só tinha assuntos a tratar e partilhar com os meus filhos. Pois foi com eles que comecei a escrever e só para eles, durante a infância de cada um deles. Mas mudei de opinião e gosto dessa mudança.

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