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Gostava que a saudade não quisesse nada comigo e eu com ela. Como se estivesse à sua espera, insolentemente à espera de a ter, tal como o fantasma da soma dos dias iguais que enfiam a vida em fio de saudade.
Com quem se parece a saudade em qualquer vida? Com uma voz que é chamada e não é ouvida no tímpano do apelo temporal ao mistério da carne.
Ante a desordem da saudade, um bando de andorinhas perde-se no limpo voo entoando piares no eco dos céus, buscando a uma distância intransponível a luz boreal da ausência.
Neste impasse, as horas em que a saudade está longe, tempo tão volátil, nasce o desejo inquieto de beijar-te até morrer e assim beber da dor de saudade.
Libertina, desfiz-me do punhal da saudade devorada no rosto com lágrima, o que restou após o embargo aflito do último beijo. Saudade é mesmo, o cheiro que chega de ti, meu incêndio.
Insatisfeita sou na criação do nada e na ignorância bastarda de ser enferma de tanta saudade ter.
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (PROSA E CONTOS) - ANTOLOGIA - IN-FINITA
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