LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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- Não faço...
- Isso não é possível!
- Eu passei quase a fazer anos. É assim que comemoram todos
os que voam por dentro.
- Não estou a perceber...
- Eu também não percebo porque estás a falar comigo se não
está aqui ninguém...
Os poetas que voam por dentro não envelhecem porque, um
dia, alguém descobriu que se podia fazer um poema de quase aniversário.
Por isso, os poetas são eternos tal como são eternos todos
os seus escritos e todos aqueles que por eles foram lembrados, elogiados,
amados... E, assim, nasceu a paixão! Nascidas de um poema
de quase aniversário estão, igualmente, todas as musas sentadas...
a escutar...
O poema do dia dos meus anos tem todas as letras de todos os
outros poemas de todos os outros dias em que não faço anos. Tem
as mesmas letras, mas confundidas por outra ordem de mente, por
outro sentido de outro dia... porque o poema do dia dos meus anos
fica também lá atrás no olhar fixo do calendário que assinala que
a minha mãe, naquele preciso dia, há muitos anos, me colocou no
mundo. E eu fico ainda aqui muitos desses anos depois, a reunir e a
aconchegar as letras por todos os outros dias, mas particularmente
nas noites em que não são as noites em que faço anos. Porque ainda
há sempre aqueles escritos para fixar ao olhar de quem passa por
mim passados esses anos e passadas essas pessoas...
EM - A PAIXÃO - ESCRITOS E DEMÊNCIAS - JOÃO DORDIO - IN-FINITA
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