Agradecemos à autora MARIA TERESA MOREIRA pela disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Escrever é uma
necessidade ou um passatempo?
Escrever,
para mim, é uma necessidade. Por algumas razões: escrever é a maneira através
da qual eu melhor reflito sobre a vida, sobre mim, sobre o mundo; escrevendo,
mantenho minha sanidade; finalmente, e especialmente, tenho uma necessidade
visceral de “transbordar-me”, de expressar o que sinto - o que é meu mas também
tão nosso, enquanto seres humanos! - e partilhar! Não consigo apenas “ser para
mim”, e o ato de escrever me coloca em comunhão com toda a Humanidade!
2 - Em que género
literário se sente mais confortável?
Hoje,
sinto-me quase que impelida a escrever Poesia. Acredito que esse fato está
intimamente ligado com o momento que vivo. Pois então, mergulho neste presente
que me está sendo dado, produzo bastante, porém com muita simplicidade e
transparência de coração.
3 - O que escreve é
inspiração ou trabalho?
Eu diria
que ambos. Raramente é apenas inspiração. Sim, ela existe! Mas sempre há
trabalho envolvido, ainda que um poema se me apresente praticamente pronto. No
dia a dia, há a decisão de escrever - decisão que nasce do coração.
4 - O que pretende
transmitir com a sua escrita?
Que
pergunta interessante! Desejo transmitir fundamentalmente transparência e amor;
também estabelecer laços com o leitor, em nossa comum humanidade.
Consequentemente, pretendo contribuir na construção de uma sociedade mais
transparente e solidária! Uma pretensão que é também uma necessidade interior,
um apelo constante que sinto, e que acredito - e espero!- que aparece bastante
em meus escritos.
5 - Qual o seu público
alvo?
Hoje, sinto-me especialmente vocacionada a
escrever como Mulher, para Mulheres.
6 - Em que corrente
literária acha que a sua escrita pode ser incluída?
Sinto
dificuldade em enquadrar-me exatamente em uma corrente literária. Talvez possa
dizer que é uma poesia contemporânea, com temática um tanto cotidiana, simples
e visceral.
7 - Quais as suas
referências literárias?
Adélia Prado,
Manoel de Barros e Paulo Leminski são autores que instigaram a poesia em mim,
trazendo-a à tona. Entre tantos nomes grandiosos e que me formaram - e ainda
formam!-, creio que estes três podem ser citados como grandes referências.
8 - O que costuma fazer
para divulgar o que escreve?
Mais do que
tudo, procuro provocar encontros onde apresento meus poemas e meus livros.
Sinto demais que minha escrita existe para provocar encontros, conversas,
trocas, reflexões. Na medida do possível no momento, procuro também estar em
contato com outros escritores, participar de saraus. Também tenho divulgado nas
mídias sociais, mormente no Facebook e no Instagram.
9 - O que ambiciona
alcançar no universo da escrita?
Desejo
alcançar corações, fomentar humanidade, valorizar o silêncio e a reflexão. Para
isso ambiciono que minha poesia se espalhe, se difunda, chegue a muitos
leitores. Chegar a ser uma atividade que se auto-sustente, este seria o mais
alto sonho realizado.
10 - Que pergunta
gostaria que lhe fizessem e como responderia?
Qual você
considera ser o maior perigo na carreira de um escritor?
Creio que
um dos maiores perigos para um escritor é perder o foco. Distrair-se com certas
urgências temporais, comerciais, ou ceder a pressões de mercado -ou até mesmo
ideológicas!- que desfoquem-nos do
chamado mais profundo de sermos a voz que devemos ser.
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