sábado, 25 de maio de 2019

DÉCIMA SEGUNDA DEMÊNCIA (excerto I) - JOÃO DORDIO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Há um sacrifício de alma sem tempo, sem cronologia, que fala
de rituais de saudade, de anjos perdidos, mas poderosos, e histórias
de paixão.
Há um sacrifício de recolha de memórias. A alma fica como
guardadora de letras porque há um rebanho de frases. Um rebanho
cada vez maior na quinta-livro...
Não me apetece fazer nada sem ser respirar, mas ao respirar
faço-te tanto! Faço-te de tudo de letras! Peço ao céu e a todos os
deuses que, um dia, possa parar de respirar assim porque não quero
estar sempre a descrever o que sinto, como te sinto, como vives em
mim, como vivo contigo presente na tua ausência.
Há um rebanho de frases a passar e a pastar esta noite nos meus
cadernos. Há rebanhos como estes a passarem por todas as minhas
noites. Na quinta-livro...
Contar carneiros? Sou diferente e conto letras atrás de letras, à
frente de letras, a meio de letras. Peço apenas aos céus e a todos os
deuses que me levem um dia estes rebanhos...
Hoje soube pela demência que voltavas a ler comigo o que me
disseram para deixar lá em cima em forma de estrelas. Há um recado,
uma ordem, uma vontade, não sei. Nunca soube e duvido que alguma
vez venha a saber.

EM - A PAIXÃO - ESCRITOS E DEMÊNCIAS - JOÃO DORDIO - IN-FINITA

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