LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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- Pára de beber, Poeta!
Escuta...
A casa estava muito velha, com as paredes a precisarem de uma
pintura urgente, mas vi-te despida a passear à minha frente! A casa
estava velha, sem móveis e sem quaisquer adornos de decoração,
mas tu passaste... nua e bela, ali mesmo à minha frente!
A minha mente é uma casa velha onde a tua imagem renasce
em criança já com corpo de mulher - aquele corpo que me habituei
a abraçar e a possuir na paixão dos sonhos! - e com aqueles lábios
com o molde dos meus e com tantos gemidos!...
- É apenas mais uma garrafa que ficou vazia!
Cala-te! Não estás a ouvir os gemidos que inundam ainda a minha
casa velha?...
Hoje passeio pelos corredores da minha casa velha sempre abraçado
a ti. Coloco a toalha na mesa já sem haver mesa, coloco os
copos de ar para despejar a garrafa que também não existe...
Todas as noites faço um brinde na minha casa velha aos momentos
que ainda tenho contigo e cada vez que os escrevo, apaixono-
me novamente por esse corpo nu que não sai da frente dos
meus olhos! E cada vez que os descrevo, faço-o com uma caneta
velha que só sabe executar a sua missão num bloco velho onde o
negro da capa dá cor a todas as noites, nas tais noites em que só eu
me escureço...
EM - A PAIXÃO - ESCRITOS E DEMÊNCIAS - JOÃO DORDIO - IN-FINITA
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